domingo, 28 de agosto de 2011

Insensatez



Mensagem
Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? (Gálatas 3:1)

O apóstolo Paulo era um ortodoxo, não transigia na doutrina, nem na conduta. Fundador de grande parte das igrejas "gentias" do começo da era cristã tinha com elas uma relação de amor que só poderia ser superada pelo próprio Cristo.

Depois dos evangelhos, as suas cartas às igrejas são as nossas grandes fontes de ensinamento sobre o que é ser cristão.
A despeito dos problemas de cada igreja, todas as suas cartas começavam com ações de graças pela igreja e com uma oração pela comunidade local.

Mesmo quando a igreja tinha problemas de comportamento pessoal (Corínto e Éfeso), conflitos entre judeus e gentios (Roma), invasão de falsos mestres (Filipos e Colossos) ou sérias dúvidas sobre a ressurreição (Tessalônica). Todas foram corrigidas com firmeza mas, antes de mais nada, com amor.

Menos uma. A igreja dos insensatos Gálatas. Não que tenha faltado amor por parte do apóstolo, mas a ausência do seu parágrafo de ação de graças soa como um grito de guerra, como já afirmaria Lutero. Um grito de guerra pela fé reformada. Guerra em defesa da salvação pela graça. Guerra contra todos que consideravam insuficiente o sacrifício de Cristo e queriam impor aos crentes obrigações complementares para a salvação.

Paulo deixa claro que mau comportamento se corrige, falsa doutrina só merece repúdio. Pior que aqueles que rejeitam a verdade são aqueles que pervertem a verdade. Seja lá quem for, quem disser algo diferente será sempre maldito.

No entanto, assim são nossas igrejas atuais (de qualquer confissão ou denominação).
Algumas adeptas do receituário galaciano da lei mosaica. Outras defendendo sua própria lista de "podes" e "não podes", nem sempre com embasamento bíblico.

Claro que não vou sair por aqui defendendo que o cristão pode sair por aí fazendo qualquer besteira. Também não seria bíblico (como o próprio Paulo vai mostrar no capítulo 5 da carta). Mas ninguém pode decretar que a salvação ou a comunhão das pessoas com Deus está sujeita a algo além da graça e da fé.

Mais que insensatez é chamar sobre si o anátema divino. Que Deus nos proteja disso.