“Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; dividi-los-ei em Jacó, e os espalharei em Israel. “( Gn 49:7)
Conta o livro de Gênesis que, habitando Jacó e seus filhos na região de Siquém, um dos filhos de Hamor (dono das terras) se enamorou de Diná filha de Jacó e , num arroubo juvenil acabou por possuí-la . Em seguida , os filhos de Jacó exigiram que toda a casa de Hamor se circuncidasse para que Siquém pudesse ter Diná como esposa. Quando todos os homens da cidade passavam pelo período mais doloroso da recuperação cirúrgica, Simeão e Levi , provavelmente com seus servos invadiram a cidade e mataram todos os homens e saquearam os seus bens.
Jacó teve duas atitudes em relação a isso, primeiro a de repreensão dos filhos , mostrando que, por causa disso, ele e sua descendência seriam odiados pelos moradores da terra. Mais tarde, quando abençoa os filhos antes de morrer, Jacó mostra não ter esquecido a traição e vingança dos filhos e acaba por amaldiçoá-los , mostrando a futura divisão e dispersão dos seus descendentes e o fim das suas tribos enquanto povos.
Quando abrimos os jornais, o que mais lemos é sobre a sede de vingança e de retaliação de vários povos. A vingança já começou na forma de preconceito, xenofobia e ataques contra pessoas cujo único erro é terem aproximadamente a mesma origem étnico-religiosa dos inimigos e promete se estender aos povos que vivem em países que abrigam refugiados – mesmo sabendo-se que muitos deles não concordam com as ações dos mesmos.
Ninguém questiona que a atitude de Siquém em relação a Diná foi errada , nem se acredita que as ações terroristas recentes e passadas sejam justificadas, pelo contrário foram de uma crueldade monstruosa. Mas a vingança incontida não é o que Deus espera dos seus filhos, da mesma forma como Jacó não esperava isso dos seus.
Os filhos de Jacó deveriam ser exemplos. As pessoas que efetivamente são cristãs não podem se deixar levar pela propaganda da retaliação e da justiça com as próprias mãos. Aqueles que pregam isso, até por terem espírito de cowboys do velho oeste , acreditam sua vingança seja uma forma de justiça e, pretensiosamente, a intitulam de infinita. Mas nós sabemos a quem pertence a vingança – e não é a nós.
Que possamos, como verdadeiros cristão, estar espalhando essa mensagem e evitando que outros sejam amaldiçoados como foram Simeão e Levi.
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