segunda-feira, 28 de julho de 2008

Nos passos do apóstolo

"Senhor, não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?" João 14:5

Dos 12 apóstolos de Jesus alguns se destacaram por fatos positivos, negativos, ou ambos.

Pedro é, certamente o mais conhecido. Intempestivo, passional. É também o que reconhece Jesus como o Messias. De André, seu irmão, pouco sabemos. Tiago e João, outra dupla de irmãos. junto com Pedro, são os que estão presentes em momentos fabulosos como a transfiguração. Mateus, o coletor de imposto, é também um dos evangelistas. Felipe, o que pergunta o que fazer para alimentar a multidão, é também aquele que pede para ver o Pai.

Sobre Bartolomeu, só citado na lista dos 12, Tiago de Alfeu, Tadeu (também nomeado de Tiago e Judas - nome que é descartado depois, pois ficou mal visto) e Simão Zelote pouco sabemos. De Judas Iscariotes ninguém esquece.

Já Tomé, Dídimo, normalmente só é lembrado como o homem a quem faltou fé. Tomé e Dídimo (versão grega do nome) quer dizer gêmeo. Ele aparece três vezes no evangelho de João, mas é o suficiente para aprendermos boas lições com ele (mesmo porque, se não fosse, para que estaria na Bíblia?)

Eu sempre acho que somos precipitados ao julgar Tomé quando ele duvida da ressurreição (Jo 20:29). Será que os demais não duvidariam ? Será que nós não duvidaríamos ? A sua incredulidade foi instrumento de Deus para nos ensinar como funciona a fé - crer no que não vemos. Por outro lado, apesar do momento de dúvida, ele não deixa de mostrar que é conhecedor da soberania de Deus, ao declarar que Cristo é Deus e Senhor.

Tomé também é o homem da ignorância sincera (Jo 14:4-5) e perguntar, afinal das contas, para onde é que Jesus iria. Os demais ficaram quietos, como se soubessem. Ele preferia demonstrar a sua ignorância a correr o risco de ficar sem Cristo e essa vontade era maior do que a vergonha de perguntar diante dos seus companheiros. Quantas vezes temos vergonha de perguntar coisas sobre a Bíblia que nós não entendemos (mas achamos que é feio admitir que não sabemos). Nosso orgulho não tem sido maior que a nossa vontade de conhecer a vontade de Deus ?

Tomé também é aquele que se dispõe a ir com Cristo até a morte (Jo 11:16). Diferentemente de Pedro que não tinha idéia do sofrimento pelo qual Jesus iria passar, Tomé sabia exatamente o que o ameaçava (apedrejamento). Talvez a afirmação tenha sido mais um sinal de lealdade do que de fé madura, mas ele preferiria morrer com Cristo do que viver sem Ele. Sua convivção era tão forte que convenceu os demais discípulos a voltar com Jesus para a Judéia.

E nós ? O que temos feito ?

Não corremos o risco de apedrejamento (pelo menos por enquanto). Mas se corressemos o risco de perder Cristo até onde seríamos capaz de ir ?

Não temos protegido o nosso orgulho ? Será que amamos mais a nossa própria cabeça dura ou a Deus ? Nós sempre vamos ter dúvidas que não podem ficar sem resposta.

Temos titubeado em nossa fé ? Com certeza. Sempre temos de pedir mais fé, o que não podemos perder de vista é quem é o nosso Deus e o nosso Senhor.

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