quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Filipenses - parte 1

1. Por quê Filipenses ?

a) A busca da felicidade:
Þ Drogas legais e ilegais
Þ Superatividade e ocupação dos espaços da mente
Þ Consumo de auto-ajuda

b) Por quê não funcionam:
Þ Efeitos passageiros
Þ Escapar da realidade não é a mesma coisa que enfrentá-la
Þ Não resolve o problema principal : pecado
Þ A paz verdadeira só é encontrada na reconciliação com Deus

2. Colonia Julia Augusta Victrix Philippensium :
Þ Crenides : conquistada por Felipe II ( pai de Alexandre, o Grande) – 340 a.C. (?)
Þ 146 a.C. : província romana da Macedônia
Þ 42 a.C. : Batalha de Filipos ( Brutus & Cássio x Otávio & Antonio )
Þ 27 a.C. : Otávio Imperador “exila” ex-Antonistas - colônia romana
Þ Via Egnatia : rota comercial do Oriente ->Roma ( Neápolis-Brindisi-Via Appia)

a) Guarda pretoriana
b) Casa de César
c) Culto ao Imperador – perseguição
d) Maneira digna do Evangelho + importante que a cidadania
e) Praetores duumviri – comandantes civis que reportavam diretamente a Roma

3. A Igreja de Filipos : At 16

a) Passa à Macedônia e ajuda-nos
b) Neápolis – cerca de 15 km de Filipos
c) Lídia & as mulheres no Rio Gangites
d) A jovem possessa ( “piton” – adivinhadora /serpente)
e) A conversão do carcereiro
f) A retratação dos pretores

4. A carta da alegria

a) Paulo na prisão em Roma : 61-63 d.C
b) Agradecer ofertas
c) Responder às notícias
d) Promover a alegria

5. Prefácio

a) Paulo & Timóteo
b) Servos de Cristo Jesus
c) A todos...inclusive
d) Graça e paz

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Maria Lúcia Almeida Ferreira



Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. II Tm 4:7

Quando a Maria Lúcia chegou na Igreja Presbiteriana da Pompéia, um pouco depois de mim, ela já veio mostrando que tipo de pessoa que era. Não esperou se adaptar à igreja foi logo arranjando trabalho para fazer.

Aproveitando a idade das filhas, na época, ela foi trabalhar com os adolescentes. Foi um sucesso. Nunca a UPA tinha sido tão forte e atuante. Nunca mais foi igual aquela da época da tia Malu.

Não eram poucos os seus dons, mas certamente ela se destacava em duas coisas: música e gente, o que revelava claramente a forma como vivia para Deus. Com a música fazia a sua ligação vertical, através do louvor. Com as pessoas, a sua relação horizontal de amor aos que precisavam dela.

Conheço poucas pessoas que demonstrem tão explicitamente o cumprimento dos mandamentos de amar a Deus e ao próximo. No caso da Maria Lúcia era algo que realizava sem nenhum esforço, fazia parte da sua natureza.

Ficamos amigos pela música. Era um prazer louvar a Deus junto com ela. Fazíamos prelúdios no piano a 4 mãos (um deles era tocar o hino nacional na semana da pátria), compartilhamos as nossas partituras para piano e órgão e não poucas vezes tocamos juntos para acompanhar a congregação.

Aliás, essa deve ter sido um dos poucos pontos que tinhamos discordâncias. Até hoje eu piso fundo no acelerador e mantenho o andamento acima do necessário (aprendi com a Maria Júlia a tocar mais rápido do que devia, pois a congregação sempre vai arrastar e, no fim, chegamos no andamento certo). Ela preferia ir com mais calma, ela se preocupava que algumas pessoas não conseguiriam cantar naquela velocidade.

Cantei no coral com ela regendo. Toquei para o coral com ela regendo. Ela tocou comigo regendo. E também cantou comigo regendo (excelente contralto, por sinal). Além disso sempre me ajudou quando eu regia o conjunto masculino, me chamando a atenção de falhas que eu não percebia (eu regia e cantava ao mesmo tempo).

Quando eu estava no piano, ela costumava chegar no fim do culto e cantar comigo algum hino.

Ela nunca perdeu a esperança de reativar o coral. Tenho certeza que ficou feliz quando a Marlene assumiu essas incumbência.

Eu também tive a oportunidade de ser alvo dos seus cuidados no ministério de visitação. Especialmente quando o Samuel nasceu e ficou um tempo na UTI e, meses depois, quando foi operado do coração. Nem sempre ela pode vir aqui em casa, mas me ligava todas as semanas para ter notícias e me dar uma força.

Não foram poucas as pessoas que testemunharam a importância desse trabalho dela nas suas vidas. Ele fez a diferença.

Nessa semana, a dona Maria Lúcia foi se encontrar com o Criador. Tenho certeza absoluta que está muito melhor do que todos nós. Está ao lado daquele a quem ela dedicou a sua vida. Um dia estaremos lá juntos cantando de novo (será que o céu tem piano para tocarmos juntos de novo?)

Enquanto esse dia não chega, eu vou sentir muita falta dela.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ezequiel - A restauração

...acaso poderão reviver estes ossos ? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes.” (Ez 37:3b)


Perdidos para sempre ?

No Egito gemiam : Ex 2:24
No exílio choravam : Sl 137:1
Mas não é essa a nossa (falta de) esperança : Jr 43:6-7 e Jd 24

Deus é Senhor e fiel à Sua aliança

Na disciplina e na restauração

A restauração é obra exclusiva de Deus (34:11; 36:16-37)

Aponta para um futuro glorioso

i. reunirá os santos : 39:25-28
ii. derramará o Espírito : 39:29
iii. Dará novo céu e nova terra : 40 a 48 x Ap 21-22

Yahweh- Shammah

A aliança não tem fim

i. Deus não planeja conforme a história se desenrola
ii. Deus é imutável – suas promessas também : 36:28; 37:26-28

Nas suas promessas somos mais que vitoriosos : Rm 8:31-39

Muitos esforços têm sido realizados pela ingenuidade humana, mediante doutrinas claramente errôneas ou aparentemente plausíveis, a fim de retirar de Deus a glória da obra de regeneração e levar o homem a reivindicar esta realização para si mesmo ou, pelo menos, a compartilhar da honra.

No entanto, a origem da regeneração se encontra somente na livre e soberana graça do todo-poderoso poder de Deus. A regeneração é uma obra totalmente divina; a glória, portanto, tem de pertencer e pertencerá para sempre a Deus : "Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1.13).

Bibliografia :
Bíblia Sagrada. Edição Revista e Atualizada do Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil. 1969
Bíblia de Estudos de Genebra . Editora Cultura Cristã. 1999
PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia livro por livro. Editora Vida. 1977
REVISTA EXPRESSÃO. História da Redenção parte 4. Editora Cultura Cristã.
TAYLOR, John B. Ezequiel – introdução e comentário. Mundo Cristão. 1989
van GRONINGEN, Gerard – Criação e Consumação. Editora Cultura Cristã. 2002
van GRONINGEN, Gerard – Revelação Messiânica no Velho Testamento. Luz para o Caminho. 1995

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ezequiel: a aliança e o mediador

Far-vos-ei passar por baixo do meu cajado, e vos sujeitarei à disciplina da minha aliança (Ez 20:37)

O que é um pacto ?

Contrato firmado entre duas partes
A aliança de Deus não é um pacto entre iguais
Uma das partes não tem capacidade para executá-lo

A história do pacto

Adão : pacto de uma única regra (Gn 2:17; Rm 5:12-21)
Abraão : não é um novo pacto (Hb 11:7)
O pacto do Sinai : formalização de um pacto espiritual pré-existente (Gl 3:24, Rm 10:4)
O cumprimento da lei salva ? Rm 9:14-16
O homem natural não cumpre a lei – Rm 10:2-3

Não seria fácil para Israel cumprir o pacto que lhe foi oferecido gratuitamente ? Rm 10:16-21

Características do pacto

É Deus que busca o homem
Deus requer santidade
Deus promete benção e maldição (Sl 37 e 73)
Deus nos faz herdeiros – mas para o Seu serviço
Somos abençoados e abençoadores

O alerta de Ezequiel (Ez 20)

A aliança está debaixo da disciplina de Deus (20:37)
Israel não cumpriu sua parte no pacto (14:7-8)
Deus não abandona a Sua aliança (18:30-32)

O mediador da aliança

Os agentes do pacto renegaram-no (sacerdotes, profetas, reis....)
Necessidade de um intermediário com as duas naturezas
É Deus quem oferece o pacto, e a justificação através do Seu mediador (17:22-24; 21:25-27)
As funções do mediador (Hb 1:1-4)
i. Profeta : trazendo a revelação de Deus
ii. Sacerdote e sacrifício para a justificação (Hb 7:23-28)
iii. Rei : tão soberano quanto o pai (Jo 14:15)

Bibliografia :
Bíblia Sagrada. Edição Revista e Atualizada do Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil. 1969
CAMPOS, Héber Carlos de. As duas naturezas do Redentor. Cultura Cristã. 2004
PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia livro por livro. Editora Vida. 1977
REVISTA EXPRESSÃO. História da Redenção parte 4. Editora Cultura Cristã.
TAYLOR, John B. Ezequiel – introdução e comentário. Mundo Cristão. 1989
van GRONINGEN, Gerard – Revelação Messiânica no Velho Testamento. Luz para o Caminho. 1995
http://www.monergismo.com/

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ezequiel - o Reino


Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne...; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus (Ezequiel 11:19-20)

Introdução : reino , aliança, mediador

Em todos os profetas
Nas palavras do próprio mediador
Em todos os apóstolos

Por quê, ainda assim, tantos acham a Bíblia contraditória ?

