sexta-feira, 15 de maio de 2009

Por que nós oramos?

Qual o nosso modelo de oração? A oração começa com adoração, primeiro o Pai. Depois na parte de pedidos começa com o sustento, proteção, perdão condicional. Isaías foi falar com o rei Ezequias para dizer-lhe que os dias dele estavam contados. Ezequias orou. Deus ordenou e Isaías voltou para dizer-lhe que Deus concedera a ele mais 15 anos. Deus mudou de idéia? Não. Não podemos nos acomodar e pensar que nada temos a fazer já que existe a Providência de Deus.

Por que nós oramos? Primeiro, porque é uma ordem. Nós oramos porque é a vontade preceptiva de Deus. É uma ordem. Deus está dizendo o tempo todo: orai, orai, orai. Mesmo que não tivéssemos a menor compreensão do porque nós oramos, nós deveríamos orar como sinal de obediência. Desde o início desse Curso temos falado que precisamos tomar cuidado com a nossa natureza humana, que é arrogante, querendo ser auto-suficiente, querendo controlar sua vida.

Segundo, nós oramos para reconhecer a nossa dependência. Através de Daniel, Deus diz que todos os seres da terra são reputados em nada. Deus já deixou claro que nós somos nada. Deus tem absoluta certeza disso, nós é que não temos certeza. Para isso precisamos nos colocar em oração, para reconhecermos que tudo vem de Deus. É interessante que na Oração Dominical dizemos: seja feita a Tua vontade, e lá no nosso íntimo estamos desejando que seja conforme a nossa vontade. É, porque só dizemos que a oração foi respondida quando Deus faz a nossa vontade. A nossa oração deve ser como a oração de Jesus lá no Jardim das Oliveiras, Ele pediu ao Pai que passasse d’Ele o cálice, mas que a vontade do Pai fosse cumprida. Por isso a nossa oração deve ser sincera diante de Deus, devemos pedir o que queremos, mas aceitando a vontade de Deus seja ela qual for.

Está escrito na Bíblia que todos os nossos passos são controlados por Deus, e que Deus concorre, anda junto com todas as coisas que Ele criou. As grandes coisas Deus decretou desde a eternidade, ao mesmo tempo, há outras coisas que não estão decretadas desde a eternidade, mas que Deus está, no dia-a-dia, controlando, ou seja, fazendo ou deixando acontecer. Quando digo que Deus não decretou lá na eternidade que eu vou tropeçar nessa cadeira, é porque eu não tenho o fatalismo dos árabes, que dizem que este fato já estava escrito. Mas, se eu for caminhar agora, Deus está governando todas as coisas e Ele pode ou não deixar que eu tropece nessa cadeira. Não significa que na eternidade Deus decretou que no dia 30 de novembro de 2008, às 10h30, eu iria tropeçar na cadeira da Igreja. Precisamos ter cuidado para não cair no fatalismo, achando que tudo o que nos acontece está definido. Deus está ouvindo as nossas orações? É claro que está ouvindo! Senão a Bíblia não diria que muito pode a súplica do justo. Precisamos pedir aquilo que queremos, sempre com a convicção que Deus vai entregar o que for da vontade d’Ele. Não sabemos como responderá porque não podemos entender qual é a vontade de Deus. Em alguns casos, como foi o de Ezequias, Deus resolveu agir e demonstrar a Sua misericórdia. Se Deus não agisse assim não poderíamos entender a misericórdia d’Ele.

Terceiro motivo para a nossa oração é a de fortalecer a nossa fé.

1º Reis 18.1 e 41-44 – Muito tempo depois, veio a palavra do Senhor a Elias, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra. Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque já se ouve ruído de abundante chuva. Subiu Acabe a comer e a beber; Elias, porém, subiu ao cimo do Carmelo, e, encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos, e disse ao seu moço: Sobe e olha para o lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E assim por sete vezes. A sétima vez disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva não te detenha.

Há três anos e meio que não chovia. Depois de um tempo resolve que vai mandar a chuva de volta. Elias já sabia que iria chover, e ouviu diretamente de Deus. Para que Elias vai orar? Deus já havia dito a ele que choveria, assim mesmo Elias sobe no monte e ora, não só uma vez, mas sete vezes. Nós oramos, e devemos orar pedindo para que Deus faça aquilo que Ele nos prometeu e estamos certos de que Ele fará. Isto fortalecerá a nossa fé, porque estamos pedindo para que Deus cumpra o Seu decreto. Mas Deus sabe que Ele cumprirá o seu decreto. Quem precisa dessa convicção somos nós. Então, oramos para fortalecer a nossa própria fé.

Tiago 5.17-18 – Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terá, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.

É a oração de Elias, primeiro para não chover e depois para chover. Assim mesmo ele orou.

Quarto motivo para orarmos. Por que fazemos todas as coisas? Para a glória de Deus. Nós oramos para a glória de Deus. Faz parte do nosso culto a Deus, pessoal e também congregacional. Há orações que fazemos em direção a Deus e há orações que fazemos contra Deus. Você pergunta: Estamos indo contra a vontade de Deus? Quando estudamos a vontade soberana de Deus, vemos que existe a Vontade Prescritiva de Deus, que são as coisas que Deus prescreveu, recomendou para que nós fizéssemos; esta vontade é que conseguimos negar. Os Dez Mandamentos é a Vontade Prescritiva de Deus e que violamos. Mas a Vontade Decretiva, que são os decretos de Deus, nunca poderemos violar, por mais esforço que se faça.

Existem coisas que estão nos decretos eternos de Deus e coisas que estão no dia-a-dia. Porque se Deus fosse apenas transcendente e deixou tudo programado o que vai acontecer, exatamente como Ele faz, não faria nenhum sentido nós orarmos. A nossa oração não é só um dever, ela tem também uma função. Sabemos que a oração é melhor, é mais importante para nós do que para o Senhor, mas não significa que não vamos pedir as coisas para o Senhor, e as coisas que estão dentro das ações imanentes de Deus, aquelas que Ele cuida de nós no dia-a-dia. Por que na vida temos muita gente orando um pelo outro! Por que na Bíblia estaria escrito: muito pode por sua eficácia a oração do justo? Deus sabe o que precisamos, mas Ele quer que peçamos. Precisamos confessar os nossos pecados, mesmo Deus nos conhecendo melhor do que nós mesmos. A oração pode mudar o rumo de alguma coisa? Nesse padrão a oração pode mudar o rumo, como o caso do rei Ezequias. Deus havia dito: você vai morrer. Meia hora depois Isaías voltou para dizer que ele teria mais 15 anos de vida. Não é por causa da nossa livre agência que Deus muda. A livre agência é a nossa capacidade ou direito que Deus nos deu de escolhermos fazer uma coisa ou outra. Deus governa o nosso dia-a-dia de acordo com a vontade soberana d’Ele. Deus muda as nossas ações porque nós mudamos. O que Deus quer de nós é arrependimento e obediência. Quando nos arrependemos e obedecemos, Deus, efetivamente, nos trata de forma diferente. É promessa d’Ele lá no início. A nossa salvação nada tem a ver com as nossas ações, a nossa vida terrena, sim. Deus nos escolheu para a salvação antes da fundação do mundo, independente das nossas ações, porque assim o Senhor quis.

Nenhum comentário: