quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Simples assim

"Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza." (1 Tm 4:12)


Na teoria todo mundo sabe os motivos que levam o homem a pecar. É da sua própria natureza, é tentado por sua própria cobiça e, apesar do diabo dar uma mãozinha, sabemos que se resistirmos ao tentador, ele fugirá de nós.

Também já foi mais do que explicado que o pecado nasce na intenção. Sua execução não é obrigatória. Tem ódio no coração? Já cometeu o assassinato. Só imaginou a cena? Já cometeu adultério. Cobiçou? Vale tanto quanto ter roubado.

Apesar dessas coisas serem ululantemente declaradas na Bíblia, continuamos a pregar como se só causas externas gerassem o pecado. E continuamos a considerar como pecador só aquele que efetivou fisicamente a sua intenção.

Muitos sermões, artigos e mensagens parecem se basear no ditado popular que diz que "a ocasião faz o ladrão" quando não é a ocasião que faz o ladrão, esse já está feito, a ocasião só facilita o exercício do crime.

No passado a culpa era de livros lascivos. Depois surgiu o cinema com sua incitação à violência. A televisão, não poucas vezes, foi comparada à besta escatológica. No caminho passamos pelas revistas pornográficas, os videogames de combates até chegarmos à Internet que desbancou a todos os demais demônios midiáticos anteriores.

Multiplicam-se as palestras a respeito dos perigos e das tentações da rede, como se Jesus tivesse dito que "não peço que os livre do mal, mas que os isole do mundo" - antes que alguém deixe um comentário me acusando de heresia, o que o Mestre disse foi justamente o contrário, basta olhar na sua Bíblia, em João 17:15.

Tão pouco estou fazendo proselitismo do lixo geral que circula em todas as mídias. Mídias, que posinal, também servem para o bem quando as utilizamos adequadamente.

O que precisamos analisar é o nosso comportamento, o nosso coração. Se foi transformado ou não. Se o pecado é algo que nos incomoda ou nos dá prazer.

Enquanto continuarmos a procurar em fatores externos as causas do nosso mau agir, estaremos cada vez mais longe de Deus.

É de mim e de você que Ele quer uma vida fiel na palavra, no procedimento, na fé e na pureza. O mundo e sua corrupção Ele mesmo já entregou aos seus próprios pecados e, por eles, receberá sua retribuição.

Quando você estiver frente a frente com Deus, Ele não vai aceitar esse tipo de desculpas, apenas dizer: servo mau e inútil...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Em nome de quem?

“Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não a beijou.” 1 Reis 19 :18

A tecnologia moderna é algo fantástico. Permite que cheguemos a lugares que nem sonhávamos que existissem. Claro, também permite que cheguem a nós coisas que preferiríamos que nem existissem. Como quaisquer outras coisas que não convêm, basta um pouco de bom senso para filtrar o que presta e o que não presta. Através de uma dessas tecnologias, a Internet, que você me lê agora. Assim como pode ler algumas dezenas de bons sites e blogs cristãos (alguns que eu recomendo estão nos links ao lado). Como qualquer outra ferramenta, a Internet não é boa nem ruim. O que pode ser bom ou ruim é o uso que se faz dela.

O problema são as pessoas que, cheias de boas intenções mas, praticamente, sem atenção nenhuma, se aventuraram na rede (é verdade, algumas pessoas também se aventuram em outras missões sem nenhum preparo ou dedicação séria a elas no mundo analógico). Também existem pessoas que acham que sua missão precisa lhes render algum ganho pecuniário, a ponto de apelarem para recursos que chegam a ser mesquinhos.

Um deles é uma ferramenta chamada Google AdSense que funciona da seguinte forma : você abre espaços no seu site ou blog para que o Google veicule pequenos anúncios pagos. Caso alguém clique no anúncio a partir do seu site, o Google repassa para você uma parcela que ele recebeu do anunciante, o que significa alguns poucos centavos por clique.´

Como o Google escolhe os anúncios que vão ser veiculados no seu site ? Um robô lê os textos que você publica e, a partir de palavras que ele encontra, envia os anúncios que usem palavras semelhantes. Claro que o Google faz um filtro dos anúncios, usando os seus próprios critérios (evitam pornografia, incitação à violência ou discriminação, etc), o que não significa que os anúncios realmente vão ter aderência ao assunto do site.

O que poderia acontecer? Se fosse nesse blog, provavelmente apareceriam anúncios de empresas de reforma ou alguém vendendo os gibis do Calvin. Mas não vai acontecer aqui, não escrevo pelos centavos que isso poderia me render.

Outro dia entrei num site de um certo pastor fulano de tal, que usava como título pessoal "servo do Deus altíssimo", mas não altíssimo o suficiente para lhe garantir o sustento e, portanto, não custava nada arrecadar um subsídio com os pequenos anúncios. Acontece que o sujeito resolveu escrever um artigo sobre a idolatria mariana e, como prêmio, sua página exibia logo no cabeçalho um anúncio que vendia produtos para a Novena de Nossa Senhora. O que isso significa ?

Primeiro : que um leitor desavisado não sabe exatamente qual é a posição do pastor que malhava a santa, mas vendia produtos da mesma;

Segundo : que o site gerava negócios para comerciantes de ídolos;

Terceiro (e mais grave a meu ver) : que o pastor recebia dinheiro cuja origem era a venda desses produtos.

No mesmo momento me veio à lembrança os problemas que Paulo, Gaio e Aristarco enfrentaram em Éfeso, porque o ourives Demétrio (escultor de imagens de Diana) achou que seu negócio corria perigo. Esse arriscaram suas vidas em defesa da sua fé. Enquanto que pessoas como o dono do site que menciono, não só não se arrisca como se tornou acionista dos demétrios modernos, de quem recebe dividendos.