Lembrando um pouco sobre o reino

É um reino eterno (cósmico) e um reino futuro
É um reino terreno (Is 2:4 , Ez 25 a 32) e um reino infinito
É um reino para a glória do seu Rei (Is 43:7) – soli Deo gloria
Nem é limitado à igreja (imanente), nem só espiritual e invisível (transcendente)

Muitas teologias tentam limitar o tamanho do reino....e o poder soberano do Rei

O rei soberano

Elohim (Poderoso); Yahweh (Redentor), Adonai (Governador) , El shaddai (todo poderoso
Trono a que nada se compara (1:26-28)
Exerce sua vontade soberana sobre os seus e sobre os povos
Cumpre a sua aliança (11:17)

A soberania de Deus

O “deus” de muitos é só um homem melhorado a quem se podem comparar (Sl: 50:21-22)
Só pode ser adorado por aqueles que reconhecem e vivem de acordo com essa soberania (1 Cr 29:10-15 ; 2 Cr 20:6; Sl 47 :2,3, 7-9; Jó 23:13, 42:2; Pv 21:30)
É essencial; eterna (At 15:18); imutável (Hb 6:17; Sl 119:89; 1 Pe 1: 24-25), é eficaz na sua ação decretiva (Is 14: 24,27) ; é totalmente livre (Ap 4:11; Dn 4:35; Mt 10:29-30)

A ação soberana no tempo de Ezequiel

O castigo que vem do norte...não é pela vontade da Babilônia
A mensagem do profeta é totalmente controlada por Deus (2:2; 3:14) e ele sabe disso (1:3;8:1)
A ação soberana não se limita a seu povo (25:10,17; 28:26; 29:16)
Faz com que Ele escolha os seus salvos (5:13 => 11:17) para uma salvação espiritual (11:19-20)

Bibliografia :
Bíblia de Estudos de Genebra . Editora Cultura Cristã. 1999
Bíblia Sagrada. Edição Revista e Atualizada do Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil. 1969
CAMPOS, Héber Carlos de. O ser de Deus e seus atributos. Editora Cultura Cristã. 1999
PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia livro por livro. Editora Vida. 1977
REVISTA EXPRESSÃO. História da Redenção parte 4. Editora Cultura Cristã.
TAYLOR, John B. Ezequiel – introdução e comentário. Mundo Cristão. 1989
van GRONINGEN, Gerard – Revelação Messiânica no Velho Testamento. Luz para o Caminho. 1995
WALTON, John H. Chronological and background charts of the Old Testament. Academie Books. 1978

terça-feira, 21 de julho de 2009

Aprendendo a ensinar - Final

9. Características das faixas etárias

Maternal
· Rápido crescimento
· Superatividade
· Aquisição de linguagem
· Baixa concentração
· Narcisista
· Ilustrações, cores, música, ritmos e tato
· Múltipla expressão
· Variação rápida
· Estimular hábitos ( oração, obediência, prática do amor cristão )


Pré Escolar
· Rápido crescimento
· Agressividade
· Exibicionismo
· Curiosidade
· Fantasia
· Influenciáveis pelo meio ambiente
· Credulidade (fé genuína)
· Movimentos
· Váriação de métodos
· Satisfazer curiosidade
· Estimulo a imaginação
· Dramatização
· Segurança
· Ensinar a orar

Primários
· Iniciação social
· Impaciência
· Distingue real x fantasia
· Maior autocontrole
· Busca de aprovação
· Valores em formação
· Espiritualmente sensíveis (podem se decepcionar)
· Treinar paciência
· Promover a expressão
· Cuidar do entendimento
· Estimular raciocínio
· Atividades de grupo
· Ensinar confiança em Deus ( o amigo )
· Testemunho

Juniores
· Espírito investigativo ( razão das coisas)
· Competitividade
· Leitura e memória
· Formação de clubes
· Lealdade
· Sentimentos disfarçados
· Brincalhões
· Jesus : salvador, herói e amigo
· Atividades ao ar livre e competitivas
· Estimular participação
· Atividades de leitura
· Certificar que entenderam
· Estimular memória
· Interesses diferentes (meninos x meninas )
· Ser líder mais que professor
· Determinar alvos
· Guiá-los a Cristo

Adolescentes
· Fase de crescimento
· Consciência do corpo
· Ansiedade e devaneios
· Rebeldia
· Formação de turmas
· Instabilidade emocional
· Mau humor
· Dúvidas espirituais
· Visão cristã da vida
· Participação
· Aceitação dos valores dos outros
· Alvos e responsabilidades
· Liderança
· Firmeza de valores ( testemunho)
· Deus como o verdadeiro alvo

Jovens
· Ápice da energia física
· Foco nas realizações
· Independência intelectual
· Idealismo
· Grandes decisões ( modo de vida)
· Sentimentos desenvolvidos
· Convicção de fé bem firmada
· Desejo de envolvimento
· Propiciar oportunidades para o serviço cristão
· Aprofundar o estudo da Bíblia
· Promover oportunidades de relacionamento
· Atuar como conselheiro, com cuidado
· Visão de vida e do mundo na perspectiva cristã

Adultos
· Maturidade em todos os aspectos
· Capacidade de discernimento
· Estabilidade e responsabilidade
· Desenvolvimento da ambição
· Sentido de vida definido
· Oportunidades para o serviço
· Atribuir responsabilidades e metas de ensino
· Reenfatizar a Bíblia como guia para a vida
· Aprofundar o estudo

10. Jesus Cristo : o professor modelo

a) Características do Mestre

Postura de servo
Acredita no que ensina
Conhecedor das escrituras
Domínio da técnica de ensino
Objetivos claros

b) Características dos alunos

Imaturos
Impulsivos
Pecadores
Hipócritas
Ignorantes
Preconceituosos
Instáveis

Você ainda acha que ruim é a sua classe ???

c) Princípios do Mestre

Verdade
Olhava para o futuro
Valorizava o contato pessoal
Usava a linguagem adequada
Se detinha no importante ( não dispersava - não deixava dispersar )
Procurava o lado bom dos indivíduos
Trabalhava a consciência ( mais do que a inteligência)
Dava liberdade de ação

d) Material de Ensino

Fontes : escrituras, natureza, cotidiano
Formas : afirmativas, concretas, incisivas, metáforas
Propósito : iniciar , esclarecer, fortalecer , repreender

e) Método de Ensino

Aulas estruturadas : começo-meio-fim
Utilização áudio-visual : objetos, locais
Dramatização
Parábolas - estudo de caso
Preleções - discursos
Cataquese
Discussão / debate

Recomendações finais

Adeque-se à classe, sem fugir do princípio básico : a Bíblia

A preparação da aula começa no fim da aula anterior

Preserve seu estilo : não existe receita de bolo

Ore sempre : Deus é que deve falar através de você

Na dúvida , consulte e siga o Mestre : Jesus Cristo

Bibliografia e recomendações

AYRES , Antonio Tadeu. Como tornar o ensino eficaz. Casa Publicadora Assembléia de Deus. Rio de Janeiro. 1994.
Leitura agradável e prática. Cuidado com o uso de silogismos.

BERKLEY , James P. Aprenda a Ensinar. Edipres. Recife 1964.

COLEMAN Jr., Lucien E. Como ensinar a Bíblia. JUERP. Rio de Janeiro. 1992.
Leitura excelente, cheia de referências bíblicas e modelos de atividades.

CRUZ , Ana Maria Andrade da. Exercícios Bíblicos para você e sua Igreja. JUERP. Rio de Janeiro. 1994.
Sempre é bom ter referências e modelos de jogos e exercícios.

FERREIRA , Júlio Andrade . Educação Cristã . Luz para o Caminho. Campinas.1987.
Noções de como montar um currículo de ED.

HENRICHSEN, Walter A. Métodos de Estudo Bíblico. Mundo Cristão. São Paulo. 1989.
Bom exercício de treinamento sobre formas diferentes de estudar a Bíblia.

OLIVETTI, Odayr . Aprimorando a Escola Dominical. Casa Editora Presbiteriana. São Paulo. 1992.
Leitura não muito leve, mas fundamental como guia para o professor.

ORR, William W. O que ensinar às crianças. Imprensa Batista Regular. São Paulo. 1986.
Bastante básico e simples, nem porisso menos útil.

PRICE , J.M. A pedagogia de Jesus. JUERP. Rio de Janeiro. 1986.
Estudo bíblico detalhado sobre Jesus como professor.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Aprendendo a ensinar - parte 2

5. Material de Ensino

a) Revista da Escola Dominical

Vantagens :
• Tem estrutura sistemática e lógica
• Facilita a preparação da aula
• Já tem atividades preparadas

Desvantagens :
• É genérica quanto ao público ( nivela por baixo )
• Facilita a acomodação do professor
• Raramente é bem escrita

Cuidados :
• A revista se adapta à classe não a classe à revista
• A aula não pode ser repetição da revista
• A revista não substitui a Bíblia

Estas observações também são válidas para livros-base

b) Criando o próprio curso

Vantagens :
• Melhor adequação às necessidades da classe
• Maior flexibilidade
• Professores aprendem a desenvolver lógica e estrutura

Desvantagens :
• Exige mais tempo para a preparação
• Maior necessidade de material de apoio
• Maior risco de “ desvios de curso “

Como desenvolver o próprio curso ?

I - Escolhendo o tema :
• Doutrinário
• Atualidades
• Personagens bíblicos
• Livros da Bíblia
• Livros sobre a Bíblia

II - Planejamento
• Duração ( nunca menos que um trimestre )
• Divisão lógica ( estrutura )
• Levantamento de fontes de apoio
• Levantamento de material ( seja conservador)


III - Escolha das fontes
• Comentários bíblicos
• Dicionários e chave bíblicos
• Livros relativos ao tema
• Fontes não religiosas

Cuidados :
• As Bíblias comentadas ( Scofield, Linguagem de hoje)
• Na dúvida consulte pessoas mais experientes sobre as fontes
• Assim como a revista, aula não é resenha de leitura

6. O Uso da Bíblia

Lembre-se :
Escola Dominical é escola de Bíblia
Professor de ED é professor de Bíblia
Nada substitui a Bíblia como matéria-prima da aula

Portanto : o professor precisa ter intimidade com a Bíblia ( não é sabê-la de cor , nem usá-la como amuleto !!! ) - o professor deve estimular que os alunos tenham a mesma intimidade .

Maneiras fundamentais de uso :

Lendo
Ouvindo
Estudando
Praticando

Maneiras acessórias de uso

Decorando
Atividades
Concursos

Cuidados :
não trocar o fundamental pelo acessório
leia na aula, mas nâo deixe que aula seja de leitura
evite a leitura a 2


7. O professor fora da sala

Nunca esqueça o duplo relacionamento :

Os alunos observam o exemplo do professor dentro e fora da sala
O professor conhece as condições de vida de seus alunos

Os 2 grandes perigos :
1. Excesso de intimidade
2. Substituir outros laços de relacionamento

Orientação extra-classe :
• Não precisa fugir dela, é só tomar cuidado
• Deve ser bíblica, não “ achismo “
• Se não tiver a resposta na hora não invente. Pesquise e não deixe de responder.

Problemas típicos do extra-classe :
• Dúvidas bíblicas fora do tema da aula ( estimule , isto significa que a Bíblia é lida )
• Situações cotidianas
• Vocação, cidadania, relacionamentos pessoais


8. Que resultados esperar ?

Valorização das pessoas ( do aluno e de sua relação com o próximo )

Transformação de vida

Conversão de almas

Prática da vida cristã

Melhoria das instituições, através da transformação das pessoas

Motivação para servir


Frustrações vão acontecer. Os resultados acontecem conforme a vontade e o tempo de Deus.

