quinta-feira, 3 de abril de 2008

Culto do bode expiatório

“Pessoas que sorriem quando acontece algo errado provavelmente já pensaram em quem vão jogar a culpa.” Martin de Haan

Quando os nossos primeiros pais foram confrontados por Deus em relação à sua desobediência eles tentaram evitar a resposabilidade pelo seus erros. Adão acusou Eva que, por sua vez, transferiu a culpa para a serpente que, no fim da cadeia da culpa, não tinha para quem passar a batata quente.

Esse tipo de atitude não acabou no Jardim do Éden. Milhares de anos depois os filhos de Israel culparam os pecados dos seus ancestrais pela punição que estavan recebendo. Eles diziam : “Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos é que embotaram” ( Ez 18:2) . Em outras palavras , eles usavam a transgressão dos pais como desculpa para os seus maus caminhos. Mas Deus declarou : “…a alma que pecar, essa morrerá”(Ez 18:4).

Atualmente a prática de jogar a culpa nos outros é ainda mais comum do que nunca. Um jornal uma vez trazia o seguinte texto : “Se existe uma doença comum nacional essa é a auto-piedade. Nós sentimos pena de nós mesmos e jogamos a culpa da nossa situação nos outros”.

Muita pessoas procuram em cantos escondidos da sua infância experiências que possam justificar que elas não são responsáveis pelo seu comportamento atual. O culto do bode expiatório cresce em todas as pessoas em todos os lugares. A culpa é dos pais pela educação (ou falta dela) que deram. Das circunstâncias sociais que levaram a pessoa aquela atitude. No limite, a velha desculpa de que a culpa é do sistema. Mas quem é mesmo que faz o sistema ?

De acordo com a Bíblia, quando tentamos jogar a responsabilidade da nossa culpa para outra pessoa entramos num beco sem saída, e pecamos de novo tentando atribuir falsamente o erro a outro. A questão não é descobrir quais os fatores que influenciarem o nosso erro, mas como eu aprender com eles para não cometê-los novamente. Como cristão não existe desculpa para o comportamento pecaminoso. É Deus que nos assegura que : “tudo posso naquele que me fortalece “ – especialmente, posso não pecar.

E mesmo sabendo que o pecado é inevitável, é a nossa natureza, não precisamos jogar a culpa em outra pessoa pois temos a certeza de que Cristo já levou sobre Ele as nossas faltas. De graça.



Gravura : O bode expiatório (1854) de William Holman Hunt

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