sexta-feira, 30 de maio de 2008

Um jovem de valor


O teu pai não comeu e bebeu, e não exercitou o juízo e a justiça? Por isso lhe sucedeu bem.Julgou a causa do pobre e necessitado; então lhe sucedeu bem. Porventura não é isso conhecer-me? diz o Senhor. Jr 22:15-16

Era uma vez um jovem que nasceu numa família complicada. Seu avô, apesar de ter nascido numa família de pais crentes e piedosos, era um agoureiro, advinho e tinha se metido em rituais de magia negra e sacrifícios humanos. O pai não era nada melhor, pelo contrário, era tão ruim que acabou sendo assassinado pelos seus próprios empregados. Aos 8 anos o jovem estava orfão no meio de uma família que há mais de 50 anos tinha se afastado de Deus.

Aliás, como a maioria daqueles que nasceram em famílias não crentes, exceto pelo fato que, felizmente, não tiveram seus pais assassinados, vêm de famílias que acreditam em ocultismo, adoram ídolos e que desconhecem por completo o Deus verdadeiro.

Não se sabe exatamente como, aos 16 anos, esse jovem teve o seu encontro com Deus. Não só a sua vida foi transformada, mas ele passou a empreender a missão que lhe cabia de transformar o seu país. Acabou com todos os vestígios de idolatria e de feitiçaria dentro e além das suas fronteiras. Certamente muitos se salvaram por causa do esforço desse jovem (que também morreu jovem, aos 39 anos) que não era pregador, nem profeta. Que não tinha nome de enviado de Deus, ao contrário, seu nome era "o Senhor sustenta".

Um jovem que pregava com as suas ações e o seu testemunho, a ponto da Bíblia relatar que antes dele não houve rei que lhe fosse semelhante, que se convertesse ao Senhor de todo o seu coração, e de toda a sua alma, e de todas as suas forças, conforme toda a lei de Moisés; e depois dele nunca se levantou outro semelhante. Nem Davi. O nome desse jovem era Josias. Um homem que não se desviou nem para a direita, nem para a esquerda. Um ilustre desconhecido de muitos crentes, infelizmente.(recomendo que você pegue sua Bíblia e leia II Cr 34 e 35 e II Rs 23 em diante)

A história de Josias nos deixa lições importantes :

A primeira é que nem a salvação, nem a perdição são hereditárias, os descendentes de Josias também se afastaram de Deus e, como Ele mesmo já avisara, o povo acabou punido com a destruição e o exílio anos mais tarde.

A segunda é que são os nossos atos que falam mais alto na nossa tarefa evangelizadora. Discurso sem vida não comove ninguém. Mesmo porque a conversão verdadeira acontece no coração, mas se manifesta em ações. Boas ações não salvam ninguém, mas os que são salvos as praticam.

A terceira é que não existe idade para se começar a labutar na seara de Deus. Nunca se é jovem demais, nem velho demais. Nem para continuar. Crente de verdade nunca se aposenta. Sabemos que nem todos serão salvos através do nosso trabalho, o que não justifica desistirmos deles.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sede de vingança


“Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; dividi-los-ei em Jacó, e os espalharei em Israel. “( Gn 49:7)


Conta o livro de Gênesis que, habitando Jacó e seus filhos na região de Siquém, um dos filhos de Hamor (dono das terras) se enamorou de Diná filha de Jacó e , num arroubo juvenil acabou por possuí-la . Em seguida , os filhos de Jacó exigiram que toda a casa de Hamor se circuncidasse para que Siquém pudesse ter Diná como esposa. Quando todos os homens da cidade passavam pelo período mais doloroso da recuperação cirúrgica, Simeão e Levi , provavelmente com seus servos invadiram a cidade e mataram todos os homens e saquearam os seus bens.

Jacó teve duas atitudes em relação a isso, primeiro a de repreensão dos filhos , mostrando que, por causa disso, ele e sua descendência seriam odiados pelos moradores da terra. Mais tarde, quando abençoa os filhos antes de morrer, Jacó mostra não ter esquecido a traição e vingança dos filhos e acaba por amaldiçoá-los , mostrando a futura divisão e dispersão dos seus descendentes e o fim das suas tribos enquanto povos.

Quando abrimos os jornais, o que mais lemos é sobre a sede de vingança e de retaliação de vários povos. A vingança já começou na forma de preconceito, xenofobia e ataques contra pessoas cujo único erro é terem aproximadamente a mesma origem étnico-religiosa dos inimigos e promete se estender aos povos que vivem em países que abrigam refugiados – mesmo sabendo-se que muitos deles não concordam com as ações dos mesmos.

Ninguém questiona que a atitude de Siquém em relação a Diná foi errada , nem se acredita que as ações terroristas recentes e passadas sejam justificadas, pelo contrário foram de uma crueldade monstruosa. Mas a vingança incontida não é o que Deus espera dos seus filhos, da mesma forma como Jacó não esperava isso dos seus.

Os filhos de Jacó deveriam ser exemplos. As pessoas que efetivamente são cristãs não podem se deixar levar pela propaganda da retaliação e da justiça com as próprias mãos. Aqueles que pregam isso, até por terem espírito de cowboys do velho oeste , acreditam sua vingança seja uma forma de justiça e, pretensiosamente, a intitulam de infinita. Mas nós sabemos a quem pertence a vingança – e não é a nós.

Que possamos, como verdadeiros cristão, estar espalhando essa mensagem e evitando que outros sejam amaldiçoados como foram Simeão e Levi.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A oferta de Caim

"...mas para Caim e para a sua oferta não atentou." Gn 4:5


Nós costumamos agradecer aquilo que Deus nos dá, com a certeza que tudo vem d´Ele. Damos graças nas nossas orações. Devolvemos o nosso dízimo. Até damos ofertas especiais em algumas ocasiões. Mas como é que temos agradecido ?

É verdade, alguns nem agradecem e fingem que não é com eles. Outros se limitam a um obrigado. Muitos retribuem os presentes de Deus. Poucos reconhecem a Sua soberania sobre todas coisas, especialmente sobre as suas vidas.

Caim e Abel foram pessoas gratas a Deus. Isso num tempo em que nenhuma lei prescrevia que devessem algum tipo de oferta, ou seja, ambos deram voluntariamente (o que também demonstra que não é porque a oferta é voluntária que ela é melhor). Cada um deles ofertou conforme o fruto do seu trabalho.

Deus aceitou a ofera de um e rejeitou a do outro. Será que temos um Deus carnívoro que não gosta de vegetais ? Se assim fosse, Deus não teria requerido ofertas de manjares como está escrito em Levítico 2. Como podemos entender a forma como Deus julga as nossas ofertas ?

Basta olhar com cuidado para essa história :

Deus não gosta de sobras

O texto diz que Caim deu um fruto da terra, enquanto Abel ofertou as primícias e a gordura (a melhor parte). Deus se agrada de quem o coloca no lugar certo - o primeiro lugar. De quem lhe oferece o que tem de melhor. Não de quem paga as contas e, se sobrar oferece algo. Não de quem vai à Igreja só quando não tem um programa melhor. Não de quem doa aquilo que ocupa espaço na sua casa e precisa se livrar. Nem aceita a desculpa de que "não é o melhor, mas é sincero". De boas intenções, já diria minha mãe, o inferno está repleto.

Deus não se vende

Deus não barganha com o que é a obrigação do crente. Ao contrário do que algumas seitas preceituam, Deus não negocia bençãos no balcão dos púlpitos. Deus não nos deve nada, se Ele nos dá algo é por sua maravilhosa graça, não pelo nosso merecimento. E a primeira primícia que Ele quer é a nossa vida. Não há oferta ou trabalho que esconda uma vida de pecados ou dedicadas a outras atividades. Da mesma forma que não existe dedicação à Igreja que substitua a permanente entrega das nossas vidas a Deus.

Deus não se deixa iludir

Uma vida de entrega a Deus só conduz a mais entrega, uma vida afastada de Deus só leva a mais pecados. Não podemos jogar a culpa da rejeição em Deus, se somos rejeitados é porque provocamos isso e, como Deus alerta Caim, há tempo de se corrigir, mas se não houver correção, vai pecar ainda mais - que foi exatamente o que aconteceu.

Caim agradeceu. Abel se declarou um servo. Você tem feito o que ?

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Os melões do Egito

Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos, dos melões, dos porros, das cebolas e dos alhos. Nm 11:5

Eu gosto de comer (basta reparar no meu tamanho) e de cozinhar (se você der uma passeada pelo Mens Insana, meu blog de generalidades, vai encontrar várias receitas).

Eu nunca fui ao Egito, nem em algum restaurante egípcio mas, se algum dia tiver essa oportunidade, eu já sei quais serão os pratos que eu vou pedir : salada de pepinos, peixe com alho porró e, especialmente, melões de sobremesa. Eu sempre quis saber que gosto têm os melões do Egito.

Pense junto comigo. O povo de Israel tinha sido liberto da escravidão e dos trabalhos forçados. Testemunhara maravilhas que Deus operara na vida deles, incluindo a fabulosa travessia a seco pelo mar Vermelho e, para completar, estava a pouco dias de viagem da Terra Prometida (ainda não tinha sido condenado a passar 40 anos no deserto) e, no caminho, eram literalmente alimentados com o pão do céu. Poderia estar numa situação melhor ? Tinha do que reclamar ?

Mas reclamava. Ou, pelo menos, alguns grupinhos reclamavam daquela "porcaria" do maná que tinham de comer todos os dias e, nesses momentos tinham saudades da comida da escravidão. Tinham a pachorra de dizer que comiam de graça. Lembro quando fui para a Inglaterra, em 1976, com um grupo da Cultura Inglesa. Alguns jovens que estavam comigo ao invés de aproveitar a oportunidade de conhecer um novo mundo, estavam mais preocupados com as saudades que tinham do feijão.

Isso sempre me faz lembrar alguns pseudo-cristãos que vivem, como a mulher de Lot, olhando para trás com saudades do tempo de escravidão. Jogadores de futebol que se dizem convertidos, mas na hora do jogo dão pontapés, xingam o juiz e gritam palavrões, afinal, jogo é jogo. Músicos ditos "de Cristo" , mas que não converteram seus ouvidos. Também existem os avarentos "de Cristo", que não converteram os seus bolsos e os torcedores "de Cristo" que não podem perder um jogo por causa de coisas menores como cultos. Um dia ainda vão ouvir desse mesmo Cristo : nunca vos conheci !

Os convertidos de verdade (conversão é, literalmente, mudança de direção) foram salvos da escravidão do pecado, testemunham a presença de Deus nas suas vidas e, em pouco tempo, estarão na Terra Prometida. Podem ter saudades dos melões do Egito ? Conversão implica em arrependimento sincero, tristeza pelo que fazíamos no passado. É vida nova, mudança - se não houve mudança, algo está errado. É alegrar-se sempre com os dons de Deus, o maior deles, a salvação.

De qual maná você anda cansado ? Desse hábito chato de ler a Bíblia ? De ter de acordar cedo para ir à escola dominical ? De encontrar aqueles velhos implicantes ou aqueles jovens rebeldes que freqüentam a sua Igreja ?

Quando isso acontece é hora de você examinar o seu coração e escolher entre a Terra Prometida com Deus ou o prazer momentâneo das codornizes (depois leia todo o capítulo 11 de Números, caso você não lembre quais as consequências disso) - e descobrir que o maná é muito mais saboroso que qualquer melão.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A glória do segundo templo


A glória dessa última casa será maior do que a primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e, neste lugar, darei paz diz o Senhor dos Exércitos ( Ageu 2: 9)

Algumas vezes nós tentamos disfarçar um comportamento muito comum que nós temos. Outras vezes deixamo-lo extravasar até com alguns excessos. É o fato de nós sermos extremamente apegados às coisas materiais. Não se trata de sermos ambiciosos em relação à riqueza ou às grandes posses – mas das pequenas coisas .

