segunda-feira, 29 de março de 2010

A teodicéia harmonista

Houve um movimento chamado Harmonista. Harmonizar é juntar coisas para que dê um resultado bom. A idéia de harmonizar é como resolver as diferenças juntando de uma forma positiva, alcançando um resultado positivo. Este movimento surgiu com Leibniz, lembrando que ele era um filósofo embora ligado à Igreja e tenha influenciado a Igreja, não era teólogo, mas filósofo; lembrando também que a origem do termo metafísica é aquilo que fica além da física, e do ponto de vista filosófico, metafísica é a linha que vai procurar a essência das coisas, o “como” e o “porque”: quem sou? de onde venho? para onde vou? porque estou neste tempo? Essa são as discussões da Metafísica Com base em Gênesis 1.31 que tudo era muito bom, Leibniz, sendo filósofo e interessado na metafísica, parte do seguinte princípio: Deus criou o melhor dos mundos; se Deus criou o melhor dos mundos, portanto, do ponto de vista metafísico o melhor dos mundos é o mundo onde existe o bem e o mal, porque o exercício filosófico é muito mais rico existindo o bem e o mal, porque se só existisse o bem não haveria discussão alguma, não existiria o exercício intelectual. Deus criou o melhor dos mundos porque obriga o homem a pensar. Leibniz tenta harmonizar o bem e o mal. Como extrair a essência das coisas sem a existência do mal? Para Leibniz o mal foi criado para que o mundo seja perfeito. Para ele o mundo só podia ser perfeito havendo conflito com alguma coisa; porque se tivesse só o bem seria um mundo monótono e só o mal teria acabado. Leibniz dizia que a origem do mal é metafísica. O mal metafísico gera o mal moral, pecado, e o mal moral gera o mal físico. Qual é a lógica desse conceito de Leibniz? Como podemos discutir esse pensamento de Leibniz? Podemos ver dois pontos.

Primeiro: Deus criou o mundo com o bem e o mal para que o homem seja mais feliz! Isto é um conceito antropocêntrico, pois está dizendo que o mal existe para que o mundo fique mais interessante para o homem! Com o bem e o mal o mundo fica melhor para quem? Para o homem. Leibniz está dizendo que Deus criou o mundo em função do homem. Bem, então, Deus criou todas as coisas boas completamente centrado no homem? Criou o mundo para o desfrute do homem? Na verdade, biblicamente, Deus nos colocou aqui como mordomos e como mordomos temos de cuidar e temos o direito de desfrutar todas as coisas que Deus criou, mas Deus criou todas as coisas para o louvor da Sua glória.

Segundo: dentro desse conceito de Leibniz, o mal não surge na história, mas é inerente à criação, faz parte da criação! O mal surge pré-queda do homem, mas atinge o homem na queda, os anjos já tinham caído, porque senão Satanás não estaria lá no jardim para falar com Eva.

Para Leibniz existia três tipos de mal. Estando no exercício metafísico, a metafísica estava na origem de todas as coisas. O primeiro mal era o metafísico que tinha a ver com a origem do homem. Leibniz dizia que o homem é essencialmente imperfeito porque o homem é finito. Veja a contradição aqui: Leibniz começa a sua tese dizendo que tudo o que Deus criou é bom, portanto precisou juntar o mal e o bem, por que o mal é bom. Mas agora está dizendo que o homem é imperfeito porque ele é finito, ou seja, esta imperfeição do homem é boa para o todo. Se o homem é imperfeito, se ele é incompleto, é essa incompletude do homem que, na verdade, é um mal original. Porque se o homem fosse perfeito ele seria Deus. Se o homem é imperfeito e finito em sua origem, é porque Deus o fez assim. Portanto, a criação é imperfeita ou o mal faz parte da perfeição da criação. É onde Leibniz quer chegar: o mal faz parte dessa perfeição. É uma perfeição imperfeita. Esse mal metafísico, segundo Leibniz, o fato do homem ser incompleto é que vai gerar o mal moral. O mal moral são nossas atitudes contra Deus, é o pecado. Como o homem é limitado, ele é imperfeito. Para Leibniz o mal moral não é pecado, no sentido de estar indo contra a vontade de Deus, mas é simplesmente a ausência do bem, mas ou menos como para alguns a paz é a ausência de guerra. Não praticar o bem significa que está sendo mau, é mais ainda do que ser contra a Lei de Deus. O mal moral é que provoca o mal físico. Concordamos com isto: existe o mal moral e sabemos que ele provoca os males físicos: o sofrimento, a morte, etc. Só existe perfeição em Deus, portanto, o homem perfeito seria equivalente a Deus. Qual o problema lógico disso? A criação é imperfeita porque ela englobou o mal. Dentro dessa lógica Deus não pode julgar ninguém! Deus tem de salvar todo mundo! Ele criou assim, portanto Ele é responsável. Ouvimos isso com muita freqüência! Leibniz esta dizendo que o mal é originário da criação, Deus criou o mundo com o mal existente. O mal existente era o fato do homem ser imperfeito. Ele está dizendo que o homem já é criado de uma forma imperfeita, por isso ele executou o mal moral. A maioria das teodicéias não tem nenhuma justificativa em qualquer texto bíblico. Por que a maioria das teodicéia surgem de elucubrações de seus criadores? Por que nascem da imaginação do homem? Porque tentam justificar o mal. Esse é o motivo sempre. E também justificar a Deus. Mesmo nascendo dentro da igreja, nasce muito mais como exercício filosófico do que como uma discussão teológica. Alguém diz: fiz a exegese de tal texto e cheguei a essa conclusão. Por que? Porque a Bíblia não traz essa explicação. A Bíblia afirma que existe o mal, o mal afronta a santidade de Deus, mas ele está sob o controle de Deus. Por isso as teodicéias não trazem textos bíblicos. As discussões sobre o batismo ou sobre a transubstanciação do pão o do vinho, são pessoas que fazem interpretações diferentes do mesmo texto bíblico, e geram discussões teológicas. No caso da teodicéia será sempre uma discussão filosófica, porque a Bíblia não trata desse assunto. Vamos estudar o que é o mal moral, quais as conseqüências do mal físico, mas não temos teodicéia, porque não precisamos defender Deus, não temos que justificar Deus para a existência do mal no mundo. O homem fica atrás disso para satisfazer a própria curiosidade. O homem fica estudando loucamente o universo porque ele precisa entender com a razão, com o seu intelecto, quando a Bíblia diz que pela fé entendemos que o universo foi formado pela Palavra de Deus (Hebreus 11.3).

