sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Férias coletivas


Vou tirar um mês de férias e, durante esse período os blogs não vão ter atualização

O que não significa que você não possa visitá-los e ler algum dos 1.021 textos espalhados pelos 4 blogs que eu publico

Mens Insana

Inclusão: ampla, geral e irrestrita

Espicaçando o Marketing

Calvinistas, graças a Deus

Como alguns engraçadinhos tentam usar a área de comentários dos blogs para mandar spam e eu não estarei aqui todo dia para lê-los, durante esse período os comentários serão moderados antes da publicação, quando voltar tiro a moderação.

Um abraço a todos e até a volta

sábado, 19 de dezembro de 2009

Lições sobre a providência

É comum associar-se a Providência de Deus, até pelo fato da palavra providência significar cuidado, às obras boas de Deus. As pessoas pensam que providência é só o que Deus faz de bom, ou que as situações providenciais são somente aquelas que são agradáveis. Porém, o que vemos é que todas as coisas só acontecem de acordo com a vontade de Deus. Assim aprendemos uma palavra bonita: concurso, concorrer, que quer dizer, correr junto. Deus anda junto com todas as coisas que acontecem, sejam boas e ruins. Isto não quer dizer que Deus está executando coisas ruins, mas nenhuma coisa ruim acontece sem que Deus queira; não é só permissão, mas porque Deus quer que aconteça para uma finalidade que a gente saiba ou não. Quando estudamos as histórias bíblicas entendemos algumas, por exemplo, a história de José. Ele passou por uma série de coisas ruins: foi jogado no poço, vendido como escravo, tentado, preso; no final vimos que todas essas coisas concorreram para algum objetivo de Deus. Quando acontece em nossa vida não dá para entendermos porque passamos pelo momento desagradável, porque não temos a visão do todo. Temos a Palavra de Deus afirmando: todas as coisas cooperam para o nosso bem, nós que amamos a Deus.

Aprendemos também que só pode entender, só pode aceitar, só pode viver religiosamente bem com a história da Providência, quem tem convicção absoluta da Soberania de Deus. Se não entendemos, se não aceitamos, se eu não concordamos que Deus é soberano sobre todas as coisas, nunca entenderemos a Providência de Deus. A Providência de Deus está intimamente ligada à Soberania de Deus.

Já vimos que a Providência de Deus está relacionada com todas as doutrinas; Soberania, Onipresença, Onipotência, Onisciência, ou características do Ser de Deus. Com Seus atributos é que Deus opera a Providência. A Providência é uma doutrina pouco estudada por alguns motivos: primeiro, por motivos filosóficos. A partir do século 18, filósofos, historiadores e cientistas começaram a falar em “mãe natureza”. Dizem que todas as coisas naturais têm uma explicação natural; a natureza explica todas as coisas que acontecem na natureza, significando que Deus não precisa participar dessa história. Ou seja, a tal da mãe natureza substitui Deus. Há uma coisa mais forte do que isso, que é o humanismo no sentido de “o homem é o centro de todas as coisas”. E assim o homem se torna o soberano sobre a sua vontade, a sua vida, sem precisar de Deus. Aqueles que defendem essa história da mãe natureza e do humanismo acreditam num Deus Transcendente, ou seja, num Deus que chegou, criou todas as coisas, foi para o céu e lá ficou, deixando que “mãe natureza” cuide da criação. Não nos preocupa aqueles que pensam assim e vivem longe de Deus; nos preocupamos com aqueles que estão perto de nós, dentro da nossa Igreja, que acham que o homem toma as rédeas da situação e as decisões. Vejam os livros de auto-ajuda cristã. O que é auto-ajuda? É o poder de se ajudar a ser auto-suficiente. Em português temos a palavra oximoro que significa paradoxismo, figura que consiste em reunir duas expressões opostas entre si; auto-ajuda cristã é uma dessas figuras, porque, ou confiamos em Deus para nos ajudar ou achamos que nós mesmos podemos resolver nossos problemas. Além das questões filosóficas, há as históricas. No século 20, o século da tecnologia e da comunicação, exacerbou o que sabemos sobre as desgraças do mundo, o que levou muita gente a achar que Deus não estava mais no controle dos fatos, da história. A importância da doutrina da Providência é sabermos que Deus está no controle de tudo e de todos, como diz o Salmo 46 e o Salmo 146 “sabei que eu sou Deus...o Senhor reina para sempre” Na Sua Providência Deus está usando todos os Seus instrumentos para cuidar do objeto da providência divina: toda a criação.