Sempre lembre que sua função é semear e cuidar das plantas. Quem dá o crescimento e colhe os frutos é Deus.

sábado, 11 de julho de 2009

Aprendendo a ensinar - parte 1

1. Introdução

Aprendendo a ensinar

Ensinar : Ajudar
Guiar
Estimular
Desenvolver

O objetivo do ensino é fazer com que o aluno saia da classe com a certeza de que está diferente em relação à hora que entrou.

Como se aprende a ensinar na Escola Dominical ?

* Orando
* Observando
* Estudando
* Ensinando

Ensinando a aprender

O que um aluno de Escola Dominical deve aprender ?

* Conhecer a Deus
* Conhecer a Bíblia
* Viver a vida cristã
* Participar da comunidade cristã

O que fugir destes pontos pode ser útil (ou não) mas não é parte dos objetivos da ED.

Como as pessoas aprendem ?

* Fazendo - não havendo prática não há aprendizado
* Observando - o exemplo sempre é mais forte que as palavras
* Estudando
* Pensando

Como se ajuda a aprender ?

* Criando situações de aprendizagem
* Desenvolvendo um processo de ensino
* Interagindo com os alunos

2. O processo de comunicação


O fator mais importante do processo de comunicação é a ADEQUAÇÃO

Ruídos mais comuns :

Ø Problemas com o código (os alunos não entendem a linguagem)
Ø Exaustão do canal (o método acaba cansando)
Ø Falta de empatia professor/aluno
Ø Despreparo do professor

Como se expressar melhor ?

Ø Prefira a simplicidade - mas não se nivele por baixo
Ø Organize as idéias - é um processo de auto-disciplina
Ø Leia muito
Ø Seja específico

Como falar ?

Ø Seja gentil
Ø Seja firme
Ø Fale a iguais

Os sons e o sentido

Ø Fale de forma audível ( mas não precisa gritar )
Ø Fale de forma clara - pronuncie bem as palavras
Ø Não esqueça do ritmo ( e do andamento : nem Largo, nem Vivace)
Ø Fale com ênfase

Varie o volume, varie o ritmo, varie a ênfase

3. Os métodos de ensino

“ O pior método de ensino é aquele que se usa o tempo todo “ (Gaines Dobbins)

A pior aplicação é usar todos os métodos na mesma aula !

Advertência : aula é aula ! Não confundir com parte devocional . A Igreja tem várias atividades devocionais para suprir esta importante necessidade.

a) Método expositivo - Narração

O mais criticado e o mais utilizado

Vantagens :
Þ Alcança um número grande de pessoas
Þ Permite mais informação em menos tempo
Þ Facilita a apresentação sistemática
( Introdução - Desenvolvimento - Conclusão )

Desvantagens :
Þ Exige preparo e habilidade oral ( risco de monotonia )
Þ Centralização no professor
Þ Dificulta interação com os alunos

b) Método Catequético - Perguntas & Respostas

Desafia os alunos e provoca o raciocínio

Vantagens :
Þ Ajuda a manter a atenção
Þ Auxilia o raciocínio e o desenvolvimento de idéias
Þ Permite monitorar a aprendizagem e a avaliar a aula

Desvantagens :
Þ Pode induzir a raciocínios errados se usado incorretamente
Þ Alunos expansivos podem monopolizar a aula
Þ Pode gerar constragimentos

Alguns cuidados a serem tomados :
Evite perguntas de SIM / NÃO
Dê tempo para a resposta
Comece genérico - continue específico em relação às pessoas
Complete as respostas quando necessário
Cuidado especial com os tímidos
Desafios : nem tão baixos que não funcionem, nem tão altos que desmotivem

c) Discussão ou Debate

Vantagens :
Þ É altamente motivador, permite a participação de todos
Þ O processo de aprendizagem é focado no grupo
Þ Resposta é resultado do trabalho de todos
Þ Desenvolve a capacidade de ouvir outros pontos-de-vista

Desvantagens :
Þ Os alunos mais extrovertidos podem monopolizar a discussão
Þ Pode acirrar preconceitos intelectuais
Þ Pode desvirtuar os objetivos da aula

d) Estudo de caso

Expõe-se um fato e discute-se uma gama de opções de solução

Vantagens :
Þ Conduz a reflexão sobre a prática cotidiana da lição
Þ Permite que os alunos confrontem-se com suas próprias atitudes
Þ Sedimenta melhor o ensino

Desvantagens :
Þ Requer capacidade e habilidade do professor para conduzir o exercício
Þ Pode provocar atitudes preconceituosas

e) Recursos auxiliares

Audio-Visuais : depois da prática , a imagem é o elemento mais forte de fixação

Abuse e use :
Lousa
Retroprojetor
Flanelógrafo
Figuras
Mapas
Bonecos
Etc...etc...etc..

Trabalhos manuais : como prática e como ilustração

Þ Cuidado : não é para matar aula

Imagem : Robert Raikes, jornalista evangélico que, na Inglaterra, a partir de 1780, começou a oferecer instrução rudimentar para crianças pobres em seu único dia livre da semana: domingo, pela manhã e à tarde, pois a maioria mesmo tendo pouca idade já trabalhava durante a semana.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Oséias - um estudo bíblico

Quem é sábio que entenda estas cousas, quem é prudente que as saiba, porque o caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão (Oséias 14:9)


Introdução

Oséias – livramento, salvação
Beeri = Bera (1 Cr 5:6) ? Se sim, confirma a origem do profeta (Israel)
Contexto : Israel - país rico, sensação de segurança de fronteiras, totalmente idólatra, corrupção e injustiça generalizada

Divisão para Estudo

a) A vida do profeta como metáfora
b) Infidelidade e juízo
c) Restauração dos arrependidos
d) A profecia de Oséias e a nossa relação com Deus

Tema : o amor de Deus por Israel (Os 2:14-16; 6:1-4; 11:1-4,8-9; 14:4-8) => o amor de Deus por nós (Ef 2:1-10)

A vida do profeta como metáfora

“Vai e toma...” : ato indecoroso ? de quem é a infidelidade ? e se fosse hoje ?

a) Jezreel (Deus espalhará) : 1 Rs 21:1,19,23 – rei de Israel (Jeroboão II é da dinastia de Jeú)
b) Lo Ruama (Desfavorecida) : nação pronta para o juízo
c) Lo Ami (Não meu povo) : quem abandona quem ?

Promessa de benção => promessa messiânica

O Deus fiel de um povo infiel

Pecado de Israel é maior que o pecado das nações gentias
Castigo por adultério é a morte
Israel (esposa infiel) : confunde-se sobre a origem do seu sustento (2:8 / Jr 44:17-18)
Castigo severo antes da restauração – mediante resgate
Sem rei, sem sacerdotes, sem ídolos => muitos dias, últimos dias)

Indiciamento e condenação

a) A culpa de todo povo – rejeição do conhecimento de Deus (Rm 1:28-31)

b) Culpa dos sacerdotes : vox populi não é vox Dei

c) Castigo será para todos

d) Culto imoral – a vaidade (Aven) no lugar de Deus (´El)

e) Sacerdotes e príncipes : rejeitam advertências (orgulho nas riquezas, acordos com vizinhos, culto a ídolos e ofertas hipócritas a Deus)
ð Deus os rejeitará na aflição

f) Rejeição à cura : idolatria, a fonte de todos os pecados
O pão de duas faces
A pomba tola

g) Soa o alarme do castigo : sem refúgio nos vizinhos (Nm 23:9)

i. Morte da Alegria
ii. Exílio
iii. Perda do discernimento espiritual
iv. Encolhimento da nação
v. Rejeição de Deus

Quanto maior a riqueza maior a idolatria => maior será a destruição

h) O amor imutável de Deus , que repreende a quem ama

i) O exemplo de Jacó e a ganância de Efraim
Jacó sempre buscou a Deus
Efraim (o mercador = Canaã) sempre confiou na sua força
Palavras...visões...parábolas (similes)

j) A tua ruína vem de ti – o salário do pecado é a morte

Conversão e restauração

a) De volta à metáfora do casamento de Oséias
b) Converta-se....arrependa-se...confie em Deus
c) Deus cura...purifica....sustenta.

Aplicação para nós como crentes

a) Conceito messiânico : pouco aplicável à primeira vinda – mas enfatiza o rei dos últimos tempos como descendente de Davi

b) Plano de Deus : a história de Oséias é a história de Israel é a nossa história

c) Conceito escatológico : restauração total e reunião das 12 tribos sob o reino do Messias

d) Nós somos Israel
i. Pecadores, resgatados, reconciliados e restaurados
ii. Muitas vezes auto-confiantes e distantes de Deus
iii. Não podemos ficar surdos à repreensão e à chamada à conversão.

Bibliografia :

Bíblia de Estudos de Genebra . Editora Cultura Cristã. 1999
Bíblia Sagrada. Edição Revista e Atualizada do Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil. 1969
DAVIS, John D. Diccionario da Bíblia. Centro Brasileiro de Publicidade. 1928
FEINBERG, Charles L - Os profetas menores. Editora Vida. 1988
Mapas, Gráficos, Cronologias e Ilustrações. Editora Cultura Cristã. 1999
METZGER, Bruce M & COOGAN, Michael D. The Oxford Companion to the Bible. Oxford Press. 1993
PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia livro por livro. Editora Vida. 1977
PFEIFFER Charles.F. & HARRISON, Everett.F. – Comentário Bíblico Moody Vol 3. Imprensa Batista Regular. 1990
REVISTA EXPRESSÃO. História da Redenção parte 3. Editora Cultura Cristã.
van GRONINGEN, Gerard – Revelação Messiânica no Velho Testamento. Luz para o Caminho. 1995
WALTON, John H. Chronological and background charts of the Old Testament. Academie Books. 1978

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Obadias - um estudo bíblico

1. Autor e data : ‘obed ( servo) + yâ ( abreviação de YHWH= Deus)
Data não definida : pode ser pré-exílico ou pós queda de Jerusalém(586aC)

2. Estrutura do livro : processo criminal
a) Introdução : nações contra Edom (1)
b) Edom denunciado (2-7)
c) Acusação formal ( 8-14)
d) Sentença ( 15-20 )
e) Conclusão : O Senhor é Rei ( 21)

3. Quem é Edom ? Gn 36 ; Nm 20: 20-21; Dt 23:7; Dt 2: 12, 22

4. A denúncia
a) Pequeno que não aceita a vontade de Deus
b) Orgulho e arrogância : ninguém pode me derrubar
c) Confiante na própria sabedoria

Castigo : quando for destruído não sobrará nada

5. Acusação formal
a) Violência e hostilidade
b) Alegria na calamidade e jactância na angústia do irmão
c) Traição

6. Sentença
a) Castigo será proporcional ao crime
b) Aviso a outras nações
c) Restauração para quem se arrependeu

7. Escatologia
a) Na batalha final Edom será inimigo ( Zc 14:1-3)
b) Outras nações restauradas ( ex.: Egito) ; Edom será exterminada
c) Israel será exaltada e o Monte Sião purificado
d) O Senhor reinará absoluto

8. As lições de Obadias
a) Contra a auto-suficiência , o orgulho e a arrogância
b) Inutilidade da sabedoria longe de Deus
c) Contra a hostilidade
d) Contra o escárnio ( o nosso “bem feito”)
e) A certeza do julgamento.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Só para lembrar

Paulo não passou muito tempo em Tessalônica, um pouco mais que três semanas. O suficiente para começar uma igreja cristã na cidade. Como em tantas outros locais, a igreja começou a partir da pregação na sinagoga, mas acabou sendo formada majoritariamente por gentios.