Quem não tem um chinelo que, mesmo caindo aos pedaços, não é trocado por um novo ? Ou um utensílio doméstico totalmente ultrapassado que não é substituído por um mais moderno e eficiente porque é uma herança que ganhou dos pais ou dos avós.

Nós não somos diferentes disso no nosso relacionamento com a igreja, nos apegamos a prédios que nós usamos durante anos e que, em algum momento, deixarão de existir. Sentimos saudades das paredes que já estão trincadas, das salas apertadas e sem ventilação, dos banheiros minúsculos e desconfortáveis.

Não faltam pessoas que, olhando os templos de arquitetura mais moderna, comentam nostalgicamente que o antigo era mais acolhedor, os bancos mais duros e melhores para a coluna ou mesmo que a fachada antiga era mais “presbiteriana”.

Quando o povo de Israel estava reconstruindo o templo de Jerusalém, destruído durante as guerras que culminaram com o seu exílio , muitas pessoas começaram a criticar a construção dizendo que o templo antigo (construído por Salomão ) era mais glorioso que o novo.

Certamente, o templo de Salomão era mais rico , mais suntuoso e, provavelmente muito mais imponente. Muitos se sentiram desencorajados a continuar uma obra que não seria comparável ao edifício anterior. Deus repreende os descontentes questionando como poderiam fazer essa comparação se nenhum deles era vivo nos tempos do templo de Salomão ? No nosso caso, templos novos costumam ser maiores e melhores que o primeiro e muitas vezes vemos a derrubada de um para a construção de outro (eu já vi isso, muitos dos que me lêem também).

Deus garante que a glória do segundo templo será maior. Não porque os tijolos seriam melhores ou a decoração seria mais rica, mas porque seria o segundo templo que receberia a presença do Messias. Nesse segundo templo que o Cristo prometido iria andar, ensinar e repreender.

A glória desse e de qualquer outro templo que exista ou tenha existido é a presença de Jesus. É a presença d’Ele nos nosso corações que permite que um templo seja glorioso, porque as pessoas (estas sim a verdadeira Igreja ), e não tijolos e cimento, testemunham essa glória.

Que nós possamos sempre reconhecer a Igreja nas pessoas e não nos prédios, com a gloriosa presença de Jesus entre nós e seja qual for o templo, que seja instrumento para que possamos levar a mensagem da salvação a mais pessoas.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Que família, hein ?!


Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão - Mateus 1:1


Ontem escrevendo sobre um outro assunto no Mens Insana me veio à mente a expressão "ser de boa família". Esse termo costuma se referir a pessoas que vêm de famílias que consideramos mais nobres, não obrigatoriamente no sentido clássico da nobreza real, mas naquele que consideramos que seja mais elevado aos nossos valores.

Alguns acham que boa família é só aquela que é estruturada de acordo com os padrões clássicos. Outros que é a família tradicionalmente de "crentes". Muitos, com um pouco menos de exigências, consideram uma boa família qualquer uma que não tenha manchas significativas na sua história. Você pode até achar que isso é uma postura preconceituosa mas, na hora que vê seu filho ou filha namorando alguém, certamente faz essa relação e pensa na genealogia do possível cônjuge que pode ser agregado à sua própria família.

Quando olhamos para a genealogia de Jesus, relatada nos primeiros versículos de Mateus, imaginamos que a natureza humana do Redentor só poderia vir daquilo que fosse a nata do povo de Israel. Ah, você não gosta de ler as genealogias que estão na Bíblia ? Acha que aquelas listas de nomes são muito chatas ? Proponho então que preste mais atenção nelas afinal tudo que foi escrito o foi para o nosso ensino.

Lá você vai descobrir que Jesus é descendente de homens mentirosos (Abrãao, Jacó), assassinos (Davi, Uzias) e idólatras (Salomão, Manassés). O que mais me impressiona, no entanto, é que apenas quatro mulheres são citadas nesse relação e, definitivamente, não são aquelas que nós colocaríamos na nossa lista de mulheres exemplares - as quatro são mulheres de reputação duvidosa.

A primeira é Tamar, mulher que se finge de prostituta para ter relações sexuais com o seu sogro. Depois Raabe que, além de não ser judia, era uma prostituta profissional. Na sequência temos Rute, uma estrangeira (gentia), natural de um povo que sempre foi um dos maiores inimigos de Israel e que usa de um estratagema enganoso para seduzir Boaz. Por fim Bate Seba, a mulher que adulterou com Davi (e não me digam que nesse caso o pecado foi só do rei).

A essa altura você deve estar pensando que essa genealogia é quase um caderno policial da imprensa marrom e não um pedaço daquela que é a nossa única regra de fé e de prática. O que será que podemos aprender com tanta "sujeira" ?

A primeira lição é lembrar que Cristo, o descendente dessas pessoas, veio para salvar pecadores - como você e eu , e como essas mulheres. É a demonstração inequívoca da Graça de Deus por homens e mulheres perdidos. Mostra que as escohas de Deus nada tem a ver com os nossos méritos, nem seguem valores que nos pareçam lógicos. Que a chamada do Espírito Santo atinge quem o Pai escolheu soberanamente - e não de acordo com a nossa justiça.

A segunda lição é que Cristo não veio para salvar apenas pessoas de um povo, raça ou nação. A família da fé não é formada por pessoas de grupos exclusivos, ela se constitui de gente de todos os cantos, cores e tribos.

Finalmente, não podemos esquecer que a nossa genealogia e nossa filiação não são segundo a carne. Somo gerados, nessa nova árvore genealógica, no nosso novo nascimento espiritual e, aí sim, passamos a ser filhos de Deus. Uma nova vida que nunca será perdida.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Dieta para todas ocasiões


“…alimentando com as palavras de fé e de boa doutrina que tens seguido.”( I Tm 4:6b)


Muitos biólogos garantem que um cachorro pode passar 20 dias sem se alimentar, uma tartaruga 500 dias e alguns peixes até 1000 dias. Muitos crentes poderiam ser chamados de “cristãos-tartaruga”, já que conseguem ficar até 500 dias sem se alimentar da verdadeira carne da Palavra, alguns podem até se comparar a esses peixes que chegam a 1000 dias sem comer o pão da vida espiritual.

Como crentes verdadeiros nós precisamos nos alimentar diariamente da Palavra de Deus. Para receber o real benefício que advém de suas páginas precisamos mais do que simplesmente passar os olhos sobre as suas páginas. Nós devemos estudá-la, meditar a respeito dela e fazer com que suas verdades façam parte das nossas vidas. Deus quer que nós nos dediquemos o nosso esforço procurando , através das Escrituras, qual é a Sua vontade para as nossas vidas.

Quem já experimentou fazer queijos sabe que para fazer o queijo mais simples ( que chamamos de queijo branco ou fresco) são necessários 10 litros de leite para produzir 1 kg de queijo. Os queijos de mais qualidade e de sabor mais apurado podem necessitar de até 30 litros de leite para 1 kg de queijo. A razão pela qual muitas pessoas aproveitam pouco sua leituras bíblicas é porque querem economizar no consumo de leite.

Se você quer realmente conhecer a Bíblia não é possível ser preguiçoso. Você vai precisar de muitos litros de devoção e humildade diante de Deus para alcançar o crescimento real no conhecimento da Bíblia. Mas quando você alcança-lo vai descobrir que não existe queijo mais saboroso.

A sua “dieta “ diária inclui a alimentação Bíblica ? Se não, comece hoje mesmo, sempre há tempo para aprender mais de Deus .

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Os mortos e os vivos


Replicou-lhe, porém, Jesus : Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos Mt 8 : 22



O culto aos mortos está enraizado em muitas culturas e muitas religiões desde os tempos mais antigos. Não só os orientais cultuam os seus ancestrais mas também as nações indígenas e as religiões tribais mais primitivas de todo o mundo.

Existem dois conceitos por trás dessa crença, o primeiro é a de que os ancestrais podem, de onde estiverem, interceder junto aos “deuses” pelo bem estar , segurança e prosperidade dos vivos.