João 1.1-3 – No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, E o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez.

Ele estava no princípio; todas as coisas foram feitas por meio dele, ou seja, Ele estava lá criando junto; Ele está cuidando providencialmente junto.

Hebreus 1.3 – Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direta da Majestade, nas alturas.

De quem estamos falando? De Jesus, especificamente de Jesus. Havendo Deus, outrora, muitas vezes falado aos pais pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Seu Filho, Ele que é a expressão exata da Sua glória, sustentando todas as coisas. O que é sustentar? Cuidando, mantendo, conservando, portanto, Agente da Providência de Deus. Jesus não é só aquela Pessoa que veio, fez o trabalho do sacrifício da salvação, foi para o céu e está sentado à direita de Deus sem fazer nada. Jesus está na origem, no meio e no fim de todas as coisas, porque Ele é Deus.

Colossenses 1.17 – Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.

Ele é antes de todas as coisas e n’Ele todas as coisas subsistem. Por quê? Porque, quando falamos da conservação providencial de Deus, nem sequer subsistiríamos sem o cuidado providencial de Deus Pai e de Deus Filho.

Salmo 104.27-30 – Todos esperam de Ti que lhes dês de comer a seu tempo. Se lhes dás, eles o recolhem; se abres a mão, eles se fartam de bens. Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó. Envias o Teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra.

Deus dá vida às coisas sem vida. Se Ele se recolhe a vida vai. Ele dá a vida através do Seu Espírito. A providência não só faz parte do plano da salvação, mas de todas as coisas que acontecem com todo mundo, não só com os salvos. A Providência é triúna. Ela tem algumas características.

Salmo 145.17 – Justo é o Senhor em todos os Seus caminhos, benigno em todas as Suas obras.

Deus é justo e perfeito em todas as Suas obras. Portanto, justo e perfeito nas obras da Providência. Todas. Há coisas que achamos tão más que pensamos que Deus não deveria estar olhando para aquilo. Como Deus está em todo lugar e que vê todas as coisas, então sabemos que Deus está lá concorrendo para que aquilo acontecesse ou permitindo que acontecesse. E se Ele concorre deixando que alguma coisa ruim aconteça, mesmo assim essa ação será justa, santa e perfeita, aos olhos de Deus. Sempre volto para a história de José. O que aconteceu com José foi algo muito ruim, mas Deus, em todas as Suas ações é justo, santo e perfeito. Quando lemos a história dos babilônios, persas, assírios, vemos toda a espécie de perversidade que cometiam! Eram cruéis! Terríveis! E fizeram isso com o povo de Israel e com todos os outros povos. E isso estava dentro dos objetivos de Deus.

Isaías 28.29 – Também isso procede do Senhor dos Exércitos; Ele é maravilhoso em conselho e grande em sabedoria.

Ele é maravilhoso! O que estava acontecendo na época de Isaías? A profecia de Isaías avisava o povo: “O exílio está chegando. Vocês serão castigados. Vocês vão sofrer”. Isto procede do Senhor que é maravilhoso e grande em sabedoria. Por isso afirmamos que a Providência só pode ser compreendida quando temos plena convicção da Soberania de Deus.

Daniel 4.35 – Todos os moradores da terra são por Ele reputados em nada; e, segundo a Sua vontade, Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?

Todos os moradores são nada. Nós somos nada. Por que a Doutrina da Providência não costuma ser popular? Porque vivemos em uma falsidade humanista em que o homem é o centro: “Eu que resolvo, eu que faço, eu que mando, eu que quero”. Quando reconhecemos a Soberania de Deus, reconhecemos que Deus é tudo e somos nada. São palavras de Nabucodonosor, ele está dizendo que somos nada. Depois de se achar muito grande e poderoso ele foi comer grama como animal.

Provérbios 21.1 – Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o Seu querer, o inclina.

A providência de Deus é sábia, mas também poderosa. O coração dos poderosos vai para o lado que Deus manda. A vontade dos soberanos da terra está nas mãos de Deus.