Ao contrário de algumas igrejas problemáticas como Corinto ou a dos Gálatas, as cartas para a igreja de Tessalônica refletem o fato de que a igreja recebia sempre a palavra com alegria, mesmo quando levava algum puxão de orelha. O apóstolo faz questão de ressaltar que Tessalônica era uma igreja modelo para toda a região.

O que não significa que fosse uma igreja que não precisasse de instrução doutrinária ou que não precisasse de nenhuma recomendação específica. Não só precisava como é uma das igrejas que recebe duas cartas.

O que me chamou a atenção relendo a primeira carta pela enésima vez é que Paulo, várias vezes, começa seu texto dizendo "quanto isso eu não preciso falar nada, mas..." e começa a falar sobre aquilo que, em tese, não precisaria falar. (1 Ts 1:8; 4:9; 5:1)

Muitas vezes ouço gente nas igrejas reclamando que o pastor vai pregar de novo sobre aquele tema que já está batido, ou que a escola dominical conta sempre as mesmas histórias, ou que não aguenta mais estudos bíblicos sobre isso ou aquilo. Mas quando essas mesmas pessoas se defrontam com o assunto fazem perguntas e afirmações como se nunca tivessem lido ou ouvido nada a respeito.

Claro que algumas não sabem porque não prestaram atenção (ou porque a memória já não funciona tão bem) mas, assim como acontecia com a igreja de Tessalônica, nós sempre temos coisas novas a aprender sobre qualquer coisa da revelação de Deus. Não fosse assim não teríamos sidos instruídos desde os primórdios a meditar sobre a palavra de Deus noite e dia.

Quanto mais lemos e ouvimos, mais aprendemos e mais descobrimos o quanto ainda não sabemos.

Claro, eu não precisaria ter escrito sobre isso para vocês, mas...

sábado, 13 de junho de 2009

Joel - um estudo bíblico

1. Introdução : yô’el = Jeová (Yahweh) é Deus
a) Data mais provável 830 a.C : reino de Joás/regência de Joiada ( não menciona um rei) ; não fala na idolatria pré-exílica.
b) Tema principal : O dia do Senhor
c) Divisão : A praga anuncia o dia do Senhor ( 1:1-2:17) + Juízo e bençãos ( 2:18-3:21)

2. A praga dos gafanhotos
· Literal : a descrição é muito detalhada + Metafórica : semelhança com exércitos inimigos
· Sucessão de enxames ( 4 é o número da criação- Gn 2:10 - aqui a destruição da criação). Jr 15:3 ; Ez 14:21
· Castigo prometido : Dt 28:38-42 -O castigo se abate sobre todas as pessoas e sobre a criação ( a natureza sofre pelo pecado do homem)
· Motivo : foram cortadas as ofertas à casa de Deus – Deus corta o sustento.
· Meu Deus ( exige arrependimento ) X Vosso Deus ( contenta-se com ofertas e sacrifícios)
· A calamidade é pública - a humilhação deve ser pública – o arrependimento público

3. O dia do Senhor
· O gafanhoto foi ruim ? Mais grave será o dia do Senhor.
· Senhor é “ shaddai “ - todo poderoso
· Quem pode suportar tanta destruição ?

4. A misericórdia de Deus
Deus prefere abençoar a destruir . Mas não retém o castigo quando necessário. Remédio para a doença: todos pecaram !
· Arrependimento sincero
· Humilhação diante de Deus
· Confissão de pecados
· Conversão
· Santificação

5. A festa da restauração
O inimigo faz grandes coisas ( nunca subestime Satanás) mas só o Senhor restaura !
A restauração é geral para os salvos : as bençãos como as chuvas serão abundantes.

6. O derramamento do Espírito
Uma das passagens mais mal interpretadas do AT – Os 3:5 ; Is 2:2
Acontecerá depois...naqueles dias....
Tempo : nos últimos dias ( dia do Senhor) - Público : quem o Senhor chamar .
· Analogia com a chuva
· Vem do alto ( no sentido que vem de Deus)
· Vem em abundância
Nm 12:6 – profecia, sonhos , visões .Is 32:15 , 44:3 ; Ez 36:27 , 37:14 , 39:29 ; Zc 12:10

Nem tudo se cumpre em Atos ....Deus cumpre profecia em prestações ?
Pedro usa Joel como exemplo : Pentecostes é uma prova que a profecia se cumprirá.

7. O julgamento de nações ( Josafá = O Senhor julga – II Cr 20 ) :
· Quando Deus resgatar Judá – aí começa o julgamento
· As nações serão julgadas pelo que fizeram ao povo de Deus : Gn 12:1-3
· O grande pecado contra o povo escolhido : Jr 30 ; Mt 25: 31-46
· Guerra santa ( Jl 3:10 ) X Paz eterna ( Is 2:4) – nações contra o povo de Deus ( Is 63 ; Ap 14:14-20)
· Hora da colheita .

8. Bençãos sobre Judá
· Para saber que o Senhor é Deus ( Ex 10 :2,6) - yo’el
· O povo de Deus ( Israel espiritual) permanecerá para sempre
· Até montes/outeiros ( menos férteis) sobejarão.
· Rio eterno ( Ap 22:1)

domingo, 7 de junho de 2009

Ageu - Um estudo bíblico

“O meu Espírito habita no meio de vós; não temais.” Ag 2:5b

Introdução

· Ageu : “festivo” – Ed 5:1; 6:14
· Período de 4 meses em 520 a.C.
· Povo volta par Israel, começa a reconstrução, mas aos primeiros problemas a abandona por 16 anos. Dario reedita o decreto de Ciro e dá um prazo de 4 anos para a conclusão da obra.

Dedicação às coisas de Deus

a) Censura : Ed 4:24 – Zorobabel, líder político e Josué, líder religioso
· Cheios de desculpas – Lc 14:15-24
· “Este povo” , ao invés de meu povo – primeiro EU , depois Deus
b) Castigo : Lv 26:26 ; Os 4:10; Mq 6:14-15
· Considerai vosso passado....será que não aprendem ?
· Deus continua fiel às Suas promessas, inclusive as de castigo
c) Obediência
· Atendem ao chamado do “Enviado do Senhor”
· Arrependimento autêntico – benção de Deus : Rm 8:31
· Deus desperta, corrige, encoraja e fortalece : Ef 2:13

A Glória vindoura : sétimo dia da festa dos tabernáculos (Lv 23:39-44)
Vozes de alegria e vozes de choro (Ed 3:11-13)
Faltavam os tesouros e a arca
Faltava o “shekinah” (1 Rs 8:10-11)

Mas a glória seria maior :
a) O Espírito irá tabernacular
b) O universo será abalado (Ap 11:15, Hb 12:26-27)
c) A glória em pessoa encherá o templo (Ml 3:1, Jo 1:14)
d) A paz será permanente ( Cl 1:20; Rm 5:1; Fp 4:7; Is 9:6-7)

Deus purifica homens impuros (dois meses depois)
a) Deus busca homens impuros
b) Duas perguntas sobre pureza legal : não se transmite saúde
c) Ofertas recusadas antes da obediência

A vitória de Deus e do seu povo (mesmo dia, dirigida só a Zorobabel)
a) O trono (singular) dos reinos (plural) : Ap 11:15
b) Cavalos e cavaleiros se destruindo : Ez 38:21; Zc 14:13 (mais Ex 15:1,21 e Ap 6: 2,4,5,8 )
c) O tipo messiânico da descendência real (Mt 1:12-13)

Bibliografia :
BALDWIN, J.G. Ageu,Zacarias e Malaquias. Mundo Cristão. 1982
Bíblia Sagrada. Edição Revista e Atualizada do Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil. 1969
Bíblia de Estudos de Genebra . Editora Cultura Cristã. 1999
FEINBERG, Charles L - Os profetas menores. Editora Vida. 1988
PALMER ROBERTSON, O. O Cristo dos pactos. Editora Cultura Cristã. 2002
PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia livro por livro. Editora Vida. 1977
PFEIFFER Charles.F. & HARRISON, Everett.F. – Comentário Bíblico Moody Vol 3. Imprensa Batista Regular. 1990
REVISTA EXPRESSÃO. História da Redenção parte 4. Editora Cultura Cristã.
van GRONINGEN, Gerard – Criação e Consumação. Editora Cultura Cristã. 2002
van GRONINGEN, Gerard – Revelação Messiânica no Velho Testamento. Luz para o Caminho. 1995

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os objetos da providência

Falando de instrumentos e objetos, há uma coisa muito importante do ponto de vista da Língua Portuguesa, o sujeito da providência é só um: DEUS. Todos os demais seres não são sujeitos da providência, são instrumentos, porque sujeito é só DEUS. Então, além dos instrumentos temos também os objetos da providência de Deus.

Romanos 11.36 – Porque d’Ele, e por meio d’Ele, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém.

Se d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Todas, é uma palavra que aparece muitas vezes na Bíblia e, curiosamente, não prestamos atenção; todas ou todos inclui tudo, sem exceção: todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus; todos pecaram. Tudo o que foi criado diretamente por Deus, ou tudo o que foi criado pelos instrumentos que Deus usa, está debaixo do controle de Deus. Nada escapa da providência de Deus. Deus está cuidando de todas as coisas e governando sobre todas as coisas. Todas. Nada podemos fazer que Deus não saiba ou não queira, porque Ele sabe tudo e controla tudo, Deus pode deixar acontecer ou não. Quando falamos “se Deus quiser” é para nós mesmos que falamos, para nos convencer de que só vai acontecer mesmo se Deus quiser.