domingo, 21 de março de 2010

Teodicéia

Até aqui nós vimos o que é a Providência, qual os instrumentos que Deus usa para executar a Providência, quais os objetivos ou a quem a Providência está dirigida e as formas como Deus exerce a Providência, as formas que nós classificamos para efeito de estudo, facilitando o nosso entendimento. Pelo estudo bíblico que fizemos, vimos que Deus está em todos os lugares, todo o tempo, controlando tudo, concorrendo para que todas as coisas aconteçam, surge um problema, um grande problema!

Concordamos que Deus é Onipotente, portanto, Deus pode tudo. Deus é Onipresente, Ele está em todos os lugares o tempo todo. Se Deus está em todos os lugares em todo o tempo, então Ele sabe todas as coisas, portanto Ele é Onisciente. Toda a Bíblia fala da bondade de Deus e sabemos que Deus é bondoso. Se Deus é Onipotente, Onipresente, Onisciente e bondoso, porque existe o mal? Esta é uma pergunta inevitável quando estudamos a Providência.

Para aquele que segue uma religião, ou uma filosofia, que entende que não existe a Providência, por exemplo, o transcendentalista, que acredita que Deus fez o mundo e largou tudo por conta própria, o problema do mal deixa de ser um problema de Deus. Mas, como cremos que Deus concorre com todas as coisas, como vemos esta história do mal?

Este nome Teodicéia, não é muito antigo. A idéia é antiga, mas o nome surgiu em 1710 com o filósofo alemão chamado Leibniz, que juntou as duas palavras gregas: Theo = Deus, e dike = justiça, raiz do verbo justificar. Teodicéia quer dizer: como justifico Deus pelo mal que existe no mundo. É uma tentativa dos homens de justificar Deus pelo mal que existe no mundo. Porque todas as teodicéias partem do principio que Deus é bom. Se Deus é bom tem de haver algum motivo para o mal estar no mundo. Como todas as teodicéias acreditam que Deus é bom e o mal existe, então, o objetivo de todas elas é de defender Deus, ou seja, tirar a culpa de Deus nesta questão do mal. Há vários caminhos e vamos percorrer até chegarmos à nossa Teodicéia Reformada.

Dualismo

Os maiores criadores de teodicéias são os cristãos, porque só eles acreditam que Deus é bondoso e onipotente. Esta questão da bondade de Deus e o mal no mundo é o calcanhar de Aquiles daqueles que são crentes e não têm estofo suficiente para responder a essa pergunta. Eles partem do texto de:

Gênesis 1.31 – Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.

Deus acabou toda a criação e disse que tudo era muito bom. Se tudo é muito bom como existe o mal?

Então começam aparecer as justificativas. Uma delas é o dualismo, que prega a existência de dois poderes. Dualismo surgiu como religião com o nome de Zoroastrismo, uma religião persa, que dizia haver dois deuses: Ahura Mazda que é o deus bom e Ahriman, que é o deus mal, que eram equivalentes em capacidade, poder e força; por isso chama Dualismo, porque ambos têm a mesma capacidade, força e poder. Isto simplifica a questão do mal, porque se existe um deus mal, o problema do mal está resolvido, não é preciso discutir. Resolve o problema: o deus bom faz o bem e o deus mal faz o mal, e assim não há discussão teológica sobre isso.