2º Reis 19.28 – Por causa do teu furor contra mim e porque a tua arrogância subiu até aos Meus ouvidos, eis que porei o Meu anzol no teu nariz e o meu freio na tua boca e te farei voltar pelo caminho por onde vieste.

Depois que o reino de Israel se dividiu, o Reino do Norte, Israel, teve várias dinastias, porque matavam os reis e se apossavam do trono, e todas longe de Deus. Em Judá tem uma única dinastia, que é a linhagem de Davi; alguns reis andaram com Deus e outros não andaram com Deus. Ezequias foi um dos que andou com Deus. Senaqueribe desafiou Deus, o Santo de Israel. A Providência de Deus é santa, sábia e poderosa.

Jó 34.14-15 – Se Deus pensasse apenas em Si mesmo e para Si recolhesse o Seu espírito e o Seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pé.

Há pessoas que acreditam que Deus criou uma máquina chamada “mãe natureza” para cuidar da criação. A pessoa que pensa que Deus não está no controle de todas as coisas sendo o soberano da história e da vida de toda a criação, ela não tem a menor necessidade da chamada Providência de Deus. Por quê? Porque Deus já colocou a “máquina” para funcionar. Ela pensa que com a criação Deus criou uma máquina perfeita que governa perfeitamente a criação, funcionando independente da participação de Deus. A criação de Deus é tão perfeita que ela funciona sozinha! São pessoas que acreditam no Deus Santo, Sábio, Poderoso e Criador de todas as coisas; mas, depois de ter criado tudo voltou para o céu e deixou a criação por sua própria conta, deixou o homem dirigindo o seu próprio destino. Se Deus não continuasse trabalhando, nós, não passaríamos de um dia. Se Deus não estivesse permanentemente cuidando de toda a criação, toda ela pereceria. O que é que tem de ser cuidado? Toda a criação. Tudo o que se desgasta, que envelhece, que morre. Deus não precisa de Providência; Ele é Eterno, Imutável, Santo, Poderoso e basta a Si mesmo. A Providência é em relação às obras da criação. Deus não é obra da criação.

1ª Timóteo 6.16 – o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A Ele honra e poder eterno. Amém!

O único que é Eterno, que é perfeito. O que podemos fazer para nos guardar?

Salmo 104.27-29 – Todos esperam de Ti que lhes dês de comer a seu tempo. Se lhes dás, eles o recolhem; se abres a mão, eles se fartam de bens. Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó.

Ninguém morre fora de hora. A Providência é santa, sábia, poderosa, triúna e necessária. Sem ela não sobreviveríamos. A Providência é imediata, ou seja, sem mediação, quando Deus executa diretamente a ação providencial. Ela é mediata, ou seja, com mediação, quando Deus usa qualquer coisa da criação para atingir os objetivos de Deus mesmo. A intervenção de Jesus é imediata, pois é Deus executando a Providência. Jesus é o Mediador entre Deus e os homens, mas Ele também é Deus. Deus usa como Seu instrumento para a providência aquilo que Ele criou: a natureza, o ser humano, os anjos. O próprio Jesus quando usa algo, como Deus, a Sua Providência é mediata. Por exemplo: na multiplicação dos pães Ele usou pães e peixes. Quando disse a alguns: Vai, está curado. É uma ação imediata, porque não lançou mão de coisa nenhuma. Há naturalistas querendo explicar com fenômenos naturais a revoada de codornizes sobre o acampamento de Israel. Elas estavam lá porque Deus quis.

Oséias 2.21-22 – Naquele dia, eu serei obsequioso, diz o Senhor, obsequioso aos céus, e estes, à terra; a terra, obsequiosa ao trigo, e ao vinho, e ao óleo; e estes, a Jezreel.

Deus diz que faz o ciclo acontecer de forma que começa imediata, quando Ele será obsequioso aos céus, depois continua mediata, porque um será obsequioso ao outro; será bem sucedido, será feliz, será próspero.

Salmo 104.14 – Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão.

Cresce porque Deus faz crescer.