A Bíblia diz: Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Há um ditado que diz: há males que vem para bem. Há diferença entre a declaração bíblica e o ditado. Qual é? Primeira: o ditado está dizendo que existe mal que não vem para o bem, porque quando diz “há males que vem” ele está dizendo que alguns vêm para o bem e outros não. A Bíblia diz que todas as coisas cooperam. Segunda: o ditado está sendo genérico quanto a aplicação. A Bíblia afirma que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus. Aquele que não ama a Deus está fora, o seu destino final é o inferno. O destino daqueles que não amam a Deus é o inferno, aliás, como diz o Apocalipse, é o lago de fogo; Satanás e o inferno serão lançados no lago de fogo e ficarão ardendo lá eternamente. A chance de salvação é enquanto viver aqui na terra, depois da morte não há mais nenhuma oportunidade. Se quisesse tirar alguém do inferno Deus poderia, porque é Onipotente, mas não é essa a Sua determinação.

Neemias 9.6 – Só Tu és Senhor, Tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e Tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus Te adora.

Tu os preservas a todos com vida, o céu, o céu dos céus, a terra, os mares, os que habitam no céu, os que habitam na terra e os que habitam nos mares. Preserva tudo e todos. Sobrou nada.

Jó 9.7-8 – Quem sala ao sol, e este não sai, e sela as estrelas; quem sozinho estende os céus e anda sobre os altos do mar.

Os astros estão todos sob o controle de Deus. Quem os colocou lá? Foi Deus.

Hebreus 1.3 – Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direta da Majestade, nas alturas.

Sustentando todas as coisas. Ele sustenta algumas coisas? Não. TODAS.

Salmo 136.7-9 – Àquele que fez os grandes luminares, porque a Sua misericórdia dura para sempre, o sol para presidir o dia, porque a Sua misericórdia dura para sempre; a lua e as estrelas para presidirem a noite, porque a Sua misericórdia dura para sempre.

E as coisas vão durar até o final dos tempos, enquanto Deus exercer a Sua misericórdia. Porque no momento final Deus já exerceu a Sua Graça com quem tinha de exercer a Graça, já exerceu a Sua misericórdia com quem Ele tinha de exercer a misericórdia. Deus vai deixar de ser misericordioso? Não, porque a Sua misericórdia dura para sempre. Deus usou a Sua misericórdia por causa do nosso pecado. Quando estivermos no céu, não seremos mais pecadores, não será preciso exercer a Sua misericórdia.

Salmo 147.7-8 – Cantai ao Senhor com ações de graça; entoai louvores, ao som de harpa, ao nosso Deus, que cobre de nuvens os céus, prepara a chuva para terra, faz brotar nos montes a erva.

Deus cuida de cada detalhe, de cada coisa. Jesus disse que não cai um passarinho no campo sem que Ele permita, nem um fio de cabelo! porque Deus concorre com a Sua criação. Não significa que Deus esteja derrubando passarinho ou fazendo o cabelo cair. Nada acontece sem que Ele esteja no controle até o mínimo detalhe.

Mateus 8.28-32 – Tendo Ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-Lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?Ora, andava pastando, não longe deles, uma grande manada de porcos. Então, os demônios Lhe rogavam: Se nos expeles, manda-nos para a manada dos porcos. Pois ide, ordenou-lhes Jesus. E eles, saindo passaram para os porcos...

Jó 1.11-12 – Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra Ti na Tua face. Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele mãos estendas a mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.

Ou seja, Deus não só permitiu, mas Ele está no controle e o diabo tem de obedecer.

Os objetos da providência são todos. Os seres humanos, pegando desde o indivíduo aos coletivos nacionais, vai desde a geração à preservação, até a morte. E também nenhum de nós morre sem que Deus queira, sem que seja da vontade de Deus, principalmente dos salvos.

Eclesiastes 3.1-2, 13 – Tudo tem o seu tempo determinado; e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou... e também que é dom de Deus que possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho.

Há tempo para tudo debaixo do controle de Deus, e tudo o que desfrutamos é porque Deus quer. Mas não só nós.

Salmo 36.6 – A Tua justiça é como as montanhas de Deus; os Teus juízos, como um abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais.

As montanhas, os abismos também estão debaixo da providência de Deus

Mateus 6.28-30 – E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?

Deus veste o lírio do campo, dá proteção, dá abrigo; e o lírio do campo não é a flor rara cultivada por colecionadores, mas é a florzinha do mato. Jesus pergunta: porque vocês estão preocupados? Deus tem cuidado de vocês mesmo com essa fé tão pequena!

Salmo 4.8 – Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só Tu me fazes repousar seguro.

Insônia não é um problema de sono, é um problema de vida. Em paz me deito e logo pego no sono porque só o Senhor me faz dormir tranqüilo. Até do meu sono Deus cuida.

Eclesiastes 9.1 – Deveras me apliquei a todas estas coisas para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e os seus feitos estão nas mãos de Deus; e, se é amor ou se é ódio que está à sua espera, não sabe o homem. Tudo lhe está aculto no futuro.

Tudo está nas mãos de Deus. Todas as coisas, de todos os dias, todos os Seus filhos.

Salmo 139.16 – Os Teus olhos me viram a substância ainda informe, e no Teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.

Todos os meus dias. Isto não significa que eu não tenha a minha vontade, mas Deus conhece todas as coisas. Deus age não só com os homens, mas Ele age coletivamente com as nações, porque também exerce a Sua providência sobre as nações. Como no tempo de Abraão que Deus passa a criar uma nação, que não existia e passa a existir por José, Moisés, pela saída do povo do Egito, tendo cuidado não só com Seu povo, mas com todos os povos da terra, inclusive com os gentios, porque Ele vai usar os gentios como instrumento de repreensão do Seu povo.

O que acontece? A providência de Deus continua igual. Aquela que Ele usou com o povo de Israel, Ele continua usando até hoje, para o nosso bem, para nos sentirmos bem e também para a nossa correção, como Ele fez com o povo de Israel.


Aula ministrada na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo

Transcrição da Missionária Heloísa Martoni

Bibliografia usada na preparação da aula:
A providência – Rev Héber Carlos de CamposAs Institutas – João Calvino
Razão da Esperança – Rev Leandro Antonio de Lima
Teologia Sistemática – Louis Berkhof
(todos da Cultura Cristã/CEP)

As citações Bíblicas são da tradução de Almeida - revista e atualizada - Sociedade Bíblica do Brasil

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Instrumentos da providência

Os instrumentos da providência são todos os elementos, a começar de d’Ele mesmo, que Deus usa para executar essa preservação, esse governo que Ele exerce sobre todos nós. Deus mesmo é o primeiro e o principal instrumento da providência.

Romanos 11.36 – Porque d’Ele, e por meio d’Ele, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém.

Porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Tudo e todos são instrumentos de Deus para executar a Sua providência. O primeiro conceito é sempre lembrar do concurso providencial. O segundo conceito é que Deus é a causa primeira de todas as coisas. Isso é fácil de admitirmos porque é bastante simples, mas difícil de entender na prática. É fácil de entender porque cremos que Deus criou todas as coisas que existem, e que antes da criação nada existia a não ser Deus mesmo, portanto tudo o que existe, tudo o que acontece, nasce a partir do momento em que Deus começa a criar. Assim Deus é a causa primeira de todas as coisas. Fica difícil de entender porque são todas as coisas, boas e más. Porque não aconteceria uma desgraça se Deus não tivesse criado o mundo. Deus é responsável por tudo o que surgiu. Não significa que Ele seja o agente de tudo o que surgiu. Está claro na Bíblia que Deus não peca, mas se Deus não tivesse criado o Universo não existiria o pecado. Antes da criação só existia Deus, e como Ele é santo, não existiria o pecado.

E Deus não só é a causa primeira de todas as coisas, como Ele é a causa última de todas as coisas, porque todas as coisas acontecem para a glória de Deus. Até a consumação e a glória, que para nós passará a ser eterna, para Deus sempre foi, todas as coisas vão convergir para a glória de Deus. Portanto, tudo o que acontece é porque Deus criou o Universo, e tudo o que acontece é para a glória de Deus. Podemos nos perguntar: Como é que aquela desgraça concorreu para a glória de Deus? No futuro talvez possamos entender. Tudo está debaixo dos propósitos de Deus, que não conhecemos ou que só conseguimos ver em retrospectiva histórica. Sabemos com certeza que é para o louvor da glória de Deus.

Sabemos que Deus age de forma imediata, ou seja, sem mediação, sem nenhum intermediário; e age também de forma mediata, ou seja, através de outras criaturas, de outras obras da criação. Temos vários exemplos na Bíblia de Deus agindo diretamente, Ele fazendo as coisas aconteceram, principalmente quando acontecem os milagres. Os milagres são fatos que não podemos explicar pela nossa lógica humana. Além de Suas ações imediatas, Deus age de forma mediata, e para isso Deus usa instrumentos. É importante termos em mente que Deus criou tudo o que existe e nunca abandonou a Sua criação; ao contrário, Ele está sempre presente, agindo e cuidando de tudo, porque Deus é imanente.

Daniel 4.35 – Todos os moradores da terra são por Ele reputados em nada; e, segundo a Sua vontade, Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem Lhe possa deter a mão, nem Lhe dizer: Que fazes?

Segundo a Sua vontade, Ele age com os exércitos do céu e com os moradores da terra. Quem são os exércitos do céu? Os anjos. Temos anjos bons e anjos maus, que são os anjos caídos.

Lucas 22.42-44 – Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a Tua. Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava. E, estando em agonia ora mais intensamente. E aconteceu que o Seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.

Deus manda anjos para confortar Jesus. Já tinha mandado anjos para servir a Jesus apos a tentação.

Salmo 91.11-12 – Porque a Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.

Esse texto foi usado pelo diabo quando tentou a Jesus. Deus usa os Seus anjos para dar ordens.

Mateus 26.53-54 – Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder?

Jesus está dizendo que se Ele quisesse, o Pai enviaria multidões de anjos, mas se fizesse isso Jesus estaria indo contra o decreto de Deus.

Salmo 78.49 – Lançou contra eles o furor da Sua ira: cólera, indignação e calamidade; legião de anjos portadores de males.

Como vemos, existem mensageiros de males. Há dois extremos: há quem negue a existência do diabo e a culpa é só do homem; há outros que jogam toda a culpa no diabo. Nós ficamos no meio.

Jó 1.6 – Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.