Isaías 45.1-7 – Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão. Eu irei adiante de ti, endireitarei os caminhos tortuosos, quebrarei as portas de bronze e despedaçarei as trancas de ferro; dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. Por amor do meu servo Jacó e de Israel, meu escolhido, eu te chamei pelo teu nome e te pus o sobrenome, ainda que não me conheces. Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao potente, que além de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.

Deus ungiu Ciro, rei persa, para castigar as nações. Que nações? Recordemos a história. Havia Israel (o Reino do Norte) e Judá (o Reino do Sul). Israel foi a primeira a cair e foi diante dos assírios. Deus usou a Assíria para castigar Israel, o que não significa que tivessem feito coisas boas. Na verdade, foram maus, e por isso foram castigados pela Babilônia, instrumento de Deus para puni-los. Deus usou a Babilônia não só para castigar os assírios, mas levou junto Judá (o Reino do Sul). Os reis babilônicos foram bons: Nabucodonosor, depois seu filho e depois seu neto, Belsazar, até que apareceu na parede a escrita: Mene, Mene, Tequel e Parsin, isto é, teu reinado acabou, será dividido entre medos e persas. Na mesma noite Belsazar foi morto e Dario, o medo, se apoderou do reino. Deus usou como Seu instrumento o rei Ciro, da Pérsia e o rei Dario, da Média. Deus ungiu Ciro dizendo “ele é o meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz”, para castigar as nações. Deus assume a responsabilidade pelo que Ele faz na história. No texto acima Deus declara várias vezes: Eu Sou o único Deus.

Zoroastrismo

O Zoroastrismo não existe como religião há muito tempo. O Dualismo continua existindo, inclusive teve a sua manifestação dentro da igreja cristã. No século 3, um homem chamado Mani ressuscitou o dualismo dentro da igreja cristã, entendendo que o mal é independente do bem, no sentido de que tem vida própria, criando um movimento chamado maniteismo. Um exemplo mais maniteista é enredo de romance, de novela, história de faroeste, que tem a turma do bem e a turma do mal. Essa idéia é muito enraizada na mente humana. Esse movimento é conhecido também com o nome de maniqueísmo. Qual é o motivo? Porque naquela época surge um problema: como justificar Deus. Para o teólogo Mani Deus não tem nada a ver com o mal, Deus não é culpado disso. Muita gente embarca nessa até hoje! Mesmo sem um embasamento teológico, Mani tratou o assunto como teologia.

Quem aceita essa posição deixa de crer no monoteísmo; porque passa a acreditar que existe outra força além de Deus, outra força equivalente a Deus, então deixa de ser monoteísta para ser dualista. É um problema lógico porque acredita em dos poderes iguais, portanto dois deuses. O outro problema lógico é que não tem redenção, porque Deus nunca vencerá o mal. Se eles se equivalem em força vão resistir eternamente.

Aula ministrada na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo
Transcrição da Missionária Heloísa Martoni
Bibliografia usada na preparação da aula:
A providência – Rev Héber Carlos de Campos
As Institutas – João Calvino
Razão da Esperança – Rev Leandro Antonio de Lima
Teologia Sistemática – Louis Berkhof(todos da Cultura Cristã/CEP)
As citações Bíblicas são da tradução de Almeida - revista e atualizada - Sociedade Bíblica do Brasil

domingo, 14 de março de 2010

Providência - outras visões

Iniciamos a parte final do estudo da Providência, que é a respeito do mal. Desde a Teodicéia, que é a forma como as pessoas tentam justificar Deus (como se Deus precisasse ser justificado), mas como existindo Deus o mal existe. Essa é a grande discussão da Teodicéia. E toda a questão do mal, mal moral, mal físico. Antes de entrarmos nesta parte final que, na minha opinião, é a mais complicada de todos, vamos ver como as religiões vêem esta questão da Providência. Trataremos das religiões não em denominações, mas em grandes grupos a partir da Cosmogonia que elas têm. Cosmogonia é a maneira como vemos o Universo. Para muitas religiões a Providência de Deus é inexistente, que tem a ver com a lógica da maneira como elas encaram Deus, o mundo, o universo e tudo mais.

A primeira grande divisão é dos Não Cristãos e Cristãos. O primeiro grupo dos Não Cristãos é o Ateísmo, os que se dizem ateus. Sabemos que 95% deles, na verdade, não são ateus, são só contra o Deus dos cristãos. Declaram-se ateus porque acham que Deus é injusto, vingativo, mas não que sejam realmente ateus. Ateu é aquele que não crê na existência de qualquer deus, que tem a firme convicção de que não há Deus. A + Theo; “a” partícula negativa mais Deus (Theo). Ateu é o que nega a existência de Deus. Como o ateu vê o universo e seu funcionamento sem a existência de Deus? Para ele o universo surgiu do acaso e sempre existiu, funcionando de forma automática e natural. Se Deus não existe e o universo funciona automaticamente, como surge o mal? É uma pergunta sem resposta da parte do ateu. Ele diz que se Deus existisse não existiria o mal. Como não sabe explicar a origem do universo, não sabe a origem do bem e do mal, ficando grandes falhas teóricas ou lógicas em seus argumentos. Como Deus implantou em nós, em nossa natureza a semente da religião, o ateu nega algo que está dentro de nós. Se não há Deus, o universo surgiu do acaso e funciona por conta própria, não existe Providência.

