segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Muitos senhores

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Mateus 6:24


A hierarquia de necessidades de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta pelo psicólogo americano Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização.

O quarto nível (num total de 5) dessa escala é o das necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos.

Muitas pessoas levam essa necessidade de estima para a sua vida religiosa, acreditando que podem conquistar o favor de todos os "deuses" disponíveis, como se esses fossem um público que devesse aplaudir os feitos do ser humano.

A essa salada mista, dá-se o nome de sincretismo (a origem da palavra é política, significa a coalizão de partidos em Creta). É uma praga religiosa que existe desde os tempos em que os judeus misturavam o culto a Yahweh com as cerimônias pagãs dos cananeus. Deus sempre deixou claro que esse era o maior pecado do povo de Israel e este foi constantamente punido por isso. Não é possível agradar ao único Deus e fazer média com outras crenças.

Não conheço profundamente outras religiões, mas imagino que os seus deuses também não gostem desse tipo de promiscuidade doutrinária. O que não impede que uma cantora tenha criado o "Axé de Cristo."

Segundo a Wikipedia, Àse em Yoruba ou Axé em Português - Energia, poder, força da natureza. Poder de realização através de força sobrenatural. No ritual original do Candomblé os animais sacrificados são limpos e preparados pois serão servido uma parte (Axé) para os Orixás e outra parte para todos os presentes na festa religiosa.

A mocinha pode alegar que o axé dela se refere apenas ao ritmo musical, mas a desculpa não cola, afinal a origem da música axé é exatamente a mesma do axé religioso. Ela deveria se decidir de que lado quer ficar, mas seu terceiro "deus" - o dinheiro que ela arrecada com o sucesso das músicas - impedem que ela assuma qual é a sua verdadeira fé.

Ainda que sem fazer isso dessa forma tão explicitamente politeísta, a música em muitas das nossas igrejas tem o mesmo caráter sincretista. Muitos dos estilos musicais tem origens religiosas. O reggae é a música dos rastafaris (que acreditam que o Imperador Salassie era o messias reencarnado), muitas das bandas de heavy metal estão associadas a algum tipo de ritual de magia ou de bruxaria. Mas não é só a música moderninha. O Largo de Haendel, na verdade é uma ária da ópera Xerxes, num contexto totalmente panteísta.

Ou seja, o problema não é a época histórica da música, mas as suas intenções.

Se a nossa intenção é a de servir e glorificar a um único Deus, Senhor de todas as coisas, então precisamos prestar mais atenção no que incorporamos ao nosso culto.

2 comentários:

Tucha disse...

Não sei onde vc mora. Aqui em Salvador algumas igrejas chamadas de "evangélicas" tem usado o ritmo chamado axé nas suas liturgias para atrair fieis. Pessoalmente não acho muito adequado, mas existem os que gostam. Este ritmo, apesar do nome, não está ligado as religiões de matriz africana. E acredito que se estivesse, os seguidores destas não gostariam.

Fábio Adiron disse...

Tucha

Eu sei disso...são igrejas que procuram atrair agradando as pessoas e não a Deus.

O ritmo está ligado ao conceito energético de axé sim...as pessoas podem não ter noção disso.