quarta-feira, 8 de abril de 2009

Uma festa diminuída

E, se Cristo não ressucitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. I Co 15:14


É comum ouvirmos de todos os cristãos, e aqui incluo não só os reformados, mas também os católicos, ortodoxos, evangélicos de todas as espécies, que o Natal é a maior festa da cristandade.

É no Natal que as famílias se reunem, que até aqueles que há muito não frequentavam a igreja aparecem para ouvir os corais (especialmente se forem os de crianças). Uma festa em que todos estão alegres porque, afinal de contas, é o nascimento de mais um bebê.

Além disso o Natal tem o componente de ganância por presentes e de gulodice pelos acepipes natalinos. Certamente uma festa de arromba.

Já a Páscoa...bem a Páscoa é sempre olhada como uma data um tanto deprimente, afinal temos de falar de sofrimento, de morte, de túmulo. Não são palavras que as pessoas gostam de ouvir. Nem os ovos de chocolate conseguem quebrar totalmente esse espírito fúnebre.

E também a Páscoa representa um feriadão de 3 dias (4 para alguns, e a semana toda para a maioria dos estudantes universitários), uma ótima oportunidade de viajar.

Esse costume está tão arraigado nas nossas igrejas que a maioria comemora a páscoa no domingo que antecede a mesma (o que automaticamente acaba com qualquer comemoração do domingo de Ramos, que as nossas crianças nem sabem mais do que se trata), afinal, as pessoas não estarão mesmo na igreja.
As classes de escola dominical acabam tendo aulas conjuntas e, raramente, o coral tem quórum para uma apresentação mais complexa. Pense nisso, quantas vezes você já ouviu algum coral cantando o Messias no Natal ? E quantas vezes as monumentais paixões de Bach durante a Páscoa?

Pior, as próprias igrejas estimulam seu esvaziamento promovendo acampamentos e retiros (onde, quem já participou de algum, sabe que boa parte do tempo é dedicada a esportes e atividades sociais, ainda que alguns se denominem "retiros espirituais").

Agora... o que seria de nós sem a páscoa? Sem o sacrifício, morte e ressurreição de Cristo? Apenas um bando de gente infeliz afundada nos seus pecados.

Se vivemos é porque Cristo foi a primicia daqueles que ressucitam para a vida eterna. Essa é a nossa fé, essa é a nossa certeza.

Ou não?

Se a nossa convicção é de que, sem a ressurreição nós não somos nada, porque não estamos todos juntos reunidos para comemorar essa que, de fato, é a data mais importante do nosso calendário religioso?

Um dia ainda nos convenceremos de verdade sobre isso. Aí sim, estaremos comemorando com pompa e júbilo a grande festa da cristandade.

Feliz Páscoa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom o seu texto, realmente não se tem dado primazia no ato redentivo de Jesus Cristo.
Realmente devemos tomar uma posição em que celebremos juntos essa data tão especial.
Parabéns.