Há um outro grande grupo de religiões, o Deísmo. Não confundir com Teísmo. Nós somos teístas. O deísta é aquele que acredita em um Deus apenas transcendente. Isto é, acredita na possibilidade de haver um Deus, que criou todas as coisas e voltou para o Seu lugar, deixando tudo por conta própria. Entre os deístas estão os agnósticos. Agnóstico é aquele que nega a possibilidade de se conhecer a Deus. Ele não diz que Deus não existe, mas que é impossível conhecê-Lo. O deísta diz que Deus criou o universo com suas regras, como uma máquina automática, a colocou para funcionar e ela funciona dentro dessas regras exatas. Não é a favor do destino, porque destino pressupõe que alguma coisa está prevista para acontecer. O conceito é que Deus colocou regras gerais para funcionar, regras naturais para o funcionamento do ser humano, mas não que Ele predeterminou alguma coisa para frente. O que acontece se estivermos dentro de uma lógica deísta? Se Deus não tem mais nada a ver com o que está acontecendo no dia-a-dia, então nós resolvemos todas as nossas coisas. O deísta acredita em Deus, mas não crê que Ele continua interferindo. Se Deus criou todas as coisas e as leis que as regem, perfeitas ou não, como funciona a questão do mal, como que surge o mal? Para confessar que Deus está refugiado em Seu castelo e não sai de lá, portanto também não existe Providência.

Há também um outro grupo que é o oposto dos teístas, que são os Panteístas. Pan significa tudo. Quando se fala em jogos Pan-americanos, é porque junta todos os países da América. Os panteístas do Extremo Oriente criaram um movimento chamado Nova Era. O dirigente da cerimônia gasta meia hora invocando deuses, que lembra Paulo em Atenas. No final dos anos 80 o movimento foi muito forte; e aí temos o povo fazendo anjo, velas, ervas, etc, etc. O panteísta é o contrário do deísta porque acredita que Deus é só imanente, ou seja, que Deus está em todos e em tudo; em todas as coisas; o Criador se confunde com a criação, porque Ele mesmo é parte integrante da obra criada. Deus está na plantinha, na cadeira, no bichinho, está em você, não como nós cremos que Deus veio habitar em nós, mas que Deus faz parte de você, do seu conteúdo, ou seja, você é uma parte de Deus ou Deus é uma parte de você. Não explicam a origem do mal, porque se Deus está em todas as coisas, não pode haver o mal. Quando acontece uma coisa realmente feia, não tem explicação. Como Deus pode estar dentro de um bandido? Se Deus está em todas as coisas, também está dentro do mal. O filósofo Spinoza disse que a existência do mal faz parte da perfeição do mundo; afirmando que se o mal não existisse o mundo seria um tédio. Para o mundo ser perfeito precisa haver esse conflito metafísico que gera o pensamento, portanto a existência do mal faz parte da perfeição do mundo. Assim o mal faz parte de Deus, desse deus que está em todas as coisas. A maioria das religiões hinduístas diz que o mal é uma ilusão, que o mal não existe. O mal não passa de uma visão errada do que está acontecendo. Se Deus está em todas as coisas o tempo todo, também não existe Providência. Não existe diferença entre criador e criatura; se não existe essa diferença então não precisa haver alguém cuidando de algo, porque esse deus está acontecendo junto com todas as coisas o tempo todo. Se está presente em todas as coisas ele faz parte dos acontecimentos, não é alguém zeloso cuidando de alguma coisa. Não há conceito de Providência. Existe o grupo dentro dos panteístas que acredita que o mal existe e que, se Deus está em todas as coisas, Ele faz parte dessa existência.