Satanás não foi muito ousado, o seu comparecimento fazia parte da obediência a Deus, do governo de Deus. Satanás está debaixo do controle de Deus. Os filhos de Deus são os seres celestiais. Deus não queria fazer mal a Jó, quem queria isso era Satanás. Precisamos entender bem esse fato. Deus não é responsável pela vontade de fazer o mal, e nem pela execução do mal. Porém, Deus está no controle, ou seja, nada pode acontecer sem a permissão de Deus, por pior que possa parecer. Todos os anjos são instrumentos de Deus para executar a Sua vontade, porque Ele é a causa última da criação. A vontade de Deus significa que isso vai concorrer para a Sua glória. O que aconteceu a Jó serviu para a vida de Jó, pois ele mesmo declara que antes conhecia a Deus só de ouvir, mas agora passou a conhecê-Lo pessoalmente. Essa história de Jó serviu também para os amigos dele e serviu para a glória de Deus. E ela serve para nós até hoje. A história teve um objetivo. Ela mudou a vida de Jó, mudou a vida dos amigos de Jó e muda a nossa até hoje. Deus conhecia o coração de Jó e sabia que ele era fiel, não precisava por Jó à prova, mas Jó não sabia, nem seus amigos e nem o mundo inteiro. Com a história de Jó aprendemos até hoje. Satanás foi instrumento de Deus. A intenção de maldade não foi de Deus, mas de Satanás, e todo o mal praticado contra Jó pelo diabo, Deus usou para concorrer com o Seu plano como um todo.

Não só os anjos são instrumentos de Deus, também os homens, como diz em Daniel. Que homens? Todos os homens. Todos. Inclusive aqueles que não gostamos, como por exemplo, as autoridades. Se houve alguém que teve problemas com autoridade, esse alguém foi Paulo e ele escreveu:

Romanos 13.1 – Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele instituídas.

Todas as autoridades são instituídas por Deus. Para mim é a suprema prova da inspiração divina da Bíblia. Vejo Deus dizendo a Paulo: você vai escrever o que Eu quero. Todo mundo tenta limitar as autoridades para deixar algumas de fora, mas a Bíblia é clara: não há autoridade que não proceda de Deus. Isto significa que concordamos com o que fazem todas as autoridades? Não. A Bíblia não diz que somos obrigados a concordar com o que diz toda autoridade, mas está dizendo o seguinte: mesmo aquela pessoa, por mais corrupta que seja, está colocado ali porque Deus quis. Esse tipo de autoridade serve para a nossa repreensão.

1º Reis 17.9 – Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida.

Elias, profeta de Deus, profetizando contra o Reino do Norte, governado pelo rei Acabe e Jezabel, sua mulher. Este período de profecias e durante os três anos e meio que ficou sem chover, e, portanto, não havia comida. Deus enviou Elias para fora do país, para a casa de uma viúva, por quem seria alimentado. Na casa da viúva também não tinha comida. Por que Elias, o profeta judeu, morando em Israel, tem de ser socorrido por uma estrangeira? Para o judeu, pior do que ser mulher era ser estrangeira! É a primeira vez que isso acontece? Não. Temos Raabe e Rute. Então, não é só o povo de Deus que é instrumento de Deus para fazer coisas acontecerem, mas Deus usa todas as pessoas, não só autoridades. Deus usa Raabe, que não era uma autoridade, era uma prostituta! Deus usa as autoridades, mas também as pessoas comuns como a viúva de Sarepta. Não é preciso ocupar um alto cargo para ser usado por Deus.

Lucas 4.25-26 – Na verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses, reinando grande fome em toda a terra; e a nenhuma delas foi Elias enviado, senão a uma viúva de Sarepta de Sidom.

Jesus está dizendo que não faltava viúva em Israel, mas Deus mandou Elias para o estrangeiro. Todos os anjos, bons ou maus; todos os homens, bons ou maus; todas as autoridades boas ou más. Todos estão sob o controle de Deus. Quando diz todas as autoridades não significa as autoridades do povo de Deus. Deus chamou Nabucodonosor de “meu servo” e Ciro de “meu pastor”! Eles são autoridades estrangeiras! Deus usa todos. Mas Deus usa também alguns coletivos, Deus usa como instrumento as nações.

Gênesis 15.13 – Então, lhe foi dito: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.

Deus está falando a Abraão que sua descendência será escrava por 400 anos depois, porque uma nação serviu como instrumento de Deus para o povo de Israel. Egito é uma nação que tem muita história com Israel. Abraão foi para o Egito, Isaque foi para o Egito, Jacó e seus filhos foram para o Egito, depois alguns profetas se refugiaram no Egito, Jesus quando nasceu, foi morar no Egito. O Egito é muito mais importante para o nosso conhecimento religioso.

Deuteronômio 28.49-50 – O Senhor levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra virá, como o vôo impetuoso da águia, nação cuja língua não entenderás; nação feroz de rosto, que não respeitará ao velho, nem se apiedará do moço.

Estamos ainda no tempo de Deuteronômio, Moisés está vivo e forte, o povo ainda não entrou na terra, não passaram os juízes, nem os reis e Deus, através de Moisés, está dizendo que vai levantar uma nação perversa que não respeita ninguém para ser instrumento de castigo, de vara da justiça. Deus está se referindo a Assíria.

Jeremias 51.20 – Tu, Babilônia, eras meu martelo e minhas armas de guerra; por meio de ti, despedacei nações e destruí reis.

Deus está dizendo a Babilônia que ela é Seu martelo para destruir nações!

Isaías 13.17-18 – Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso de prata, nem tampouco desejarão ouro. Os seus arcos matarão os jovens; eles não se compadecerão do fruto do ventre; os seus olhos não pouparão as crianças.

Deus está dizendo através do profeta Isaías, que também a Babilônia será castigada por quem vem depois. Deus diz que a Assíria é ruim, mas a Babilônia é pior, e para acabar com a Babilônia só alguém que seja pior que os babilônios, que eram os medos. A Pérsia é hoje o Iraque. A Média fica um pouco mais para o norte, uma mistura de turcos e dos russos mulçumanos do Afeganistão, Azerbaijão, Cazaquistão, etc. Deus usa toda a Sua criação como instrumento para realizar Seus intentos. Ele usa todos os seres humanos, alguns animais: moscas, gafanhotos, sapos no Egito, a mula de Balaão, as codornizes no deserto, os corvos para Elias, ursas para Eliseu, um grande peixe para Jonas, leões em Samaria, etc. Deus também usa toda a natureza e nem sempre de forma natural. Chover fogo e enxofre não é um acontecimento natural, como foi sobre Sodoma e Gomorra e as cidades da planície. Deus usa a natureza que conhecemos como furacão, terremotos, maremotos e coisas assim, e também aquela que para nós parece antinatural.

Gênesis 20.1-6 – Partindo Abraão dali para a terra do Neguebe, habitou entre Cades e Sur e morou em Gerar. Disse Abraão de Sara, sua mulher: Ela é minha irmã; assim, pois, Abimeleque, rei de Gerar, mandou buscá-la. Deus, porém, veio a Abimeleque em sonhos de noite e lhe disse: Vais ser punido de morte por causa da mulher que tomaste, porque ela tem marido. Ora, Abimeleque ainda não a havia possuído; por isso, disse: Senhor, matarás até uma nação inocente? Não foi ele mesmo que me disse: É minha irmã? E ela também me disse: Ele é meu irmão. Com sinceridade de coração e na minha inocência, foi que eu fiz isso. Respondeu-lhe Deus em sonho: Bem sei que com sinceridade de coração fizeste isso; daí o ter impedido eu de pecares contra mim e não te permiti que a tocasses.

A mentira de Abraão vai fazer o ímpio Abimeleque pecar. Deus age de uma forma imediata, ou seja, não enviou um anjo, veio Ele mesmo falar em sonhos com Abimeleque.

Mateus 2.13; 19-21 – Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar... Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonha a José, no Egito, e disse-lhe: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino. Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel.

Em sonho outra vez, mas agora de uma forma mediata, porque desta vez usou um anjo.

Atos 10.9-16 – No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar. Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum. Sucedeu isto por três vezes, e, logo, aquele objeto foi recolhido ao céu.

Temos os sonhos de pessoas dormindo, e também temos as visões, que são sonhos de pessoas acordadas. Não sabemos exatamente quem está falando, porque o texto diz “uma voz”. Então, vemos que Deus age, também, através de fenômenos não explicados para nós.

Aula ministrada na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo

Transcrição da Missionária Heloísa Martoni

Bibliografia usada na preparação da aula:

A providência – Rev Héber Carlos de Campos
As Institutas – João Calvino
Razão da Esperança – Rev Leandro Antonio de Lima
Teologia Sistemática – Louis Berkhof
(todos da Cultura Cristã/CEP)

As citações Bíblicas são da tradução de Almeida - revista e atualizada - Sociedade Bíblica do Brasil

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Por que nós oramos?

Qual o nosso modelo de oração? A oração começa com adoração, primeiro o Pai. Depois na parte de pedidos começa com o sustento, proteção, perdão condicional. Isaías foi falar com o rei Ezequias para dizer-lhe que os dias dele estavam contados. Ezequias orou. Deus ordenou e Isaías voltou para dizer-lhe que Deus concedera a ele mais 15 anos. Deus mudou de idéia? Não. Não podemos nos acomodar e pensar que nada temos a fazer já que existe a Providência de Deus.

Por que nós oramos? Primeiro, porque é uma ordem. Nós oramos porque é a vontade preceptiva de Deus. É uma ordem. Deus está dizendo o tempo todo: orai, orai, orai. Mesmo que não tivéssemos a menor compreensão do porque nós oramos, nós deveríamos orar como sinal de obediência. Desde o início desse Curso temos falado que precisamos tomar cuidado com a nossa natureza humana, que é arrogante, querendo ser auto-suficiente, querendo controlar sua vida.

Segundo, nós oramos para reconhecer a nossa dependência. Através de Daniel, Deus diz que todos os seres da terra são reputados em nada. Deus já deixou claro que nós somos nada. Deus tem absoluta certeza disso, nós é que não temos certeza. Para isso precisamos nos colocar em oração, para reconhecermos que tudo vem de Deus. É interessante que na Oração Dominical dizemos: seja feita a Tua vontade, e lá no nosso íntimo estamos desejando que seja conforme a nossa vontade. É, porque só dizemos que a oração foi respondida quando Deus faz a nossa vontade. A nossa oração deve ser como a oração de Jesus lá no Jardim das Oliveiras, Ele pediu ao Pai que passasse d’Ele o cálice, mas que a vontade do Pai fosse cumprida. Por isso a nossa oração deve ser sincera diante de Deus, devemos pedir o que queremos, mas aceitando a vontade de Deus seja ela qual for.