2º Crônicas 14.11 – Clamou Asa ao Senhor, seu Deus, e disse: Senhor, além de Ti não há quem possa socorrer numa batalha entre o poderoso e o fraco; ajuda-nos, pois, Senhor, nosso Deus, porque em Ti confiamos e no Teu nome viemos contra esta multidão. Senhor, Tu és o nosso Deus, não prevaleça contra Ti o homem.

Não há ninguém, além de Deus, que possa fazer alguma coisa, que possa ajudar. Além de imediata e mediata, há outros dois modos: a providência ordinária, comum e a extraordinária, assim chamada aos nossos olhos, porque aos olhos de Deus toda a providência é ordinária, é comum; faz parte da Sua própria natureza. O Salmo 148 fala dessa providência ordinária de Deus, que cuida de tudo, das pequenas coisas, do nosso dia-a-dia, da nossa sobrevivência, do nosso sustento. Chamamos de milagre aquilo que é a providência extraordinária de Deus; mas é aos nossos olhos, nossa percepção, porque o milagre para nós é tudo aquilo que para o nosso entendimento contraria a natureza física das coisas. A providência ordinária pode ser de forma mediata ou imediata. Chamamos de Providência Ordinária tudo o que acontece todo o dia, no dia-a-dia; e Providência Extraordinária aquilo que chamamos de milagres.

Há seis grandes elementos da Providência: Preservação, Provisão, Direção, Governo, Retribuição e o Concurso Providencial de Deus.

Preservação significa: Deus, manter vivo, enquanto for da vontade d’Ele, aquilo que Ele quer; porque é preciso entender que há coisas diferentes da provisão. Provisão é prover de recursos a pessoas, ou a natureza. Preservação é como Deus mantém, como conserva existente a criação. Aqui é como Deus provisiona o dia-a-dia. Veremos qual é a diferença entre Deus dirigir e Deus governar. Quando fala de dirigir, está se referindo a direção que Deus dá individualmente a cada ser. Quando fala de governo está se referindo a coletivos ou seja, as nações. A Retribuição Providencial de Deus inclui tanto a retribuição do pecado como da obediência. E finalmente o Concurso Providencial de Deus, que é o fato de Deus concorrer, estar junto de todas as coisas que acontecem.

Imagem: reprodução de quadro de Virginia Susana Fantoni Ribeiro

Aula ministrada na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo

Transcrição da Missionária Heloísa Martoni

Bibliografia usada na preparação da aula:
A providência – Rev Héber Carlos de CamposAs Institutas – João Calvino
Razão da Esperança – Rev Leandro Antonio de Lima
Teologia Sistemática – Louis Berkhof
(todos da Cultura Cristã/CEP)


As citações Bíblicas são da tradução de Almeida - revista e atualizada - Sociedade Bíblica do Brasil

domingo, 13 de dezembro de 2009

Faze-nos deuses

…e o povo assentou-se para comer e beber, e levantou-se para divertir-se.” (Ex 32:6b)

As festas judaicas têm a característica de serem longas e alegres. É um povo que gosta de comer, beber, ouvir música, dançar. Mesmo as festas religiosas são assim. No entanto, nem sempre as festas judaicas , mesmo as religiosas, tiveram origens corretas ou se dirigiram ao único e verdadeiro Deus.

Como todo povo impaciente - e as pessoas são impacientes e ansiosas - vendo que Moisés demorava para voltar do Sinai os israelitas pediram a Arão que fizesse um outro deus pois aquele que os tirara do Egito com mão forte e poderosa parecia ter ficado quieto. Assim que o bezerro de ouro ficou pronto foi adorado e o povo comeu, bebeu e divertiu-se.

O Carnaval também é uma festa de origem religiosa. Também tem origem na ansiedade do povo cristão. Como a Igreja determinou que ninguém deveria comer carne durante os 40 dias que antecediam a Páscoa, a própria Igreja instituiu , durante a Idade Média, que o último dia antes da abstenção seria a festa da carne - “carnaval” significa, originalmente, a remoção da carne.

O que era literal ( carne, alimento) foi aos poucos tornando-se simbólico. O carnaval foi se tornando a festa onde os pecados da carne estavam liberados, seriam perdoados na 4a. feira sob o simbolismo das cinzas e , “purificados”, as pessoas voltariam a ser piedosas durante a quaresma.

Da mesma forma que os judeus durante a peregrinação no deserto, adora-se outros deuses. Da mesma forma Deus está dizendo : “ …o teu povo se corrompeu e se desviou do caminho que eu lhes havia ordenado…” Os deuses que são adorados nessa festa são conhecidos , “e são : prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria…bebedices, glutonarias e cousas semelhantes a estas .” ( Gl 5:19-21)

Você pode até achar o carnaval uma festa bonita e colorida, você pode dizer que só acha bonito o desfile, que só ficou vendo aquele baile na TV por que não tinha outro programa...lembre-se que a Bíblia nos ensina que a pratica e a conivência com a prática do pecado são a mesma coisa. Tenha consciência de que Deus já declarou e preveniu no passado e continua avisando no presente: não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Corpos perfeitos?

Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? I Co 6:12-20

Nos dias de hoje existe uma preocupação exagerada a respeito do corpo. Muitas pessoas passam a vida em busca do elixir da eterna juventude nas academias de ginástica, nas clínicas de endocrinologistas e nas mesas de cirurgia plástica. A Bíblia nos ensina que devemos cuidar do corpo, afinal é nele que habita o Espírito de Deus. Ao mesmo tempo, também ensina que não podemos colocar nada acima do louvor a Deus, nem o corpo onde Ele habita.

Paulo escrevendo aos Coríntios se defrontava com duas questões relativas ao corpo. De um lado a preocupação alimentar judaizante que pregava que determinados alimentos faziam mal espiritualmente ao corpo (naquela época eles ainda não sabiam o que era colesterol...).

De outro lado, a influência dos cultos pagãos de fertilidade, onde se praticavam relações sexuais com prostitutas (destinadas para esse fim) como parte do culto.

A cultura grega separava totalmente o corpo do espírito. A cultura judaica que entendia que o corpo era mais do que a casca exterior. Uns entendendo que, se o corpo volta ao pó, nada que é feito com ele afeta a vida espiritual, outros que a renúncia a quaisquer prazeres carnais os levaria à salvação (o mesmo Paulo vai alertar Timóteo sobre isso em I Tm 4:1-5).

A saúde espiritual do corpo sempre é colocada em evidência na Bíblia. Não adianta nada um corpo sarado e marombado para usá-lo de forma inconveniente diante de Deus.

Não temos abertamente cultos com atividades sexuais, mas quantos não estão procurando o corpo perfeito como forma de promover sua promiscuidade sexual, acreditando que quanto mais desejáveis forem, mais parceiros poderão conquistar? Que alimentam seus egos através do seu desempenho sexual (basta parar na frente de uma banca de jornal e ler as capas de revistas masculinas e femininas com fórmulas mágicas para se tornarem melhores na cama) ?

São valores que a sociedade promove continuamente através da mídia. Quanto mais melhor, para poder ter mais é preciso um corpo que se adeque aos valores estéticos desses tempos.

Em relação aos alimentos a Bíblia é clara, nada do que entra pela boca é, a princípio, condenável. Condenáveis são os excessos como a bebedeira ou a glutonaria. Condenável é se deixar controlar pelos alimentos ou pela busca incessante do corpo perfeito. Corpo perfeito nós só teremos quando recebermos um novo corpo incorruptível (1 Co 15:35-49).

Isso não significa que podemos abandonar nossos corpos sem cuidados. A regra fundamental é a do domínio próprio para que apresentemos nossos corpos em sacrifício vivo e agradável a Deus em nosso culto (Rm 12:1).

Mesmo quando nosso corpo estiver chegando aos seus momentos finais, não cabe a nós determinarmos o seu fim. Nenhum argumento (dizer que a batalha está perdida, que a doença não tem volta, que não quer perder a dignidade ou envergonhar a família) justifica que o homem destrua o seu próprio corpo.

O homem ou a mulher perfeita não se definem pelas formas e capacidades do seu corpo. Estamos cuidando do corpo como mordomos daquilo que Deus nos deu, ou estamos adorando o corpo ao invés de Deus? Cuide do seu corpo, afaste-o da idolatria, não o deixe se degradar quando você pode mantê-lo saudável. Mas nunca esqueça que ele não é seu, e que o dono vai pedir contas de como você cuidou dele.