O segundo, oriundo da Igreja Católica Romana que incorporou o culto aos mortos tem o sentido oposto, ou seja, de que os vivos podem interceder pelo destino espiritual daqueles que já morreram, seja para tirá-los do inferno ou do limbo do purgatório. Para tanto é que se celebram missas de 7o. dia, de mês, de ano da morte e, principalmente o dia de Finados

Muitas vezes somos questionados pelo mundo sobre qual é o motivo não termos nenhum ritual que relembre ou cultue os nossos mortos. A explicação é muito simples :

Em primeiro lugar , não cultuamos os mortos, como o fazem os orientais, porque não acreditamos que eles possam interceder por nós, já que o nosso único e suficiente mediador é Jesus Cristo.

Em segundo lugar, não cultuamos os mortos porque não cremos que posssamos mudar o julgamento pelo qual eles já passaram, nem acreditamos que eles possam estar num estado intermediário e que dependam das nossas orações para a sua salvação.

Finalmente, o motivo mais importante de todos, é que nós acreditamos que eles não estão mortos, mas passaram da morte para vida , resgatados pelo sangue de Jesus. Estão vivos ao lado de Deus.

Nós acreditamos na vida, a nossa fé é a da ressurreição e , como seguidores de Jesus, deixamos que os mortos (espirituais) enterrem os seus próprios mortos.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ensino na Igreja

Ensino Com Esmero – Romanos 12:7

O escritor Bernard Shaw era um especialista em frases jocosas. Numa delas ele dizia que “quem sabe faz, quem não sabe ensina”, o que, infelizmente têm se tornado comum no nossos sistemas de ensino. Se isso é uma realidade no mundo secular, não pode nunca ser dentro da Igreja. Assim como indivíduos temos a missão de sermos sal da terra e luz do mundo, os que ensinam na Igreja precisam ser muito diferentes do que acontece no mundo. Esmero é muito mais do que um pouco de dedicação, significa aperfeiçoar algo até o ponto de atingir a pureza absoluta. Nós sabemos que não podemos atingir a pureza se não for através da ação do Espírito Santo. Dessa forma, o preparo de um professor cristão, seja na Igreja, seja em qualquer outro local, vai muito além do estudo dos temas de uma lição. Sem oração, conhecimento bíblico e vida em comunhão com Deus, o professor é apenas um repetidor de frases. Com Deus, ele se torna um instrumento precioso para a obra a que foi chamado.

Que didática !– Mateus 7:28-29

Vivemos a época dos especialistas. Os jornais, programas de televisão e a Internet nos abastecem da opinião de autoridades sobre os mais diversos assuntos. Pessoas que estudaram profundamente algumas questões e parecem saber tudo a respeito delas, mesmo que isso signifique saber cada vez mais sobre cada vez menos, ou que suas autoridades estejam atreladas ao saber científico. Jesus, no Seu ensino, conquistou a admiração de Seus alunos porque tinha conhecimento de todas as coisas e a Sua autoridade provinha de Deus. Mais do que saber técnicas didáticas (e Ele também as sabia), Ele conhecia as Escrituras, qual era a vontade de Deus e praticava ambas. Para pessoas que estavam acostumadas a ouvir professores que só arrotavam sabedoria da boca para fora, isso era um fato incomum. A verdadeira didática cristã é aquela onde os alunos reconhecem o seu professor como um conhecedor e praticante das verdades bíblicas.

Visão do professor Marcos 6:30-32

Quando olhamos para o Mestre dos mestres aprendemos que, antes de mais nada, Ele foi o pastor exemplar. Conhecia Suas ovelhas, sabia o nome de cada uma delas, identificava quais eram do Seu aprisco e quais não. Além das suas características espirituais também cuidava das suas necessidades pessoais. Preocupou-se com a fome da multidão e com o cansaço dos Seus discípulos. O bom professor nem sempre vai ter o discernimento espiritual sobre os seus alunos, como tinha Jesus, mas precisa estar atento ao comportamento e reação dos mesmos. Para isso precisa estar atento a cada um deles. Alguns momentos serão de alimento sólido, outros de coisas mais leves. Para alguns palavras de conforto, outros de encorajamento. O aprendizado será tão mais eficaz quanto for a capacidade do professor em lidar com todas essas situações. Se achar que todos são iguais nunca será bem sucedido.