Se você usa a rede como instrumento de propagar a sua fé, que Deus permita que você faça isso de uma forma séria e edificante e que proteja do engano os que são Seus.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Os nomes de Deus - um estudo bíblico


Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. (Êxodo 3:13-14)


Na cultura judaica, o nome refere-se àquela parte que define a identidade, a natureza e a essência de cada ser. Para cada judeu, o nome é o seu chamado espiritual, um título que reflete seus traços particulares de caráter.

Nomes de Deus no Antigo Testamento

Elohim : Deus poderoso

El´- aquele que é forte – Elohim : plural
Uso ligado à soberania de Deus
Gn 1:1; Dt 5:23, 8:15; Sl 68:7; Is 45:18, 54:5; Jr 32:27

a) El´Shaddai – Deus todo-poderoso – importância pactual
Gn 17:1-2; 28:3;43:14;48:3 Ex 6:1-5; 17:1 Sl 91:1-2
b) El´Elyom : Deus altíssimo – majestade e possuidor de tudo
Gn 14:18-24; Dt 32:8 Sl 92-8
c) El´Olam – Deus Eterno – imutabilidade
Gn 21:33 Is 40:28

Adonai : Deus governador – superioridade Dt 10:17

Iavé (YHWH) : Deus Redentor Ex 3:1-4

a) Iavé Jireh – Deus proverá : Gn 22:14
b) Iavé Mecadishken – Deus santifica : Ex 31:13 Lv 21: 8,23
c) Iavé Nissi – Deus minha bandeira : Ex 17:15
d) Iavé Rohi – Deus pastor : Sl 23:1 => 1Pe 2:25, 5:4
e) Iavé Shalom – Deus é paz : Jz 6:24 => Rm 15:33 1 Ts 5:23
f) Iavé Tsidkenu – Deus é justiça : Jr 23:6 Lv 19:35-36
g) Iavé shamah – Deus ali – Ez 48:35
h) Iavé Elohim Israel : Senhor Deus de Israel : Jz 5:3; Is 17:6

Nomes de Deus no Novo Testamento

Théos : Deus – Jo 10:34; 1 Co 1:18-24, 15:18

Kyrios : Senhor , que possui poder : Lc 10:2, Fp 2:11

Atribuído também ao Filho e ao Espírito Santo : Fp 2:9-10 ; 2 Co 3:17-18

Páter (ou Abba em aramaico) – Pai : Ef 1:3, Jo 5:17-23 , Gl 4:17

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Eu tenho a força

Todos os dias recebo alguma mensagem que vai mudar a minha vida. Que fará de mim uma pessoa melhor, satisfeita comigo mesmo e, especialmente, bem sucedido.

De acordo com as propostas de fórmulas mágicas, que variam de manuais de instruções a receitas infalíveis de como ficar rico, eu preciso tomar posse de mim mesmo. me pertencer e, de acordo com o que me der na veneta (ou na telha, como queiram) definir o meu destino que eu atingirei o que eu quiser.

A ênfase da auto ajuda seria o desenvolvimento da personalidade e dos poderes mentais, mas o que se vende é a solução de problemas, o progresso social e o bem-estar pessoal.Especialmente se o que eu quiser for dinheiro.

Claro que esse tipo de falácia não é coisa da nossa modernidade. Quando escreveu o seu monumental livro "Os miseráveis", em 1862, Victor Hugo já criticava esse tipo de comportamento. Chamava a atenção para a falsa similitude entre bom êxito e merecimento e a ilusão de que prosperidade fosse sinônimo de capacidade (segundo essa lógica, os homens mais hábeis seriam aqueles que ganharam na loteria).

Ser feliz passou a ser simplesmente um sinônimo de riqueza e de egolatria (idolatria de si mesmo).

Até aí, nada surpreendente. As escrituras já nos advertem sobre isso. O homem natural preferiu adorar a si mesmo. Abandonou o criador a favor da criatura. Um antigo provérbio chassídico diz que "Não existe espaço para Deus naquele que está repleto de si mesmo".

O que é assustador é a quantidade publicações ditas evangélicas e/ou reformadas sobre o tema. Títulos com temas como "surpreenda-se com o seu potencial", "automotivação", "você é maior que os seus medos" chegando ao cúmulo de absurdos de "posso ser quem sou" (mesmo afastado de Deus ?)

Que tipo de pregação é essa que defende a supremacia da vontade individual sobre a vontade de Deus ? Que tenta nos convencer que o ser humano precisa de aperfeiçoamento e não de transformação ? Ou que propõe que a transformação é possível por conta própria ?

A Bíblia nos conta a história de um homem que achou que poderia ser auto-suficiente. Que seu poder, riquezas e exércitos lhe bastariam. Vivia, como ele mesmo declarava, sossegado e próspero, como uma árvore que subia aos céus e sustentava a todos. Provavelmente, todos os dias quando olhava para o espelho, ele declarava para si mesmo : eu nasci para vencer...

Até o dia em que Deus derrubou a árvore e esse homem, literalmente foi comer grama.

Quando foi restaurado ele mesmo reconheceu que "todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a Sua vontade Ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem Lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes? "(Dn 4:35). O nome do sujeito era Nabucodonozor.

Certamente os autores e fabricantes de produtos de auto-ajuda devem estar ricos. Já os crentes que depositam sua esperança nesse tipo de expediente e não em Deus estão se tornando, rapidamente, um bando de miseráveis espirituais.

Que não precisem comer grama para descobrirem o único caminho da felicidade.