Dualismo. O dualista é aquele que acredita que existem dois poderes: o bem e o mal, e que estes poderes são independentes. Nós também acreditamos no bem e no mal e que o mal tem poder. Porém o dualismo entende que esses poderes são igualmente independentes, que vêm de Deus e do diabo, mas o diabo não está sob o controle de Deus. São independentes e combatem um contra o outro, até o momento em que vai haver um vencedor; que não está definido para o dualista, mas que o bem vai vencer, não como nós que cremos que o mal já está vencido. Eles acham que o diabo age e de maneira independente; o que significa que Deus não é soberano. Existe cristão dualista, é aquele que não tem uma fé convicta em alguma coisa. Não podemos confundir sincretismo com panteísmo; sincretismo é a mistura de duas ou mais crenças. Qual é a grande lógica do dualismo? Tem alguma coisa que facilita a vida do dualista, é o fato de que Deus não é responsável pelo mal. Isso facilita a vida do dualista porque não é preciso entrar nessa discussão. Se Deus está no controle de todas as coisas e é a causa primeira de todas as coisas, como é que fica o mal? Quando acontece o mal, tentam justificar Deus afirmando que Deus não tem nada com isso, pois Deus é só o bem. Deus é só amor, só bondade, só graça e misericórdia. O mal é outro poder. Se alguém pratica o mal, é como em desenho animado: um anjinho falando numa orelha e o diabinho do outro lado falando na outra orelha. É muito difícil de acreditar que o mal moral que acontece no mundo, o mal físico que acontece às pessoas, está sob o controle de Deus. O grande nó é aceitar a Soberania de Deus. Quando aceitamos a soberania fica tão fácil de entender. Quando não aceita a soberania divina, é preciso achar caminhos para explicar certas coisas. O mal não é praticado por Deus, mas o mal não existiria se Deus não tivesse criado os seres que iriam praticá-lo. Para o dualismo não existe Providência, porque Deus está só do lado bom.

Nós, cristãos reformados, agostinianos, acreditamos na soberania absoluta de Deus sobre todas as coisas em todos os momentos. Mas entre os CRISTÃOS temos um grupo que chamamos de Liberdade e outro chamamos de Semi-Liberdade, que nada tem a ver com a pessoa ser liberal ou não liberal, mas com a Teologia; aí surge no Século II o teólogo cristão Pelágio que teve como principal opositor teológico, Agostinho. A premissa de Pelágio é que o homem é totalmente livre para tomar as suas decisões. O grupo Liberdade é definitivamente o defensor do homem com livre arbítrio sem limites. O homem decide todas as suas coisas, inclusive sua relação com Deus. Pelágio achava que é possível o homem não pecar. O pecado é contingência, acontece na vida das pessoas, mas que não fazia parte da natureza, era algo adquirido, ou seja, ele peca em convívio com outros pecadores; mas se ele quiser, como tem total liberdade, ele pode optar por não aceitar. Ele teria a capacidade de não pecar. Ele não acreditava na hereditariedade do pecado. Ele aceitava o pecado original, mas não que passa de pai para filho, não aceitava a herança do pecado. Ele dizia que a pessoa pode não aceitar pecar porque nasce como Adão antes de pecar. Ele achava que precisava da graça de Deus, mas o homem que toma a decisão de crer em Deus. O homem é total e absolutamente livre para aceitar ou não, para decidir pela minha salvação ou não. Nesta lógica Deus não é Soberano; não é Onisciente, porque Deus não sabe o que vou decidir, pois sou totalmente livre para decidir; Deus não é Onipotente, porque se eu decidir por uma coisa diferente, eu vou fazer. Deus queira ou não. A doutrina pelagiana diz que o homem tem livre arbítrio para tomar decisões; se ele resolver se arrepender não negam que Cristo morreu pelos pecados, mas querer ser purificado dos pecados é uma decisão pessoal. Se decidir se arrepender, aí, sim, Deus fez essas coisas para me limpar do pecado. Deus só age depois que o homem decide alguma coisa, Deus é reativo. O que significa que não há Providência. Podemos dizer que está quase igual o dualismo, a diferença é que no dualismo o poder está no bem e no mal, e para o pelagiano está entre Deus e o homem.

Depois disto surgiram os semi-pelagianos, depois vieram os contestadores desses, depois vieram outros até chegar Lutero; então veio Arminio dizendo que Pelágio errou em muitas coisas, mas havia alguma coisa certa; o homem continua tendo livre arbítrio, não tão amplo, geral e irrestrito como diz Pelágio. Armínio nunca nega que o homem é pecador, que nasce em pecado, não é tão radical, mas diz que Deus tem propósitos gerais e não específicos, ou seja, Deus tem grandes planos, mas não para a vida humana individual. Portanto, o homem continua tendo decisões livres; não é totalmente livre porque tem certas limitações, ou seja, é quase livre, é chamado de Semi-Liberdade. Deus é Onisciente porque Ele sabe tudo o que está passando por aqui, mas não é Onipotente porque o homem pode ouvir o chamado da salvação e recusar. Para eles o homem tem livre arbítrio para tomar suas decisões espirituais. Amanhã pode mudar de idéia e dizer que não quer mais ser salvo. O metodista e o batista tradicional são arminianos.

A Providência de Deus é definitivamente uma doutrina do grupo de religiões que são Teístas, que Deus é, ao mesmo tempo, Imanente e Transcendente, que Ele participa de tudo e que está no controle de tudo.

sábado, 6 de março de 2010

Concurso Providencial de Deus

A palavra concurso é a união da partícula co que quer dizer juntos, e curso que vem do verbo caminhar. Concurso Providencial é Deus caminhando junto com todas as coisas que acontecem. Sabemos que Deus é Onipresente, assim nada acontece que Deus não esteja presente. Sabemos que Deus é Onipotente. As dúvidas do Concurso Providencial de Deus são: se Deus pode tudo e está em todos os lugares como é que isso acontece? Teleologia é o estudo do objetivo, da finalidade das coisas. Porque e para que as coisas acontecem. Se Deus está concorrendo com todas as coisas, qual é o objetivo de Deus nos acontecimentos?

