Já era tarde da noite quando descia um homem pela Rua Augusta em direção aos Jardins quando caiu na mão de vândalos que o assaltaram e o espancaram, deixando-o desmaiado e cheio de sangue junto à sarjeta.
Parado no farol a poucos metros da cena, um pastor de uma igreja protestante tradicional voltava da sua reunião de conselho, e passou ao largo. Concluiu que deveria ser mais um gay atacado por skinheads e, enquanto dirigia, fez uma anotação mental para o seu próximo sermão.
Sendo muito piedoso, pensou em propor à sua igreja o levantamento de uma oferta especial para o Exército da Salvação, aqueles heróis que andam pelas ruas que poderiam ajudar essas pobres almas.
Um pouco antes da meia-noite, o bispo de uma igreja neo-pentecostal da prosperidade parou no mesmo semáforo e, pela janela do seu carro blindado observou o homem sangrando junto ao meio-fio. Engatou a primeira e também passou ao largo, imaginando qual seria o pecado que levava aquele homem a tal estado.
Só mesmo uma falta muito grave, sua ou dos seus ancestrais, poderia provocar tal castigo. Foi para casa já imaginando como usar aquele exemplo no seu programa de rádio na manhã seguinte.
Às 2 da manhã, um gentio, sujeito meio ateu meio à toa, pecador contumaz, voltava de uma noitada com os amigos, onde tinha bebido, fumado e sido inconveniente com as mulheres. Vendo o homem no chão compadeceu-se dele. Parou o carro, viu que ele estava machucado mas respirava. Com esforço colocou-o no banco de trás e o levou ao pronto socorro mais próximo.
Como o homem ferido estava sem documentos, o gentio deu, ele mesmo, o cheque-caução para o hospital e passou a noite toda esperando pelo seu tratamento. Pela manhã, quando o ferido já estava consciente, chamou sua família e avisou onde ele estava. Foi embora em seguida, sem esperar qualquer recompensa pela sua ação.
Parado no farol a poucos metros da cena, um pastor de uma igreja protestante tradicional voltava da sua reunião de conselho, e passou ao largo. Concluiu que deveria ser mais um gay atacado por skinheads e, enquanto dirigia, fez uma anotação mental para o seu próximo sermão.
Sendo muito piedoso, pensou em propor à sua igreja o levantamento de uma oferta especial para o Exército da Salvação, aqueles heróis que andam pelas ruas que poderiam ajudar essas pobres almas.
Um pouco antes da meia-noite, o bispo de uma igreja neo-pentecostal da prosperidade parou no mesmo semáforo e, pela janela do seu carro blindado observou o homem sangrando junto ao meio-fio. Engatou a primeira e também passou ao largo, imaginando qual seria o pecado que levava aquele homem a tal estado.
Só mesmo uma falta muito grave, sua ou dos seus ancestrais, poderia provocar tal castigo. Foi para casa já imaginando como usar aquele exemplo no seu programa de rádio na manhã seguinte.
Às 2 da manhã, um gentio, sujeito meio ateu meio à toa, pecador contumaz, voltava de uma noitada com os amigos, onde tinha bebido, fumado e sido inconveniente com as mulheres. Vendo o homem no chão compadeceu-se dele. Parou o carro, viu que ele estava machucado mas respirava. Com esforço colocou-o no banco de trás e o levou ao pronto socorro mais próximo.
Como o homem ferido estava sem documentos, o gentio deu, ele mesmo, o cheque-caução para o hospital e passou a noite toda esperando pelo seu tratamento. Pela manhã, quando o ferido já estava consciente, chamou sua família e avisou onde ele estava. Foi embora em seguida, sem esperar qualquer recompensa pela sua ação.
Chegando em casa levou a maior bronca da mulher que estava desesperada, pois ouvira no rádio um pastor falando sobre um homem caído na Rua Augusta e ela estava preocupada que fosse o marido.
Ele nem tentou justificar-se a si mesmo. Mas foi deitar sem ter dúvidas sobre o valor dos seres humanos.
Ele nem tentou justificar-se a si mesmo. Mas foi deitar sem ter dúvidas sobre o valor dos seres humanos.
3 comentários:
Caro Fábio,
Parabéns pelo seu contínuo trabalho na web!.
Se permite,
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abs.
jesus te abençoe vc todos os dias ricamente. fica com DEUS.
(Putz, adorei. "Meio ateu meio à-toa", graças aos deuses, Adonai.)
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