Cada dia que passa ouço mais gente dentro da Igreja propondo que nos adaptemos à vida como ela é no mundo. Sugerem que nós precisamos nos adaptar às transformações que a sociedade está passando, que precisamos atuar de forma contextualizada, que precisamos ser mais tolerantes em relação ao pecado. Triste é perceber que, ao mesmo tempo que toleramos o pecado, somos mais intolerantes aos pecadores, quando deveria ser exatamente o contrário : amar as pessoas e detestar as práticas pecaminosas.
Cada dia que passa vemos mais igrejas sendo invadidas pelo mundo. Igrejas que aceitam os chamados "casamentos abertos" (seja lá o que isto signifique). Grupos musicais autodenominados "gospel" tocando músicas originárias de cultos satânicos (será que conhecem a origem do termo ou os grandes músicos do gospel music como os Blind Boys of Alabama, Johnny Cash, Aretha Franklin Aaron Neville e Take 6, dentre tantos outros?). Talvez não seja tão surpreendente considerando algumas que fazem festinhas de Halloween (dia das bruxas) para que as crianças não se sintam deslocadas dos coleguinhas de escola.
Igrejas que aceitam, defendem, e até "abençoam" práticas que a Bíblia define como abomináveis. Alguns se defendem com a expressão paulina de "fiz-me fraco entre os fracos para conquistar os fracos", ou seja, na hora que interessa descontextualizam a Bíblia para se contextualizar ao mundo. Seria mais honesto se dissessem que se fizeram fracos para poder cair na gandaia sem culpas. Paulo, em que pesem suas idiossincrasias, aproveitou circunstâncias mas nunca abriu mão da verdade.
No tempo dos juizes em Israel, o povo também queria se contextualizar. E por isso mesmo pediram um rei a Samuel, para que pudessem ser como todos os outros povos. O povo de Israel não percebia quem era o seu verdadeiro Rei. Não percebia que eram nação santa, povo escolhido de Deus para atuar como sacerdote entre os outros povos. Não entendiam que eram e precisavam continuar sendo diferentes .
Quando procuramos nos adaptar ao mundo estamos agindo da mesma forma que este judeus. Estamos abrindo mão de sermos raça eleita, propriedade exclusiva de Deus para sermos mais um entre muitos. Abandonamos a nossa missão de sermos sal da terra e luz do mundo. Tornamo-nos insípidos e não servimos para nada mais além de sermos lançados fora a e pisados pelos homens - o que tem corrido com frequência, diga-se de passagem.
Precisamos a cada dia lembrarmos que devemos ser, em oposição à expressão de George Orwell, menos iguais do que os outros , Totalmente diferentes. Precisamos nos adaptar cada vez menos e não nos conformarmos com este mundo para que possamos, como instrumentos de Deus , resistir à invasão e, como Igreja, levar a mensagem que transforma vidas.
Um comentário:
Infelizmente, enquanto fazia minha agenda até o fim da vida, percebi que precisaria cortar uma série de atividade para as quais não me sobraria tempo, mais. A Igreja entrou na degola. Duro né?
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