Está escrito na Bíblia que todos os nossos passos são controlados por Deus, e que Deus concorre, anda junto com todas as coisas que Ele criou. As grandes coisas Deus decretou desde a eternidade, ao mesmo tempo, há outras coisas que não estão decretadas desde a eternidade, mas que Deus está, no dia-a-dia, controlando, ou seja, fazendo ou deixando acontecer. Quando digo que Deus não decretou lá na eternidade que eu vou tropeçar nessa cadeira, é porque eu não tenho o fatalismo dos árabes, que dizem que este fato já estava escrito. Mas, se eu for caminhar agora, Deus está governando todas as coisas e Ele pode ou não deixar que eu tropece nessa cadeira. Não significa que na eternidade Deus decretou que no dia 30 de novembro de 2008, às 10h30, eu iria tropeçar na cadeira da Igreja. Precisamos ter cuidado para não cair no fatalismo, achando que tudo o que nos acontece está definido. Deus está ouvindo as nossas orações? É claro que está ouvindo! Senão a Bíblia não diria que muito pode a súplica do justo. Precisamos pedir aquilo que queremos, sempre com a convicção que Deus vai entregar o que for da vontade d’Ele. Não sabemos como responderá porque não podemos entender qual é a vontade de Deus. Em alguns casos, como foi o de Ezequias, Deus resolveu agir e demonstrar a Sua misericórdia. Se Deus não agisse assim não poderíamos entender a misericórdia d’Ele.

Terceiro motivo para a nossa oração é a de fortalecer a nossa fé.

1º Reis 18.1 e 41-44 – Muito tempo depois, veio a palavra do Senhor a Elias, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra. Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque já se ouve ruído de abundante chuva. Subiu Acabe a comer e a beber; Elias, porém, subiu ao cimo do Carmelo, e, encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos, e disse ao seu moço: Sobe e olha para o lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E assim por sete vezes. A sétima vez disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva não te detenha.

Há três anos e meio que não chovia. Depois de um tempo resolve que vai mandar a chuva de volta. Elias já sabia que iria chover, e ouviu diretamente de Deus. Para que Elias vai orar? Deus já havia dito a ele que choveria, assim mesmo Elias sobe no monte e ora, não só uma vez, mas sete vezes. Nós oramos, e devemos orar pedindo para que Deus faça aquilo que Ele nos prometeu e estamos certos de que Ele fará. Isto fortalecerá a nossa fé, porque estamos pedindo para que Deus cumpra o Seu decreto. Mas Deus sabe que Ele cumprirá o seu decreto. Quem precisa dessa convicção somos nós. Então, oramos para fortalecer a nossa própria fé.

Tiago 5.17-18 – Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terá, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.

É a oração de Elias, primeiro para não chover e depois para chover. Assim mesmo ele orou.

Quarto motivo para orarmos. Por que fazemos todas as coisas? Para a glória de Deus. Nós oramos para a glória de Deus. Faz parte do nosso culto a Deus, pessoal e também congregacional. Há orações que fazemos em direção a Deus e há orações que fazemos contra Deus. Você pergunta: Estamos indo contra a vontade de Deus? Quando estudamos a vontade soberana de Deus, vemos que existe a Vontade Prescritiva de Deus, que são as coisas que Deus prescreveu, recomendou para que nós fizéssemos; esta vontade é que conseguimos negar. Os Dez Mandamentos é a Vontade Prescritiva de Deus e que violamos. Mas a Vontade Decretiva, que são os decretos de Deus, nunca poderemos violar, por mais esforço que se faça.

Existem coisas que estão nos decretos eternos de Deus e coisas que estão no dia-a-dia. Porque se Deus fosse apenas transcendente e deixou tudo programado o que vai acontecer, exatamente como Ele faz, não faria nenhum sentido nós orarmos. A nossa oração não é só um dever, ela tem também uma função. Sabemos que a oração é melhor, é mais importante para nós do que para o Senhor, mas não significa que não vamos pedir as coisas para o Senhor, e as coisas que estão dentro das ações imanentes de Deus, aquelas que Ele cuida de nós no dia-a-dia. Por que na vida temos muita gente orando um pelo outro! Por que na Bíblia estaria escrito: muito pode por sua eficácia a oração do justo? Deus sabe o que precisamos, mas Ele quer que peçamos. Precisamos confessar os nossos pecados, mesmo Deus nos conhecendo melhor do que nós mesmos. A oração pode mudar o rumo de alguma coisa? Nesse padrão a oração pode mudar o rumo, como o caso do rei Ezequias. Deus havia dito: você vai morrer. Meia hora depois Isaías voltou para dizer que ele teria mais 15 anos de vida. Não é por causa da nossa livre agência que Deus muda. A livre agência é a nossa capacidade ou direito que Deus nos deu de escolhermos fazer uma coisa ou outra. Deus governa o nosso dia-a-dia de acordo com a vontade soberana d’Ele. Deus muda as nossas ações porque nós mudamos. O que Deus quer de nós é arrependimento e obediência. Quando nos arrependemos e obedecemos, Deus, efetivamente, nos trata de forma diferente. É promessa d’Ele lá no início. A nossa salvação nada tem a ver com as nossas ações, a nossa vida terrena, sim. Deus nos escolheu para a salvação antes da fundação do mundo, independente das nossas ações, porque assim o Senhor quis.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Providência e outras doutrinas

A Teologia Sistemática procura encontrar as relações lógicas. Ela é um sistema. Ela organiza, ela sistematiza a Teologia. Um sistema é uma coisa que tem relações, então, ela procura entender relações entre as várias doutrinas.

Providência e Soberania – são inseparáveis. Deus só pode executar as obras da providência porque Ele é soberano sobre todas as coisas.

Deuteronômio 4.39 – Por isso, hoje, saberás e refletirás no teu coração que só o Senhor é Deus em cima no Céu e embaixo na terra; nenhum outro há.

Só o Senhor é Deus e não existe mais nenhum. Precisamos tomar cuidado com a tendência de fazer aquela relação entre as forças do bem e as forças do mal, como se pudesse existir 2 forças. Na verdade, só existe uma. Só o Senhor é Deus no Céu, na Terra e debaixo da terra. E nós?

Daniel 4.35 – Todos os moradores da terra são por Ele reputados em nada; e, segundo a Sua vontade, Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem Lhe possa deter a mão, nem Lhe dizer: Que fazes?

Nós somos reputados por nada!!! Mas vejam que coisa interessante! Apesar de sermos nada, Deus opera por meio dos anjos e de nós! Quando entrarmos no estudo dos agentes da providência, vamos ver que nós somos agentes da providência também, porque é Ele que nos controla. Não há nada nem ninguém que possa impedir que a vontade de Deus se realize, seja lá qual for a vontade de Deus.

Romanos 11.36 – Porque d’Ele, e por meio d’Ele, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém!

Vamos repetir textos até decorarmos, até ficar gravado em nós, que somos nada diante de Deus, para deixarmos de ser pretensiosos; e também que todas as coisas são d’Ele, por meio d’Ele e para Ele. Tudo o que acontece, seja o bem seja o mal, acontece para Deus, para Sua glória. Ninguém consegue analisar a história no momento em que ela está acontecendo. Mas nós queremos saber de Deus, a razão d’Ele ter permitido aquele acontecimento. Então, dualismo é uma heresia. Alguém diz: “mas o diabo age”; sim, ele age e tem a pretensão de que vai conseguir alguma coisa.

Todo mundo trabalha para Deus – Todo mundo. Não somente nós, mas todo mundo.

2º Samuel 24.1 – Tornou a ira do Senhor a acender-se contra os israelitas, e Ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá.

Lembram-se desta história? Foi assim: Deus tinha colocado Davi no trono e deu a ele poder, glória e capacidade, e lhe deu uma ordem: Davi não poderia levantar censo. O censo, naquele tempo, só contava os homens com capacidade militar. Deus estava dizendo a Davi: Você não precisava saber o tamanho do seu exército se confia em mim. O seu exército sou Eu. Mas o povo começou a fazer outras coisas que levantou a ira do Senhor contra Israel. Deus ordenou que Davi não levantasse o censo, mas permitiu que Davi o fizesse para mostrar que Ele é o Senhor e castigar o povo.

1º Crônicas 21.1 – Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel.

Deus estava irado contra o povo de Israel e usou Satanás como agente.

Jeremias 27.6-7 – Agora, eu entregarei todas estas terras ao pode de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo; e também lhe dei os animais do campo para que o sirvam. Todas as nações servirão a ele, a seu filho e ao filho de seu filho, até que também chegue a vez da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis o fizerem seu escravo.

Nabucodonosor era um homem perverso, mas Deus o chama de “meu servo”. Na parábola dos talentos todos são chamados de servos, tanto os bons como os maus. Agora entendemos que o rei Nabucodonosor foi instrumento nas mãos de Deus para executar a vontade divina, mas o judeu na época não podia entender.

Isaías 44.28 – Que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado.

Ciro é outro servo de Deus, para cumprir a Sua vontade. Deus chama Ciro de “meu pastor”!

Isaías 10.5-6 – Ai da Assíria, cetro da minha ira! A vara em sua mão é o instrumento do meu furor. Envio-a contra uma nação ímpia e contra o povo da minha indignação lhe dou ordens, para que dele roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas.

Assíria, cetro da minha ira. Deus está dizendo que usará a Assíria como Seu instrumento. Como vemos, mesmo aqueles que desprezam o povo de Deus, são instrumentos de Deus. Hoje, os não crentes, que desprezam a Deus, que desprezam o Seu povo, também são instrumentos de Deus. Quando dizemos que estamos sendo perseguidos pela lei ou por uma autoridade, são instrumentos de Deus.

Romanos 13.1-2 – Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele instituídas. De modo que aquele que opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.

Paulo estava escrevendo para uma Igreja que estava no centro da autoridade do mundo. Paulo já tinha sido perseguido, apedrejado, chicoteado, preso, pelas autoridades; ainda assim, escreve: toda autoridade é instituída por Deus. Toda: Nabucodonosor, meu servo; Ciro, meu pastor; a Assíria, meu cetro. Toda autoridade instituída por Deus, para nossa disciplina. Todos os moradores da terra estão a serviço de Deus. Se eles são bons servos ou maus servos, é outra história. Devo obediência às autoridades instituídas por Deus, até o limite da Sua vontade. Quando a ordem da autoridade humana está em desacordo com a lei de Deus, então importa mais obedecer a Deus do que aos homens.

Providência e os Decretos de Deus – é bom entendermos que os decretos de Deus são aquelas coisas que Ele resolve desde o antes do antes, que são diferentes das coisas do dia-a-dia. Deus não decretou se vou tropeçar naquela pedra. Deus decretou que vou ser salvo ou se vou me perder.

