segunda-feira, 12 de abril de 2010

Finitismo e impossibilismo

Finitismo

É fácil de entender; mas não concordamos. Finita é algo que tem começo, meio e fim, é limitado no espaço. Não existe a Igreja Finitista do Brasil, é um conceito que se espalha em vários lugares. Deus é amor, Deus é bondade, Deus é uma porção de coisas, mas não é Onipotente. O que está por trás dessa idéia é que Deus é limitado. O mal existe por sua própria vontade e dependência. A diferença é que o mal não é outro poder equivalente a Deus. Nessa teoria nunca vai haver um lado vencedor e um vencido, porque os dois são poderes de tamanhos iguais. Não se discute o tamanho do poder do mal, pois o mal é uma coisa externa a Deus, e Deus não tem controle porque Deus é limitado.

Ninguém da Igreja chega a dizer que Deus é limitado e que não é Onipotente, mas muitas das confusões que se tem dentro da Igreja, estão aqui. A idéia de que o mal é independente de Deus e sobre o qual Deus não tem nenhum controle. Se Deus não tem controle sobre o mal, no fundo da sua mente, a pessoa está dizendo que Deus não é Onipotente. Nenhum cristão diz que Deus não é Onipotente, mas se ele diz que Deus não tem controle sobre o mal, ele está dizendo que Deus não é Onipotente. Dentro do cientismo Deus precisa de ajuda para combater o mal. Ele não consegue combater o mal sozinho, precisa da nossa ajuda! Nós que ajudamos Deus a combater o mal! Isso não é uma coisa nova, vem da mitologia grega. Na mitologia grega não é o homem que ajuda os deuses, mas eles têm uma figura interessante, como os deuses se misturam e têm os seus laços com os homens, há os semi-deuses que os ajuda a combater o mal.

A mitologia nórdica, a mitologia Escandinávia, são todos deuses humanos. O conceito que está dentro da Igreja não é o conceito de que Deus não é Onipotente, mas que Ele não tem controle sobre o mal. É uma tentativa de justificar Deus, é dizer que Deus não tem nada a ver com o mal que veio sobre alguém. O que não é verdade, Deus tem controle sobre o mal, Ele permite ou não permite que o mal aconteça; quando Ele permite é para correção, ou provação. D’Ele não vem o mal, mas Ele permite.

Impossibilismo

O Impossibilismo parte da crença que Deus deu ao homem o livre arbítrio. Livre arbítrio pressupõe independência. Essa é a grande questão: Livre agência é a liberdade de agir limitada pela Soberania e Vontade de Deus. O livre arbítrio é a autonomia para fazer qualquer coisa. Portanto, se o indivíduo tem livre arbítrio e resolve fazer o mal, Deus não pode impedi-lo, pois não sabe qual será decisão dele. E assim o Impossibilismo parte do princípio de que Deus não é Onisciente. Se Deus deu livre arbítrio ao homem, ele vai fazer o que quiser; o mal acontece, não porque Deus concorda com o mal, mas porque Ele não pode controlar.

Nesse conceito Deus é apenas um observador e, quando muito, Ele poderá agir de maneira reativa. Deus só vai intervir depois que o homem fizer o mal, Deus não tinha como evitar que o homem fizesse o mal. Depois Deus pode castigar o homem, ou alguma ação para corrigir o mal, mas não pode impedir. Fica complicado, porque a Bíblia diz que Deus é Onisciente, ou seja, Ele sabe que a pessoa vai praticar o mal, mas Ele não pode impedir que tal ato, porque Ele estaria tirando o livre arbítrio que Ele mesmo concedeu. Ou seja, de novo Ele está impossibilitado de agir antes que a coisa aconteça, só poderá agir depois. Como exemplo pegamos a história de José: Deus não tinha como impedir que José fosse vendido pelos irmãos; o que Deus fez depois foi exaltar José. Nessa idéia não existe os decretos eternos de Deus. Nada há que não tenha sido determinado desde antes da fundação do mundo, porque é sempre ação e reação. Judas tinha escolha, mas ele conheceu o Senhor dentro dos planos de Deus. Deus sabia que Judas faria o que fez. Poderia impedir? Sim, poderia. Mas não estava nos Seus planos. Quem pecou, quem traiu foi Judas. É complicado entender, mas é assim. Porque foi Judas e não Pedro, ou João, ou Tiago?
Porque seria alguém que se deixaria dominar pelo mal.

Romanos 9.14 – Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum.
Deus é justo e santo. Deus não peca. Tiago diz que Deus a ninguém tenta. Mas o mal está no mundo e convive com o bem.

Depois de todas essas teorias, qual é a nossa Teodicéia reformada? Nós não temos teodicéia, porque nós não temos de justificar Deus. Não precisamos defender Deus daquilo que Ele faz ou não faz. Então, a partir de agora vamos começar a estudar a existência do mal no mundo: o mal moral, o mal físico, as conseqüências do mal moral e do mal físico, dentro da perspectiva de que tudo o que Deus faz é justo e porque Deus deixou que o mal surgisse. Temos certeza de que o mal não surgiria fora da vontade de Deus. O mal não surgiria fora do controle de Deus, porque Deus é a causa primeira de todas as coisas. Ele criou todas as coisas a partir do nada. Ele não criou o mal, mas criou o criador do mal. Satanás é criatura de Deus.

Isaías 45.7 – Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.

Deus não abre mão da Sua responsabilidade por todas as coisas, até pela existência do mal.

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