Disposição do professor Marcos 6:33-34

Qual é a melhor hora para ensinar? Quando os alunos estão mais propensos a aprender? Algumas pessoas acreditam que existam melhores dias ou horários e muitos professores acham que é perda de tempo ensinar em horários que julgam inconvenientes, a ponto de se recusarem a fazê-lo. Não existe melhor momento do que aquele em que os alunos estão ávidos e famintos por conhecimento e isso pode acontecer a qualquer hora. Um professor cristão ama os seus alunos e nunca lhes recusa o alimento do conhecimento, mesmo que isso implique em sacrifício pessoal, mesmo que alguns ao redor dele digam “despede a multidão”. A satisfação do professor é ver seus alunos plenamente satisfeitos com a verdade, que nunca é demais.

Preocupação do professor Lucas 9:12; João 6:5-6

Alguns professores reclamam que têm classes difíceis. Alunos indisciplinados e desinteressados. Chegam a vaticinar que alguns deles jamais irão aprender (e, claro, quando colocam isso na cabeça, não fazem nenhum esforço para que aprendam). Pense nos alunos de Jesus. Eles eram imaturos, impulsivos, hipócritas, ignorantes, preconceituosos e instáveis. Acima de tudo, uma classe de pecadores e condenados à morte. Você ainda acha que a sua classe é que é ruim? Ao contrário do que faríamos, Jesus não só os ensinou como alimentou, curou, serviu e amou a ponto de dar a vida por eles (por nós). Ele se preocupou não só com o alimento espiritual, mas também com o estômago deles. Ele estava ensinando os caminhos da vida eterna, mas nunca esqueceu das necessidades que os alunos tinham no cotidiano. Um professor cristão que sai da sala achando que sua missão foi cumprida, precisava urgentemente rever os seus conceitos.

O aluno conhece o professor Mateus 5:1-2

Não só o pastor conhece as suas ovelhas, mas elas também o conhecem e ouvem a sua voz. Nós, que mesmo quando estamos na posição de professores, não deixamos de ser ovelhas do Divino pastor, recebemos o discernimento espiritual para distinguir o ensino verdadeiro do falso e, com isso, identificar o verdadeiro professor cristão. Esse é um professor de Bíblia, que a conhece e, principalmente, a pratica. Sabe que está à frente de uma sala de Escola Dominical para falar da revelação de Deus e não das suas opiniões pessoais. É uma pessoa comprometida com a obra, que dá bom testemunho dentro e fora da Igreja. Não transige da doutrina, não relativiza a vontade de Deus. Pratica a misericórdia e entende que todos pecaram e precisam dos ensinamentos que ele pode levar. Os alunos percebem isso tudo e valorizam essas características mais que qualquer outra.

A aula que não cansa Marcos 8:1-3

Existem pessoas que acreditam que sabem tudo. Que depois de tantos anos de Igreja não precisam mais de aulas de Escola Dominical porque já tiveram todas as aulas sobre todos os assuntos, ou porque já leram toda Bíblia não sei quantas vezes. A mensagem que essas pessoas estão querendo passar é: já cansei de aprender sobre a vontade de Deus para a minha vida. Não é um professor excepcional ou um tema polêmico que transforma uma aula em algo do qual não se cansa. Nós não cansamos das aulas quando entendemos que o nosso crescimento espiritual depende, também, de um aprendizado contínuo. Nós não cansamos da aula quando entendemos que não somos nada diante de um Deus soberano e que só Sua Palavra pode nos manter. Quem está cansado de aprender de Deus, muito provavelmente, nunca teve um encontro pessoal com Ele.

Publicado originalmente no boletim da Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo em 24/02/2008

Os missionários escoceses Robert e Sara Kalley são considerados os fundadores da Escola Dominical no Brasil. Em 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles dirigiram a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Sua audiência não era grande; apenas cinco crianças assistiram àquela aula. Mas foi suficiente para que seu trabalho florecesse e alcançasse os lugares mais retirados de nosso país.

A imagem acima é de Robert Reid Kalley