Efésios 1.11 – N’Ele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito d’Aquele que faz todas as coisas conforme o conselho da Sua vontade.

Aquele que faz todas, não são algumas, mas todas as coisas, conforme a Sua vontade soberana.

Voltando ao estudo da Criação, vimos que há dois pontos muito importantes: Deus criou, a certeza de que Deus é Criador; e que antes nada existia, somente Deus. Portanto, a partir de Deus que surgiram todas as coisas, nada existiria sem a existência da criação de Deus. Para entender o concurso de Deus na criação, vamos ver que há uma causa primária de todas as coisas. A causa primária de todas as coisas é Deus. Porque se Deus não tivesse criado nada aconteceria, nenhum mal. Deus não é quem cria o mal, mas o mal não existiria se Deus não tivesse feito aquele que deu origem ao mal. Deus é a energia geradora de todas as coisas. Deus não só criou todas as coisas, e se concordamos que Deus conserva e preserva todas as coisas, então, a energia é o poder de Deus que mantém todas as coisas existindo e funcionando. Se Deus conservasse só bons e não maus, o mal não aconteceria. A Bíblia descreve vários momentos em que Deus disse: Chega! Precisamos tomar cuidado com duas coisas: 1) não aceitar a existência da mãe natureza. Deus conserva, provê e governa todas as coisas, portanto, a natureza, como um todo, não tem poder próprio. 2) O homem tem capacidade de agir de acordo com a sua natureza, mas, nem por isso tem poder para fazer o quer. Há quem diz que a natureza cuida de si própria. Para esse Deus é só transcendente; Ele criou todas as coisas e voltou para o céu. Se Deus é o agente primário de todas as coisas, todo o resto são agentes secundários. Da mesma forma que Deus é transcendente e imanente, apesar de sermos atores secundários, temos nossa própria ação, temos vontade própria, livre agência. É certo de que nada que pensamos vai acontecer se for contra a vontade de Deus. Se não entendemos que temos a capacidade de fazer as coisas, caímos no extremo oposto, e passamos a acreditar num Deus que é só imanente, aquele deus que está em todas as coisas, portanto é deus fazendo todas as coisas. É preciso tomar cuidado porque se a natureza funciona por conta própria, é porque Deus abandonou a criação. Sabemos que isto não é verdade. Se parte do princípio que os atores secundários não têm vontade própria, que Deus resolve cada tropeço, é porque Deus está vendo uma coisa de cada vez. Também não é verdade. Hoje a neurologia está descobrindo algo que a teologia afirma a séculos. Calvino escreveu sobre isso. Existe dentro de todo ser humano uma semente, um senso de que existe um Ser superior (Romanos 1.18-22).

Por que é preciso entender que existem agentes secundários e que a criatura não é passiva nesse Concurso Providencial de Deus? Porque podemos cair em erros, talvez mais perigosos. Por que? Porque se Deus concorre com todas as coisas, Ele é imanente, portanto, está manobrando todas as coisas, então não somos responsáveis pelo que fazemos, ou seja, se não fazemos nada que Deus não esteja concorrendo, portanto, fazemos coisas erradas, a culpa é de Deus, porque Ele poderia evitar. Havia, aqui em São Paulo, no início do século 20, um bandido italiano que dizia que não era ele que tinha matado, mas Deus. Se achar que os agentes secundário não têm ação alguma, tiramos a responsabilidade do ser humano de fazer coisas erradas. Se os agentes secundários não tivessem capacidade de agir de acordo com a sua natureza, seriam marionetes nas mãos de Deus, e pior ainda, estaríamos dizendo que Deus é a causa do mal. Sabemos que não é verdade, porque não é o que diz a Bíblia a nosso respeito. E nossa Confissão de Fé está escrito que todas as obras fazem parte do decreto de Deus, todos os eventos de Deus são infalíveis, ou seja, todos os decretos eternos de Deus se cumprem, Deus nunca é o autor do pecado. O homem age de acordo com a sua natureza.

Qual é a diferença entre liberdade e autonomia? Autonomia tem a plena liberdade, quase que absoluta; é a capacidade própria de definir o que se vai fazer sem nenhuma interferência. Temos liberdade, porque as coisas que fazemos, na maioria das vezes, nós fazemos sem termos partido para fazer. Deus não está nos obrigando a fazer. Nem o diabo nos obriga a fazer. O que o diabo faz é tentar. Porque, se toda a culpa fosse do diabo, ele que seria responsáveis e não nós. Deus puniria o diabo e a situação estaria resolvida. Culpar a Deus faz parte da natureza pecaminosa do homem; não do homem renascido em Cristo. Se eu acredito que Deus está em todas as coisas, significa que também sou deus. O homem tem liberdade de ação, ou seja, aquilo que faz no dia-a-dia, não é sob coação. Essa liberdade não tem total autonomia. Ela não é absoluta. Porque se a liberdade fosse absoluta e pudesse fazer qualquer coisa que quisesse, inclusive se quer ou não quer ser salvo, então o homem teria o “livre arbítrio”. O homem não tem livre arbítrio. Por que? Porque ele não tem autonomia. O homem não tem autonomia porque a sua liberdade está limitada pela sua própria natureza. Esse agir de acordo com a própria natureza é uma coisa muito séria, tão séria porque nem Deus tem liberdade de agir contra a Sua natureza. Deus não pode agir contra a Sua própria natureza. Deus não pode deixar de retribuir, porque seria contra a própria natureza d’Ele, porque estaria atentando contra a Sua santidade. Se Deus não pode agir contra a Sua natureza, quanto mais nós, seres mesquinhos considerados como nada. Então, num primeiro momento somos dominados pela nossa natureza, e mesmo a nossa natureza não é totalmente autônoma, porque ela está subordinada a Deus.

Atos 17.28 – Pois n’Ele vivemos,e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.

Em Deus vivemos, nos movemos e existimos. Deus é a causa primária de todas as coisas. Paulo não está dizendo que Deus gera os nossos movimentos, que gera o que fazemos; mas está dizendo assim: tudo está baseado no fato de que Deus nos conserva e provê. Nada do que fazemos poderia ser feito sem o concurso providencial de Deus; mas mesmo assim, fazemos coisas fora da vontade prescritiva de Deus, por causa da nossa natureza pecaminosa; só ficaremos livres dela quando Deus nos chamar para junto de Si.

Já vimos que Deus é a causa de todas as coisas, que Deus criou todas as coisas a partir do nada, ou seja, nada existe que tenha surgido no mundo que não seja da decorrência da criação de Deus. Não significa que Deus tenha sido o Criador do mal, mas o mal não existiria, se Deus, antes de todas as coisas, não tivesse criado seres que criaram o mal. Dessa lógica que dizemos que Deus é a causa primária de todas as coisas. Porque se Deus não tivesse resolvido, em algum momento, criar todas as coisas, nada existiria. Há causas primárias e secundárias. As primárias foram criadas pelo Criador e as secundárias foram feitas pela criatura. O que sabemos é que nenhuma criatura poderia fazer nada fora dos planos de Deus.

O Concurso Providencial de Deus é a coisa mais fácil de ser entendida, porque é fácil entender que Deus concorre com todas as coisas, porque Ele é onipresente. Mas, quando pensamos em detalhes, complica. É preciso entender que existem causas primárias e secundárias. Não é só para entendermos que Deus é o Ser primariamente responsável por qualquer coisa que aconteça, como também é preciso entender que as pessoas são responsáveis pelas coisas que fazem. Se admitir ou pensar que não somos responsáveis pelo que fazemos, significa que não somos responsáveis pelo pecado. Existe quem acha que Deus deve salvar todas as pessoas porque Ele as criou, deixou as coisas acontecerem, fica responsável pelos pecados delas.

Se Deus fosse a única causa de todas as coisas, se não houvesse causa primária e causa secundária, o que teríamos? Sabemos que existem causas primárias e causas secundárias; que Deus é a fonte e realizador de todas as coisas, que as criaturas, incluindo anjos e seres humanos, são causas secundárias. Os anjos caídos criaram o mal quando da sua rebelião contra Deus. Eles tiveram liberdade de escolha contrária, foram os únicos que tiveram, momentaneamente, a possibilidade de escolher contra a sua própria natureza e não contra a sua fraca natureza. O homem pecador também pode escolher contra a vontade de Deus, mas aqui tiveram a liberdade de escolha contra sua própria natureza. Sabemos que tiveram a possibilidade, fizeram essa escolha contra a sua própria natureza, porque temos a revelação na Palavra de Deus; porque puderam fazer isso, só Deus sabe. Sabemos que estava dentro dos propósitos de Deus. São decisões de Deus que não foram reveladas. São fatos narrados pela Bíblia, mas Deus não nos deu explicação. Nascemos com a natureza pecaminosa, depois veio o novo nascimento em Cristo, somos nova criatura, mas temos as duas naturezas: a carnal e a espiritual (Efésios 4.22-24). Então, existe a capacidade para agradar a Deus, mas não estamos livres totalmente do pecado. Apesar de saber que estamos livres do pecado, não significa que estamos livres de pecar.