Isaías 46.8-11 – Lembrai-vos disto e tende ânimo; tomai-o a sério, ó prevaricadores. Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei.

Eu te digo, porque eu te digo desde a antiguidade porque eu já tinha decretado.

Salmo 62.1 e 5 – Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; d’Ele vem a minha salvação... Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança.

Aí entra de novo aquela questão que somos reputados por nada. A minha alma espera somente em Deus. A minha alma não espera na minha capacidade, na minha competência, na minha força... aí entra o amor de Deus, que é uma coisa fantástica! Lembramos o hino que diz: Não sei porque de Deus o amor a mim se revelou. Por quê? Não sei. Eu sei que foi pela graça e pela misericórdia, mas não sei por quê. Sei que foi para glória d’Ele também. Porque eu, para a glória d’Ele. Porque não outro, para a glória d’Ele.

Soberania e Onipotência também são coisas inseparáveis, porque a providência só acontece pela Onipotência de Deus. Deus só pode cuidar de todas as coisas se tiver poder sobre todas as coisas.

Efésios 1.19 – E qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do Seu poder.

Suprema potência do poder de Deus sobre todas as coisas.

Romanos 4.17 – Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí, perante Aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem.

O Deus que é capaz de coisas tão impossíveis como criar a partir do nada!

Hebreus 1.3 – Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direta da Majestade, nas alturas.

Sustentando algumas coisas? Não. Sustentando todas as coisas.

Providência e a Criação são ambas decorrentes da vontade, da soberania, da onipotência de Deus, mas uma não é a outra. Criação é a ação de Deus fazendo as coisas a partir do nada. Providência são todas as ações de Deus que acontecem depois da criação. Essas ações são em relação a nós, que cremos, a todos os que não crêem e a toda obra criada. Providência vem depois da criação, ela não é a criação continuada. Deus criou. Quando acabou a criação passou a cuidar daquilo que foi criado.

Atos 17.24-25 – O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois Ele mesmo é que a todos dá vida, respiração e tudo mais.

O Deus que criou todas as coisas é o mesmo Deus que mantém a vida, que dá a vida, a respiração, e também termina a respiração no momento em que Ele determinou. Isto vai determinar uma coisa importante, que a nossa cosmovisão, a maneira como a gente enxerga o mundo. Vamos ver a cosmovisão de quem acredita em Deus e de quem não acredita.

1º Reis 18.17-18 – Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel? Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.

Com quem o profeta Elias está conversando? Com o rei Acabe, que chama Elias de “perturbador de Israel”, porque a visão que ele tem do mundo é muito pequena, se limitando ao seu reino. Elias responde: o perturbador é você, pois, Israel está nessa situação porque você deixou o Senhor, que é Senhor de todas as coisas.

Para entendermos a questão da providência precisamos ter certeza absoluta da Soberania. Só podemos entender a ação de Deus em todas as coisas, se acreditarmos firmemente que Deus está no controle de todas as coisas. E quando dizemos todas, são todas mesmo; não são algumas, não são somente as que nos interessam ou as que achamos bonitinhas. Cremos porque está assim na Bíblia em diversos momentos. Primeiro está colocado que Deus não parou de trabalhar. Não podemos pensar que Deus trabalhou até o sexto dia, descansou no sétimo e continuou no descanso, fazendo mais nada. Jesus disse “meu Pai trabalha até agora”. Deus está no controle das coisas que consideramos importantes e das que nós não consideramos importantes, mas Deus considera que precisa estar no controle; Jesus disse que Ele sabe até quantos fios de cabelo nós temos! E quando falamos de Soberania, falamos da vontade soberana de Deus, quando Ele atua e faz, quando Ele usa alguém para fazer ou aquilo que Ele deixa que algumas pessoas façam.


Há uma palavra nova: Concurso. O que é Concurso? No conceito comum é uma prova para trabalharmos na área pública ou estamos concorrendo a alguma coisa. Curso é caminho ou ocorrência, é andar em determinado caminho. Concurso é andar junto. Assim Deus está caminhando ao lado, junto com todas as coisas que acontecem. As coisas boas e as coisas más. Quando afirmamos que Deus concorre para que todas as coisas aconteçam, não estamos dizendo que Deus está fazendo alguém pecar, porque isso seria contra a santidade de Deus. A pessoa peca porque é pecadora, porque ela é má. Deus não está fazendo a pessoa pecar. O fato de a pessoa pecar concorre para que se execute a vontade de Deus. Vamos ver o que aconteceu com José. Os irmãos não gostavam dele. Primeiro jogaram José dentro de um poço, depois o venderam para uma caravana que estava passando. Isso foi uma ação boa? Não. Eles fizeram mal para o irmão, mal para o pai, contaram uma mentira para o pai, dizendo que
encontraram a capa de José cheia de sangue em algum lugar. José foi levado para o Egito, onde foi ser instrumento para salvar a família dele anos depois. E quando os irmãos o reencontram, ficam apavorados e pensam que José vai obrigá-los “a fazer pirâmide para o resto da vida”. Porém, José lhes afirma que o que eles fizeram, não que tenha sido bom, no sentido de ser agradável, mas foi bom para os planos de Deus. Não que Deus tenha feito o mal, mas Deus está concorrendo, está andando junto com todas as coisas. Por isso que lá na frente vemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Todas.

Mateus 24.22 – Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados.

Deus resolve tudo o que acontece na história, inclusive a duração das coisas. Jesus está se referindo aos dias de sofrimento e de tribulação. Deus é Senhor da História. A História não acontece por acaso. No nosso vocabulário não deveriam existir as palavras sorte, azar, acaso. Nada acontece por acaso e nem o desenvolvimento da própria História. Deus está no controle de tudo.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Milagres

O que é milagre?

É um acontecimento sobrenatural, inexplicável.

O que é sobrenatural? Sobrenatural é alguma coisa que está além da natureza como nós a entendemos, e não como Deus a entende, porque para Ele não existe o sobrenatural. Sobrenatural é alguma coisa que viola a lei da natureza, que vai contra a lei natural estabelecida.

Já dissemos que há muitas pessoas pensando que Deus criou o mundo, Se assentou no trono e mundo passou a funcionar por sua própria conta e a dona da História é a tal de mãe natureza. Aí acontecem atos subversivos contra a mãe natureza, significando que ela não tem controle de nada e que ela mesma pode ser violada.

Deus parou o sol. Isto significa que Deus intervém quando Ele julga necessário. Isto é uma demonstração clara da providência de Deus, ou seja, Ele continua agindo em relação às coisas que foram criadas.

Precisamos tomar cuidado com o uso da palavra, pois, às vezes, chamamos milagre o que achamos muito legal ou bonitinho. Por exemplo: o nascimento de uma criança é um milagre! Não, não é um milagre, porque faz parte da ordem natural das coisas. Tudo o que tem explicação não é milagre. Milagre é aquilo que não tem explicação alguma pelas leis da natureza como nós as conhecemos. E isso mostra que mesmo essas leis naturais estão debaixo do controle providencial de Deus. Mesmo coisas que são muito boas para nós, não aconteceram obrigatoriamente por milagre.

É preciso cuidado no uso da palavra, para não desvalorizar o que foi efetivamente um milagre. Outra coisa, não tentar naturalizar o milagre, ou seja, procurar uma explicação científica para justificar o milagre. Por exemplo: o povo conseguiu atravessar o Mar Vermelho porque, naquela época, houve um fenômeno meteorológico, bateu um vento muito forte e separou as águas! ou seja, Deus não fez nada! Lázaro ressuscitou por acaso! Já ouvi que a multiplicação dos pães aconteceu porque as pessoas de comoveram com a atitude do menino e resolveram tirar da sacola o lanche que traziam escondido! Porque há pessoas que precisam achar explicação para as coisas inexplicáveis.

Os milagres aconteceram em períodos bastante claros. Como acontecem os milagres? Fisicamente. Onde existe uma concentração grande de milagres? Biblicamente: primeiro há um grande momento, que o momento dos Patriarcas até entrada na terra prometida. Em Gênesis e Êxodo há uma série de milagres. Há alguns momentos da História da revelação onde existe uma concentração. Se for fazer uma contagem dos milagres relatados, o maior número é no ministério de Jesus. Mas temos vários ali no começo, até entrar Josué, e durante o período dos Juízes; no período dos reis já nem tanto. Há um momento que tem uma série de milagres seguidos ali no tempo dos Reinos de Israel e de Judá. Vai ser principalmente na época de Elias e Eliseu. Aí vai acontecer com Jesus e depois no período apostólico.

E hoje? Ninguém pode falar que não existe milagre, mas ao mesmo tempo precisamos tomar muito cuidado com uma porção de coisas que são chamadas de milagres. Primeiro porque sabemos que há muita tapeação. Segundo, porque os milagres sempre tiveram objetivos claros do plano de Deus e, geralmente, vamos ver que nesses momentos o milagre acontecia como algo que comprovasse a Revelação. São grandes momentos de revelação: patriarcas, profetas, Cristo.

Não é preciso mais comprovar a Revelação; não estamos mais nesse momento histórico.

E também há a terceira questão, que preciso muito cuidado: Deus nos avisou que muita gente faria sinais e prodígios, que não viriam da parte d’Ele e que muitos fariam isso em nome de Deus.

Não existe milagre secreto. Os milagres sempre se realizaram na presença de testemunhas. Os milagres de Jesus serviam para mostrar o poder que Ele tinha. De novo, precisamos tomar cuidado porque existem outros sinais que são feitos e também servem para alguma coisa! Vemos curas feitas por outras pessoas. Satanás não está no comando, mas ele tem poder, e ele age com o objetivo de enganar. Em Apocalipse diz que ele virá com sinais e prodígios para seduzir os homens, para as pessoas ficarem entusiasmadas.

Não é pela discussão do milagre ou não que levaremos as pessoas a conhecerem a Jesus. Temos de levar a palavra do Evangelho. Ninguém vai se converter por argumentação lógica.

Não podemos menosprezar o poder de Satanás e nem lhe atribuir poder demais. Ele não é onipresente, onipotente e onisciente. Somente Deus tem esses três atributos. Deus não deu esse poder a nenhuma criatura. Milagre é um acontecimento inexplicável que vai além das leis da natureza como nós entendemos. Então, abrir o mar, parar o sol, ressuscitar mortos é ir além das leis naturais. Eliseu fez o machado boiar; não há lei que explique. Isto é milagre. Agora, se alguém deixa de embarcar num avião que caiu ou sai de um edifício um minuto antes de cair, isto não é milagre, mas a Providência de Deus. Ninguém morre de véspera. Tudo o que tem acontecido com as nações está debaixo do comando de Deus.