“....Que é isto que fizeste, que não nos chamaste quando foram pelejar contra os midianitas?...”
(Juízes 8:1)
(Juízes 8:1)
Muitas vezes você já ouviu sermões ou estudos bíblicos a respeito da saga de Gideão. Como um exército começou com 32 mil soldados e acabou só com trezentos. Como a mão de Deus agindo através desses trezentos homens foi suficiente para vencer os midianitas.
Mas, nesse história toda, não são os 22 mil medrosos e tímidos que me chamam a atenção, nem os 10 mil desatentos e despreocupados, nem os trezentos vitoriosos, mas o exército dos efraimitas que chegou depois que a batalha estava ganha e reclamou que não tinham sido chamados para a guerra. A tribo de Efraim era a maior de todas em Israel , os mais fortes e mais preparados para a guerra – poderiam estar combatendo os midianitas, que oprimiam o povo de Israel, há muito tempo, mas só apareceram quando a sua mão não era mais necessária
As nossas Igrejas e muitos dos seus membros costumam agir como os efraimitas. Muitas vezes eles são os mais preparados para o trabalho cristão. Normalmente são os que tem mais disponibilidade de tempo e de recursos materiais. Apesar disso tudo, são esses que nunca tomam a dianteira das batalhas, nunca se voluntariam , nunca se colocam nas mãos de Deus. Eu não consigo entender bem o por que, mas imagino alguns motivos.
Os efraimitas também entendem que só podem liderar , de preferência sem nunca ter de por a mão na massa. O trabalho braçal é para esses povos ( crentes) menores que não tem o mesmo brilho intelectual que eles tem. Deixam que os outros façam o trabalho e procuram chegar só quando não há mais nada a fazer senão usufruir.
Os efraimitas gostam de desfrutar das benesses da Igreja , são críticos rigorosos da qualidade do sermão, do conforto das cadeiras, da afinação do coral , da virtuosidade dos instrumentistas. Caso alguns dele cometa um deslize são os primeiros a dizer que poderiam fazer melhor, mas infelizmente, quando eles chegaram já estava tudo pronto.
A pior das minhas hipótese é que os efraimitas cristãos não precisam de Deus agindo nas suas vidas. Eles são fortes e auto-suficientes. Tudo o que eles conquistam é por mérito próprio e não querem dividir esses louros com as outras “tribos” , nem com Deus.
3 comentários:
Perfeito Fábio...Muito bem observado.
Acho até que vou usar essa reflexão na pregação de domingo.
Domingo passado falei sobre "José" Barnabé..."A bala na agulha" em relação ao destaque ministerial de Paulo.
Barnabé o apresentou aos Apóstolos, convocou-o para a viagem missionária e no fim das contas Paulo é quem foi mais "famoso"...rs...
Mesmo depois de discutirem, Barnabé ainda o chamou pra viajar com ele novamente.
Apesar de admirador do "Paulão", confesso que pra mim o casca-grossa é o Barnabé, que não levou a fama de Paulo mas "não é mané"....rs...
Rodrigo Luiz
Ops...o comentário anterior se refere a "fama" no meio do povo...só pra "linkar" com seu texto...
RLL
É interessante a proporção (em números) da tribo dos atrasadinhos, em relação aos verdadeiros batalhadores-heróis - que eram somente 300. A massa que não põe a mão na 'massa' é grande - e é isso mesmo, são ótimos para torcer o nariz.
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