Neste assunto, o que é difícil de entender é o fato de que andam juntas a Soberania de Deus e a liberdade, ainda que limitada, de se fazer uma escolha. Há pessoas que pensam que a liberdade ilimitada. Não é. No momento que ela não é ilimitada e um dos seus indicadores são os planos de Deus, deixa de ter problema de incompatibilidade entre soberania e liberdade. Agora, ao mesmo tempo, tem a nossa responsabilidade, porque temos livre agência até o limite do plano de Deus. Quando fazemos a escolha somos responsáveis.

Acontecem as coisas boas e ruins porque não sabemos qual o plano, para que isso vai servir. Quando lemos na Bíblia a história do faraó, como temos o fim da história, sabemos a finalidade de tudo aquilo.

Atos 4.23-28 – Uma vez soltos, procuraram os irmãos e lhes contaram quantas coisas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, Teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o Teu santo Servo Jesus ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a Tua mão e o Teu propósito predeterminaram.

Pergunta: Herodes, Pôncio Pilatos, gentios e israelitas fizeram o que queriam ou não? Sim, fizeram por vontade própria deles. Deus permitiu que fizessem porque estava dentro de Seus planos, mas eles fizeram por vontade própria. Fizeram o mal porque eram maus; agiram de acordo com a sua natureza má, fizeram coisas ruins, mas nada que estivesse fora do plano de Deus, plano que já estava predeterminado. Estamos falando a respeito de um dos decretos eternos de Deus, o decreto da nossa salvação. Deus decretou desde a eternidade que Cristo morreria pelos nossos pecados.

2º Samuel 24.1,10 – Tornou a ira do Senhor a acender-se contra os israelitas, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá. Sentiu Davi bater-lhe o coração, de povos de haver recenseado o povo, e disse ao Senhor: Muito pequei no que fiz; porém, agora, ó Senhor, peço-Te que perdoes a iniqüidade do Teu servo; porque procedi mui loucamente.

Davi reconheceu que pecou. Se Deus incitou Davi (v.1) por que Davi está arrependido? Porque ele sabia que não devia fazer aquilo. Por que Deus incitou Davi a fazer? Veja o início do texto: a ira do Senhor se acendeu contra Israel, por causa da desobediência do povo. Deus permitiu o erro de Davi para punir o povo

João 8.32, 34, 36 – E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.

Então, somos livres para fazermos coisas boas e temos capacidade para fazer as coisas boas.

Gálatas 5.13 – Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.

Para fazer coisas boas.

1ª Pedro 2.16 – Como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus.

2ª Coríntios 7.1 – Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.

Somos preparados para coisas boas. Se não houvesse as nossas fraquezas nos puxando, não precisaria que João, Paulo e Pedro estivesse nos exortando. Agora, temos homens bons, homens salvos fazendo atos que são bons de acordo com o plano de Deus. Mas também temos atos bons por homens maus.

Isaías 44.24-28; 45.1-2 – Assim diz o Senhor, o que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra; que faço os sinais dos profetizadores de mentiras e enlouqueço os adivinhos; que faço tornar atrás os sábios, cujo saber converto em loucuras; que confirmo a palavra do meu servo e cumpro o conselho dos meus mensageiros; que digo de Jerusalém: Ela será habitada; e das cidade de Judá: Elas serão edificadas; e quanto às suas ruínas: Eu as levantarei; que digo à profundeza das águas: Seca-te, e eu secarei os teus rios; que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado. Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão. Eu irei adiante de ti, endireitarei os caminhos tortuosos, quebrarei as portas de bronze e despedaçarei as trancas de ferro.

Davi era um homem segundo o coração de Deus, e Ciro? Ciro era um rei ímpio, contudo Deus diz que ele é o seu pastor, porque era para servir o plano de Deus, e o chama de ungido, porque, com certeza, toda a autoridade dele foi dada por Deus. Homens bons fazem atos maus?

Gênesis 45.5-8 – Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito.

Os irmãos de José fizeram uma série de atos maus, e agora José está dizendo que eles são responsáveis pelos atos que fizeram, mas aqueles atos serviram para os planos de Deus, que o pôs por pai de Faraó. Agora, Atos maus de homens maus é fácil de entender; mas mesmos estes estão sob a soberania de Deus.

Jeremias 25.9-11 – Eis que mandarei buscar todas as tribos do Norte, diz o Senhor, como também a Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo, e os trarei contra esta terra, contra os seus moradores e contra todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e os porei por objeto de espanto, e de assobio, e de ruínas perpétuas. Farei cessar entre eles a voz de folguedo e a de alegria, e a voz do noivo, e a da noiva, e o som das nós, e a luz do candeeiro. Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos.

Aula ministrada na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo

Transcrição da Missionária Heloísa Martoni

Bibliografia usada na preparação da aula:

A providência – Rev Héber Carlos de Campos
As Institutas – João Calvino
Razão da Esperança – Rev Leandro Antonio de Lima
Teologia Sistemática – Louis Berkhof
(todos da Cultura Cristã/CEP)

As citações Bíblicas são da tradução de Almeida - revista e atualizada - Sociedade Bíblica do Brasil